Governo interino da Venezuela quer ajuda humanitária via 3 fronteiras para dificultar barreiras de Maduro

Por Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA (Reuters) - O autoproclamado governo interino da Venezuela pretende organizar uma a??o concertada com a ajuda humanit?ria saindo ao mesmo tempo da Col?mbia, do Brasil, e de Aruba ou Cura?ao, no Caribe, para dificultar a a??o do governo de Nicol?s Maduro, que pretende impedir a entrada das doa??es ao pa?s, disse ? Reuters o deputado venezuelano Lester Toledo, coordenador das a??es de ajuda.

'Quando o presidente Guaid? nos der as instru??es nos pr?ximos dias, ele vai anunciar uma data. Nessa data, da Col?mbia, por via mar?tima desde o Caribe, e do Brasil vamos entrar simultaneamente com a ajuda humanit?ria, com um rio humano, com venezuelanos que v?o a fronteira buscar essa ajuda', disse Lester ao sair de um encontro com o ministro da Sa?de, Luiz Henrique Mandetta no final da tarde desta segunda.

Lester disse que a ideia ? fazer uma corrente, com venezuelanos comuns, ONGs, a igreja, para for?ar a entrada dos comboios dentro do territ?rio venezuelano.

N?o h? ainda uma data, mas o deputado venezuelano aponta para no m?ximo duas semanas de espera.

O primeiro ponto de apoio foi formado na quarta-feira da semana passada na Col?mbia, onde toneladas de alimentos e medicamentos j? aguardam para serem enviados ? Venezuela. O governo de Nicol?s Maduro fechou a ?nica ponte vi?ria entre os dois pa?ses, mas duas outras, de pedestres ainda est?o abertas.

No lado brasileiro, as conversas avan?aram nesta segunda-feira com o Itamaraty e o Minist?rio da Sa?de, e devem continuar amanh? com o Minist?rio da Defesa. O governo brasileiro se comprometeu a encontrar um local em que as doa??es possam ser armazenadas em Roraima, garantir a seguran?a e a entrada de doa??es de outros pa?ses da regi?o e da Uni?o Europeia.

'Outros pa?ses se comprometeram a mandar doa??es, mas eu pedi que esperassem at? que pud?ssemos abrir outro ponto de apoio no Brasil', explicou. 'A nossa prioridade ? o tempo. Queremos at? quinta ter a localiza??o. O segundo, ? o volume. ? muita carga que vir? dos Estados Unidos, da Europa, do Grupo de Lima.'

A terceira via dever? sair de uma das ilhas holandesas no Caribe, Cura?ao ou Aruba, para onde o deputado vai nesta ter?a-feira. Segundo contou, ele j? recebeu a autoriza??o do governo holand?s para negociar com os governos locais das duas ilhas, e pretende at? o final da semana ter acertado o terceiro ponto de envio.

Lester disse ainda que a log?stica de recebimento das doa??es, o armazenamento e a seguran?a ficar?o a cargo do governo brasileiro. O transporte dali para a Venezuela ser? tocado por seu grupo. O Brasil deve ainda doar medicamentos e alimentos, dentro do que tem capacidade.

Em uma nota, o Itamaraty confirmou a conversa com os venezuelanos, mas n?o deu detalhes do que foi acertado. De acordo com uma fonte, o governo est? sim a abrir o centro de distribui??o e dar apoio log?stico, no mesmo modelo da Col?mbia. No entanto, sem o mesmo grau de envolvimento dos militares colombianos, que chegaram a se dispor a cruzar a fronteira com os carregamentos.