Governo reajusta em 4,13% tabela de fretes após alta do diesel

S?O PAULO (Reuters) - A Ag?ncia Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) atualizou nesta quarta-feira a tabela com os pisos m?nimos de frete para transporte rodovi?rio no Brasil, com reajuste m?dio de cerca de 4 por cento, renovando o descontentamento no agroneg?cio.

A ANTT apontou uma oscila??o superior a 10 por cento no pre?o do combust?vel mais consumido no pa?s, o que exige ajuste na tabela do frete, de acordo com a lei.

'A varia??o do diesel com rela??o ao valor utilizado na ?ltima tabela, publicada em janeiro, foi de +10,69 por cento, resultando num reajuste m?dio de 4,13 por cento', destacou a ANTT.

Entretanto, seguindo-se os valores informados pela Ag?ncia Nacional do Petr?leo, G?s Natural e Biocombust?veis (ANP), o incremento foi menor. Procurada, a ANTT n?o informou imediatamente quais dados leva em considera??o para apurar uma alta superior a 10 por cento no diesel.

Os fretes tabelados est?o em vigor desde meados do ano passado e foi uma das medidas adotadas pelo governo para ajudar a acabar com uma hist?rica greve de caminhoneiros que paralisou o pa?s.

Recentemente, a categoria se reuniu com autoridades do governo Jair Bolsonaro criticando o aumento do diesel pela Petrobras e pedindo maior fiscaliza??o da tabela de fretes, amea?ando inclusive uma nova greve, j? descartada.

Representantes dos caminhoneiros disseram na segunda-feira que o cancelamento da greve se deu ap?s promessa do governo de atualiza??o da tabela.

'A ANTT vem intensificando?as fiscaliza??es em seus postos de pesagem com foco na aplica??o da tabela de frete...?Os valores de multas variam de acordo com as autua??es, tamb?m podem variar conforme a dist?ncia a ser percorrida durante a viagem, tipo de ve?culo, entre outros aspectos.?At? o momento foram lavrados cerca de 3 mil autos de infra??o', destacou a autarquia em nota.

CR?TICAS

O diretor-executivo da Associa??o Brasileira do Agroneg?cio (Abag), Luiz Cornacchioni, afirmou que o tabelamento ? negativo 'para o setor do agroneg?cio, para a ind?stria, para o servi?o, para o consumidor', ao causar distor??es na economia de mercado.

'Tivemos majora??o de custo, com o pre?o de frete mais alto. Conclus?o, achatamos as margens... Alguns est?o caminhando para frota pr?pria. Continuo achando que o tabelamento n?o resolveu o problema, pelo contr?rio, criou distor??es no mercado', afirmou ele.

O agroneg?cio brasileiro foi particularmente afetado pelo tabelamento, j? que depende do transporte rodovi?rio para diversas de suas atividades, desde escoamento de safras at? movimenta??o de insumos e ra??es.

Cornacchioni afirmou que a Abag 'est? se movimentando' para contribuir com as discuss?es em audi?ncia p?blica lan?ada pela ANTT para discutir a tabela, que vai at? 24 de maio.

Confira na p?gina do Di?rio Oficial da Uni?o mais detalhes sobre a nova tabela de fretes: http://www.in.gov.br/web/dou/-/resolu%C3%A7%C3%A3o-n%C2%BA-5.842-de-23-de-abril-de-2019-84797092

(Por Jos? Roberto Gomes)