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Governo espera assinar acordo com caminhoneiros e embarcadores na próxima semana

Placeholder - loading - 25/02/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
25/02/2015 REUTERS/Paulo Whitaker

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S?O PAULO (Reuters) - O governo federal espera assinar at? o final da pr?xima semana acordo entre caminhoneiros, transportadoras e embarcadores de carga para estabelecer valores definitivos de frete rodovi?rio no pa?s, informou o Minist?rio de Infraestrutura.

A previs?o foi divulgada na noite de quarta-feira, ap?s uma segunda reuni?o da pasta ocorrida na sequ?ncia da repentina suspens?o da nova tabela de fretes, que entrou em vigor na semana passada, mas foi suspensa na segunda-feira em meio a amea?as de greve de caminhoneiros.

A reuni?o da v?spera, realizada com representantes de caminhoneiros, ocorreu um dia depois de um primeiro encontro da pasta com grupo de embarcadores formado principalmente pelo setor do agroneg?cio.

'Ap?s consenso, foi estabelecido que um acordo, que definir? o valor estabelecido para o frete a partir da tabela desenvolvida pela Esalq/USP, ser? assinado entre as tr?s partes. Para isso, 30 representantes do setor participar?o de reuni?es, na pr?xima semana, para determinar o percentual para cada uma das 11 categorias de carga. A expectativa do minist?rio ? que o acordo seja assinado at? o final da pr?xima semana', afirmou o Minist?rio de Infraestrutura.

'A partir desse momento, estabeleceremos um patamar de valor que efetivamente vai ser praticado', afirmou no comunicado o ministro de Infraestrutura, Tarc?sio de Freitas. 'Desse modo, a gente come?a a criar uma cultura de negocia??o e de solu??o de mercado para uma remunera??o justa', acrescentou.

O minist?rio n?o informou quais os valores adicionais de frete ser?o incorporados aos previstos na metodologia da Esalq/USP. A nova tabela de fretes foi elaborada prevendo cobertura de custos fixos e vari?veis dos caminhoneiros, mas sem incorporar eventuais valores de lucro dos motoristas com a atividade.

Consultado pela Reuters, o coordenador adjunto do centro de estudos sobre log?stica da FGV-SP (FGVcelog), Manoel Reis, avaliou como positiva a nova tabela de fretes elaborada pela Esalq, mas o trabalho deixou de fora pontos que seguir?o criando problemas entre quem contrata frete e quem transporta a carga.

'A tabela ? boa...mas a maneira de apliac?-la ? que ? problem?tica. Os caminhoneiros n?o est?o acostumados a negociar margem de lucro. E eles v?o depender da boa vontade das grandes organiza??es contratantes de fretes', disse Reis.

Procurados, representantes da Esalq n?o se manifestaram.

'? preciso criar condi??es para que os caminhoneiros possam negociar essa margem', disse Reis. Ele lembrou que o pa?s ainda atravessa uma crise que agrava um quadro de sobreoferta de transporte, o que coloca os caminhoneiros em situa??o de desvantagem. '? dif?cil esperar que o caminhoneiro conseguir? negociar a margem de lucro', afirmou.

Segundo o coordenador adjunto da FGVcelog, uma nova greve nacional como a que parou o pa?s por 11 dias em maio do ano passado n?o deve ocorrer em breve porque, apesar de os motoristas terem ganhando consci?ncia do poder que possuem, h? uma 'consci?ncia de classe de que quem mais se prejudicou com a paralisa??o foram eles mesmos...Na medida em que se pressiona o mercado por fretes mais caros, o mercado tende a comprar frotas pr?prias e isso diminui ainda mais a demanda pelos aut?nomos', disse Reis. 'Tabelar nunca ? uma boa. S? deu confus?o at? hoje.'

Apenas no primeiro semestre deste ano, as vendas de caminh?es novos no pa?s cresceram 46% sobre um ano antes, para 46,8 mil unidades, segundo dados da associa??o de montadoras de ve?culos, Anfavea. O movimento ocorreu apesar de seguidas revis?es para baixo nas estimativas do mercado para o crescimento do PIB neste ano, atualmente em 0,82%, segundo o boletim Focus, do Banco Central.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

Escrito por Redação

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