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Governo eleito convida e depois desconvida Cuba e Venezuela para posse presidencial

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Por Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA (Reuters) - Em mais uma sequ?ncia de idas e vindas, o governo eleito convidou e depois desconvidou os governos de Cuba e Venezuela para a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em uma disputa interna que levou ao afastamento do chefe de cerimonial da transi??o, embaixador Paulo Uch?a.

No ?ltimo domingo, o futuro chanceler, embaixador Ernesto Ara?jo, informou em sua conta no Twitter que o Brasil n?o convidaria a Venezuela para a posse --o que foi confirmado logo em seguida pelo pr?prio Bolsonaro, ao falar rapidamente com a imprensa no Rio de Janeiro.

'Ele (Maduro) com certeza n?o vai receber (o convite). Nem ele, nem o ditador que substituiu Fidel Castro... Fidel Castro, n?o, Ra?l Castro', referindo-se a Miguel D?az-Canel, atual presidente cubano.

Na verdade, Maduro e D?az-Canel chegaram a ser convidados, como confirmou o pr?prio Minist?rio das Rela??es Exteriores, em nota.

'Sobre os convites, inicialmente, o Itamaraty recebeu do governo eleito a recomenda??o de que todos os chefes de Estado e de Governo dos pa?ses com os quais mantemos rela??es diplom?ticas deveriam ser convidados e assim foi providenciado. Em um segundo momento, foi recebida a recomenda??o de que Cuba e Venezuela n?o deveriam mais constar da lista, o que exigiu uma nova comunica??o a esses dois governos', informou o Itamaraty.

Nesta segunda-feira, a chancelaria venezuelana publicou em sua conta no Twitter uma c?pia da nota verbal em que o governo foi convidado para a posse e a resposta em que nega o convite.

'A esse respeito, se informa ao Minist?rio das Rela??es Exteriores da Rep?blica Federativa do Brasil que o governo socialista, revolucion?rio e livre da Venezuela n?o assistiria jamais a posse de um presidente que ? a express?o da intoler?ncia, do fascismo e da entrega a interesses contr?rios ? integra??o latino-americana e caribenha', diz a nota venezuelana encaminhada ao Itamaraty.

O governo cubano ignorou a pol?mica.

De acordo com informa??es obtidas pela Reuters, o presidente eleito, depois de conversa com Ernesto Ara?jo, havia decidido n?o convidar os dois pa?ses, a quem tem criticado desde a campanha. A posi??o de Bolsonaro teria mudado, de acordo com fontes, depois de uma reuni?o sobre o cerimonial de posse em que Uch?a teria recomendado que todos os pa?ses com quem o Brasil tem rela??es diplom?ticas fossem convidados, como ? de praxe, porque dificilmente Cuba e Venezuela aceitariam.

O presidente eleito questionou, ent?o, o que fazer se por acaso Nicol?s Maduro ou D?az-Canel resolvessem aparecer, mesmo contra todas as evid?ncias. O embaixador sugeriu ent?o que Bolsonaro, na hora dos cumprimentos, lembrasse as dificuldades de relacionamento entre os dois pa?ses pelo n?o cumprimento de normas internacionais de democracia e direitos humanos. Bolsonaro teria gostado do 'tapa com luva de pelica'.

A posi??o do presidente teria mudado, no entanto, depois de mais uma conversa com Ara?jo. Uch?a foi afastado do cargo e chegou-se a dizer que isso teria acontecido porque o embaixador teria curtido publica??es em redes sociais, na ?poca da campanha, contra Bolsonaro.

A Reuters tentou falar com o futuro chanceler por duas vezes nesta segunda, no Centro Cultural Banco do Brasil, onde se re?ne a equipe de transi??o, mas Ara?jo n?o quis responder qualquer pergunta.

Um novo embaixador, experiente na organiza??o de posses presidenciais, foi chamado do exterior para terminar a organiza??o.

Escrito por Redação

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