Gilmar Mendes sugere que denúncias feitas por Janot podem ser revistas e lamenta 'impulsos homicidas'
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BRAS?LIA (Reuters) - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu duramente na manh? desta sexta-feira ? revela??o, feita pelo ex-procurador-geral da Rep?blica Rodrigo Janot em entrevistas, de que foi armado a uma sess?o da corte com o intuito de mat?-lo, e sugeriu que investiga??es e den?ncias feitas pelo ex-chefe do Minist?rio P?blico Federal podem ser revistas.
'Entendo que elas (den?ncias? e investiga??es) foram feitas por um tipo de pessoas com essa qualidade psicol?gica, com essa personalidade, e por isso as coisas t?m de ser analisadas nessa perspectiva', disse Mendes, em entrevista ap?s evento realizado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ministro do STF disse que n?o cogita entrar com nenhuma medida judicial contra Janot e disse ter a impress?o de que se trata de um 'problema grave de car?ter psiqui?trico'.
'Isso n?o atinge s? a mim, mas a todas as medidas que foram pedidas e deferidas pelo Supremo Tribunal Federal, den?ncias, investiga??es e tudo o mais. ? isso que tem de ser analisado pelo pa?s', refor?ou.
Mendes destacou que sempre foi um cr?tico dos m?todos de Janot, mas a diverg?ncia que tinha com ele era de car?ter 'intelectual e jurisdicional'.
'N?o imaginava que n?s t?nhamos um potencial fac?nora comandando ? Procuradoria-Geral da Rep?blica', afirmou, ao considerar que os respons?veis pela indica??o dele ao cargo por duas vezes -- de 2013 a 2017 -- devem estar pensando na 'autorresponsabilidade' de indicar algu?m t?o desprovido de condi??es para as fun??es.
O coment?rio de Janot consta originalmente do livro 'Nada Menos que Tudo', escrito em colabora??o com jornalistas, e no qual faz um balan?o e traz revela??es de sua atua??o ? frente da opera??o Lava Jato.
No livro, contudo, ele n?o cita expressamente que o alvo seria Gilmar Mendes, somente em entrevistas que come?aram a ser publicadas na noite desta quinta-feira pela imprensa. Procurado nesta sexta-feira pela Reuters, Janot disse que n?o iria dar entrevistas nem responder a declara??es de Mendes.
Em maio de 2017, Janot havia entrado com um pedido de suspei??o de Mendes em casos relacionados ao empres?rio Eike Batista, alvo da Lava Jato e defendido por um escrit?rio de advocacia em que a mulher dele, Guiomar Feitosa Mendes, trabalhava.
No livro, Janot disse que um ministro do Supremo reagiu na ?poca lan?ando suspeitas sobre a atua??o de sua filha advogada, Let?cia Ladeira Monteiro de Barros, que representara a empreiteira OAS no Cade.
Mendes disse que sua mulher nem sequer trabalhava na ?rea penal e que o recurso referente a Eike Batista no Supremo tinha sido confirmado por uma das turmas da corte. Ele disse que a quest?o sobre a filha de Janot havia sido noticiada por um jornalista.
Em nota divulgada mais cedo, o ministro do STF disse lamentar o fato de que, 'por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no pa?s ficou ref?m de quem confessa ter impulsos homicidas'.
Na tarde desta sexta, a assessoria de imprensa do Supremo informou que Mendes enviou of?cio ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inqu?rito que investiga amea?as feitas aos integrantes da Corte, requerendo a ado??o de medidas de seguran?a diante das declara??es de Janot.
Mais cedo, o ministro havia afirmado, a jornalistas, que certamente a Presid?ncia do Supremo vai reavaliar a quest?o da seguran?a na entrada no tribunal e que o sistema pol?tico ter? de descobrir novos crit?rios para nomea??o do procurador-geral, uma vez que aquele feito por meio de listas apresentadas pela categoria ?deu errado?.
(Reportagem de Ricardo Brito, em Bras?lia)
Escrito por Redação
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