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Governo não deve forçar barra em comissão da Previdência, diz Ramos

Placeholder - loading - Deputado Marcelo Ramos 25/04/2019 REUTERS/Adriano Machado
Deputado Marcelo Ramos 25/04/2019 REUTERS/Adriano Machado

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Por Eduardo Sim?es

S?O PAULO (Reuters) - Parlamentares aliados ao governo do presidente Jair Bolsonaro n?o devem 'for?ar a barra' ao buscar alterar o parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP) na comiss?o especial da reforma da Previd?ncia, disse nesta segunda-feira o presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PL-AM).

Em entrevista a jornalistas ap?s uma palestra no Banco Ita?, Ramos disse que o relat?rio de Moreira --que desagradou o ministro da Economia, Paulo Guedes-- ? o texto que tem mais chance de obter apoio tanto na comiss?o especial quanto os 308 votos necess?rios para ser aprovado no plen?rio da C?mara.

Ramos disse ainda que o texto de Moreira garante economia pr?xima ao 1 trilh?o de reais em uma d?cada defendida pela equipe econ?mica encabe?ada por Guedes.

'Acho que alguns aspectos da matem?tica s?o incontest?veis. Perto de 1 trilh?o j? est?. O que o governo n?o pode ? querer for?ar a barra para o que ele n?o tem voto. Relat?rio bom ? relat?rio que tem voto. O governo tem seis votos na comiss?o especial e n?o pode achar que com seis votos ele vai conseguir impor a sua vontade', disse Ramos.

O presidente da comiss?o lembrou que at? mesmo o PSL, partido de Bolsonaro, deve apresentar destaques ao texto de Moreira, o que far? com que o processo de vota??o seja mais longo. Ramos disse que o ideal seria que os partidos que concordam com o parecer evitassem apresentar destaques de bancada para acelerar o processo, mas reconheceu que 'h? pouca sensibilidade para isso'.

'Eu imagino que at? o PSL, o partido do presidente, deva gastar os quatro destaques de vota??o em separado que eles t?m, o que ? surreal, mas ? um direito regimental deles', disse o deputado.

Ramos alertou, entretanto, os parlamentares do partido do presidente sobre os riscos de apresentarem destaques que afetem a pot?ncia fiscal da reforma.

'O PSL est? dizendo que vai destacar a emenda que inclui toda a estrutura de seguran?a p?blica --policiais civis, militares, federais, agentes penitenci?rios, vigilantes, guardas municipais-- para votar em separado. O partido do governo vai fazer um destaque desse, com um impacto fiscal enorme sobre a proposta?', indagou.

'Vai que eles destacam e todo mundo diz 'se o governo quer, vamos votar todo mundo ali'. Pronto, voc? desconfigura a reforma. ? preciso ter muita responsabilidade... O partido do presidente vai fazer uma demagogia com determinados setores e todos os outros v?o votar contra? Eles que apresentaram a reforma, v?o ser os bonzinhos e todos os outros v?o votar contra? Eu acho que o partido do presidente tem que ter muito cuidado com o tipo de destaque que eles v?o fazer.'

Mais cedo, em entrevista ap?s se reunir com Bolsonaro, a l?der do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que at? ter?a-feira o governo deve anunciar, por meio do porta-voz da Presid?ncia, general Ot?vio R?go Barros, mudan?as para os policiais federais. A deputada n?o deu detalhes. [nE6N22C05M]

ESFOR?O

O presidente da comiss?o, que fez em S?o Paulo reuni?es com bancos privados --al?m de Ita? tamb?m teve encontros no Santander e no Bradesco-- disse que o esfor?o que vem sendo feito ? para aprovar o parecer de Moreira no colegiado nesta semana, mas fez a ressalva de que existem fatores que podem interferir nesta vontade.

'O esfor?o ? esse, a comiss?o foi toda montada em um calend?rio para tentar concluir nesta semana. Agora, existem fatores que independem do trabalho da comiss?o, fatores de natureza pol?tica, de articula??o do governo, de constru??o de uma maioria segura em torno do relat?rio', disse o deputado.

'Porque eu n?o posso correr o risco de colocar o relat?rio em vota??o e por alguma quest?o mal resolvida do governo com o Parlamento ou interna do Parlamento, ou mesmo do texto do relat?rio, correr o risco de perder uma vota??o que eu teria que nomear um novo relator, abrir um novo prazo para apresenta??o, novo prazo de vistas', acrescentou.

Ramos lembrou, ainda, que se chegou a um acordo com a oposi??o para a etapa de discuss?o do relat?rio de Moreira, mas que ainda n?o h? acordo para o procedimento de vota??o. Ele disse tamb?m que, se n?o houver acordo para a etapa de aprecia??o do parecer, a op??o pode ser por enfrentar a obstru??o da oposi??o para evitar um atraso na vota??o.

Escrito por Redação

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