Brasil autoriza grupo de Guaidó a abrir ponto de ajuda humanitária em Roraima
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Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - O governo brasileiro reconheceu nesta segunda-feira a representante do autoproclamado governo interino da Venezuela, Mar?a Teresa Belandria, como embaixadora oficial do pa?s, e autorizou a instala??o de um centro de distribui??o de ajuda humanit?ria em Roraima, na fronteira entre os dois pa?ses, afirmaram os representantes venezuelanos depois de um encontro com o chanceler Ernesto Ara?jo.
Ara?jo, que j? havia se encontrado com Belandria em Washington, onde esteve na semana passada, recebeu desta vez as cartas credenciais e se comprometeu com a instala??o do centro no Estado da Regi?o Norte.
'O governo brasileiro vai se fazer presente n?o apenas com o centro de ajuda, mas com apoio pol?tico, e decidido. Tenho a palavra do senhor chanceler de que me vai acompanhar ao local, quando estiver instalado o centro, para mostrar n?o apenas o apoio atrav?s de toneladas de medicamentos e alimentos, mas o apoio pol?tico', disse Belandria depois do encontro.
O Brasil j? havia reconhecido Guaid? como presidente leg?timo da Venezuela, assim como Estados Unidos, Uni?o Europeia e o Grupo de Lima. Belandria afirmou que ficar? no Brasil, mas deve se concentrar em Roraima, onde, disse, est?o os venezuelanos que precisam de ajuda.
A representante venezuelana n?o ter? acesso ? embaixada do pa?s em Bras?lia, ainda reservada aos representantes do governo de Nicol?s Maduro - mesmo que sem embaixador desde dezembro de 2017. Ao ser perguntada onde seria sua embaixada, respondeu: 'N?s somos a embaixada', apontando para seu grupo. 'N?o precisamos de um pr?dio para ser a embaixada.'
Ara?jo reuniu-se com a representante diplom?tica de Guaid? e com o deputado da Assembleia Nacional Lester Toledo, encarregado da organiza??o do ponto de apoio. Segundo Toledo, a inten??o do grupo de venezuelanos ? ir na pr?xima semana a Roraima para verificar onde o centro poder? ser colocado, em Boa Vista ou Pacaraima, a cidade na fronteira entre os dois pa?ses.
?Agora o governo brasileiro nos deu respaldo total para abrir um segundo caminho para ajuda humanit?ria?, disse Toledo a jornalistas. 'H? dezenas de pa?ses da regi?o, do Grupo de Lima que est?o dispon?veis para trazer as primeiras toneladas de ajuda, mas sem a boa vontade do governo do Brasil seria imposs?vel.'
O grupo de Guaid? j? organizou um primeiro ponto de apoio em C?cuta, na fronteira da Col?mbia com a Venezuela, onde chegaram toneladas de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, Canad? e da pr?pria Col?mbia. No entanto, o governo de Nicol?s Maduro fechou a passagem e n?o permitiu a entrada.
Os venezuelanos agora contam com a passagem tamb?m pelo Brasil. Como mostrou a Reuters, a fronteira brasileira com a Venezuela passa pela terra ind?gena Pemon e os chefes da tribo garantem que permitir?o a passagem por suas terras. Os militares venezuelanos, no entanto, ainda sob as ordens de Maduro, t?m impedido a entrada.
'Como entrar? Com gente, com acompanhamento das pessoas que querem mudan?a', disse Toledo. 'Os soldados sabem que ali naquele carregamento vai comida para seus filhos, vai medicamentos para os enfermos.'
Segundo Belandria, nos pr?ximos dias ela ter? encontros com representantes do governo brasileiro, especialmente dos minist?rios da Sa?de e da Defesa, para trabalhar os detalhes do centro de apoio em Roraima e tamb?m o que o Brasil poderia doar.
Os venezuelanos pediram medicamentos e alimentos mas tamb?m apoio log?stico, transporte e seguran?a.
Doa??es de outros pa?ses devem passar tamb?m pelo Brasil e, segundo Belandria, empresas privadas tamb?m se comprometeram a colaborar.
Escrito por Redação
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