G7 vai liberar ajuda emergencial para incêndios na Amazônia
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Por Crispian Balmer e Jamie McGeever
BIARRITZ, Fran?a/S?O PAULO (Reuters) - L?deres dos pa?ses do G7 ofereceram nesta segunda-feira 20 milh?es de d?lares de assist?ncia emergencial para ajudar no combate aos inc?ndios na Floresta Amaz?nica, em um gesto que o Brasil classificou como colonialista.
Apesar dos inc?ndios recordes na Amaz?nia e de o presidente Jair Bolsonaro ter dito anteriormente que seu governo n?o tem dinheiro suficiente para combater as chamas, n?o ficou claro se o Brasil aceitar? a oferta do G7, realizada em meio a crescentes preocupa??es internacionais.
A rela??o pessoal entre Bolsonaro e o presidente franc?s, Emmanuel Macron, j? abalada pela crise ambiental, se deteriorou ainda mais ap?s o l?der brasileiro fazer chacota da esposa de Macron em um coment?rio no Facebook.
Enfrentando um crescente isolamento internacional por suas posi??es sobre a crise ambiental, Bolsonaro tamb?m se viu sob press?o interna, com a pesquisa CNT/MDA mostrando nesta segunda-feira que o ?ndice de aprova??o de seu governo caiu para 29,4% em agosto.
'Ofereceremos imediatamente aos pa?ses amaz?nicos que nos sinalizam suas necessidades um apoio financeiro', disse Macron em Biarritz, no litoral franc?s, onde ocorreu a c?pula do G7.
Minutos ap?s o an?ncio do G7, entretanto, Bolsonaro disse que o Brasil est? sendo tratado 'como se f?ssemos uma col?nia ou uma terra de ningu?m', classificando a cria??o de uma alian?a internacional para salvar a Amaz?nia como um ataque ? soberania de seu pa?s.
Por outro lado, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que a ajuda ? 'bem-vinda'. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, adotou tom semelhante, ponderando que o Brasil deve decidir em quais iniciativas aplicar os recursos.
Chamando os inc?ndios na Amaz?nia de emerg?ncia global, Macron colocou o desastre no topo da agenda do G7 e afirmou que os Estados-membros devem providenciar ajudas concretas.
'A Fran?a o far? com apoio militar nas pr?ximas horas', afirmou, sem dar maiores detalhes.
O Canad? declarou que enviar? avi?es ao Brasil para ajudar a conter as chamas, al?m de contribuir com 15 milh?es de d?lares canadenses (11,3 milh?es de d?lares) em aux?lio.
'Uma das coisas que vimos nos ?ltimos anos, com o Canad? enfrentando eventos de inc?ndios florestais cada vez mais extremos, ? que existe uma rede global de apoio e amigos que dependem um do outro', disse o primeiro-ministro do pa?s, Justin Trudeau, ao final da c?pula.
O presidente chileno, Sebasti?n Pi?era, que foi convidado para se unir aos l?deres das sete na??es industrializadas em Biarritz, disse que o plano do G7 ser? implantado em duas fases.
'Os pa?ses precisam urgentemente de bombeiros e avi?es especializados no combate a inc?ndios. Este ser? o primeiro passo, que ser? implementado imediatamente', disse Pi?era.
'A segunda fase ? proteger estas florestas, proteger a biodiversidade que cont?m e reflorestar esta regi?o do mundo', acrescentou.
Macron acrescentou que o G7 -- composto por Alemanha, Canad?, Estados Unidos, Fran?a, It?lia, Jap?o e Reino Unido-- elaborar? uma iniciativa para a Amaz?nia que ser? lan?ada na Assembleia Geral da Organiza??o das Na??es Unidas, em Nova York, no m?s que vem.
O presidente dos EUA, Donald Trump, se ausentou das conversas sobre mudan?a clim?tica e biodiversidade em uma sess?o do G7 nesta segunda-feira, e Macron disse que ele estava ocupado com reuni?es bilaterais.
'Ele n?o estava na sala, mas sua equipe estava', disse o franc?s. 'Voc? n?o precisa interpretar nada da aus?ncia do presidente norte-americano... Os EUA est?o conosco na biodiversidade e na iniciativa para com a Amaz?nia.'
No entanto, na confer?ncia de imprensa no encerramento da c?pula, Trump deixou claro que n?o est? disposto a abra?ar a causa ambientalista.
'N?s somos agora o produtor de energia n?mero 1 do mundo', afirmou Trump, respondendo a uma quest?o sobre mudan?as clim?ticas. 'N?o vou perder essa riqueza, n?o vou perder isso com sonhos, com moinhos, que francamente n?o est?o trabalhando muito bem', acrescentou.
(Reportagem de Michel Rose e Marine Pennetier)
Escrito por Redação
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