Ghosn recebeu US$9 milhões indevidamente de joint venture Nissan-Mitsubishi, dizem montadoras
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Por Naomi Tajitsu
T?QUIO (Reuters) - O executivo Carlos Ghosn recebeu indevidamente 9 milh?es de d?lares de uma joint venture montada entre a Nissan e a Mitsubishi, afirmaram as montadoras japonesas nesta sexta-feira, elevando a possibilidade de que o ex-presidente de seus conselhos de administra??o enfrente novas acusa??es de fraude financeira.
Na mais recente reviravolta na saga do decl?nio do antes respeitado executivo, as montadoras descobriram que Ghosn foi pago pela joint venture sem o conhecimento dos dois outros diretores da unidade --Hiroto Saikawa, presidente executivo da Nissan Motor <7201.T>, e Osamu Masuko, presidente executivo da Mitsubishi Motor <7211.T>.
Ghosn, preso em T?quio h? cerca de dois meses, j? foi indiciado por ocultar parte de sua renda na Nissan durante oito anos at? mar?o de 2018, e por temporariamente transferir perdas pessoais com investimentos para a montadora durante a crise financeira global.
?Que tal irregularidade tamb?m tenha ocorrido em nossa afiliada ? mais do que chocante... ? triste?, disse Masuko a rep?rteres, em refer?ncia aos pagamentos feitos a Ghosn pela Nissan-Mitsubishi B.V., registrada na Holanda em 2017.
Tanto a Mitsubishi quanto a Nissan disseram que ir?o considerar maneiras de recuperar o dinheiro de Ghosn, enquanto o advogado da Mitsubishi, Kei Umebayashi, disse que acusa??es penais s?o uma possibilidade.
?A acusa??o mais prov?vel para isso seria de fraude?, disse o advogado a rep?rteres durante coletiva de imprensa.
De acordo com a equipe jur?dica da Mitsubishi, de abril a novembro de 2018, Ghosn recebeu cerca de 5,8 milh?es de euros (6.61 milh?es de d?lares) em pagamento anual por seu papel como diretor-executivo da companhia, uma taxa contratual de 1,4 milh?o de euros e um incentivo n?o divulgado da joint venture.
No in?cio desta semana, a Reuters reportou o suposto pagamento indevido feito a Ghosn pela joint venture e que a Nissan estava considerando abrir um processo legal, citando fonte.
A joint venture tinha como objetivo financiar gastos da parceria incluindo taxas de consultoria, atividades promocionais conjuntas, uso de ?reas de trabalho e jatos corporativos, disse Masuko.
?Do momento em que a unidade foi estabelecida at? quando eu fui informado sobre os pagamentos, eu n?o tinha absolutamente nenhuma ideia de que a unidade estava sendo usada para pagamentos do tipo?, acrescentou.
O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, n?o p?de ser encontrado de imediato para comentar nesta sexta-feira. Ghosn tem negado todas as acusa??es anteriores contra ele.
A pris?o de Ghosn, que liderou a recupera??o da Nissan duas d?cadas atr?s, e a lista de acusa??es contra ele t?m chocado a ind?stria automobil?stica, ao mesmo tempo em que abala as perspectivas para a alian?a tr?plice da Nissan com a Mitsubishi e a francesa Renault .
Nos ?ltimos dias, a Renault tem sofrido grande press?o de seu maior acionista, o governo franc?s, para substituir Ghosn como presidente-executivo e de seu conselho de administra??o. A montadora tem mantido o executivo no comando, mesmo quando a Nissan e a Mitsubishi agiram rapidamente para remov?-lo como presidente do conselho ap?s a pris?o.
(Reportagem adicional de Chang-Ran Kim)
Escrito por Redação
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