Governo tem que entender que precisa de votos para fazer reformas, diz presidente do PSL
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Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello
BRAS?LIA (Reuters) - O governo Jair Bolsonaro come?ou a entender que o Poder Legislativo ? um dos pilares da governabilidade, mas precisa se dar conta de que necessita de votos para aprovar as propostas de interesse no Congresso Nacional sem 'aviltar' os seus princ?pios, afirmou o presidente do PSL e deputado federal, Luciano Bivar (PE).
Segundo o dirigente do partido de Bolsonaro, o governo abriu negocia??o com partidos da C?mara para garantir votos para a aprova??o da reforma da Previd?ncia, tendo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, como o interlocutor de conversas com l?deres partid?rios sobre poss?veis indica??es.
?O governo tem que entender que ele precisa dos votos para fazer as reformas que ele quer sem, com isso, se aviltar?, disse o presidente do PSL ? Reuters em entrevista na quarta-feira. ?O governo j? est? entendendo que o Poder Legislativo faz parte da estrutura de governabilidade.?
Bivar reconhece que tanto Bolsonaro quanto os deputados do PSL foram eleitos a partir de um discurso anti-establishment. Mas defende que ? necess?rio entrar no jogo pol?tico sem que a bandeira de campanha impe?a o governo de fazer articula??o pol?tica.
?O grande problema na articula??o pol?tica ? o seguinte, que n?s fomos eleitos numa quest?o de ser contra o establishment, contra o sistema... Ent?o a gente tem um certo respeito tamb?m a esse movimento?, afirmou Bivar. ?Mas nem sempre a regra da pol?tica ? assim, porque se demoniza muito o pol?tico, a articula??o, a troca de cargos.?
Bivar afirmou n?o ver problema em partidos indicarem nomes para cargos no governo, mas se disse contra uma eventual 'porteira fechada' -- pr?tica em que um determinado partido det?m uma pasta para nomear do ministro a escal?es inferiores.
?Claro que os parlamentares t?m suas bases... o pol?tico indica as pessoas de sua base, e o Executivo passa pelo seu detector de tecnicidade?, refor?ou.
Bolsonaro, que est? em viagem aos Estados Unidos, disse em um tu?te nesta quinta-feira que jamais vai abrir m?o dos princ?pios fundamentais que sempre defendeu e com os quais a maioria dos brasileiros sempre se identificou. 'O Brasil pediu uma nova forma de se relacionar com os Poderes da Rep?blica, e assim seguirei, em respeito m?ximo ? popula??o', afirmou.
PREVID?NCIA
Questionado na entrevista ? Reuters sobre a possibilidade de altera??es no texto da reforma da Previd?ncia para facilitar sua aprova??o, como mudan?as no Benef?cio de Presta??o Continuada (BPC) e a aposentadoria rural, Bivar sinalizou ser contra a modifica??o da proposta e comparou a situa??o a uma 'grande salada de frutas'.
'Se cada um quiser tirar a fruta que n?o gosta, n?o vai ter salada. Vai chegar a um ponto que algumas coisas v?o ter que ir para vota??o mesmo contrariando alguns segmentos', afirmou.
O parlamentar aposta na press?o popular para aprovar a reforma e se mostrou otimista inclusive em rela??o ao cronograma de vota??es. Para ele, a Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) ser? votada dentro do calend?rio previsto. A expectativa ? que seja votada ainda em junho na comiss?o especial e que possa seguir para o plen?rio da C?mara em julho.
CONFIAN?A EM MAIA
Ao falar sobre a MP 870, medida editada por Bolsonaro para modificar a estrutura dos minist?rios e mais recente calo do governo no Congresso, Bivar garantiu que ser? aprovada, e que as mudan?as promovidas no texto consideradas como derrotas ao Executivo ser?o revertidas.
Um desses reveses diz respeito ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O texto original da MP transferia o ?rg?o para o Minist?rio da Justi?a, mas durante a discuss?o da medida na comiss?o mista parlamentares devolveram o conselho ? pasta da Economia.
O deputado fia-se principalmente no presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para aprovar a MP na pr?xima semana. Segundo ele, Maia, que j? trocou farpas p?blicas com Bolsonaro, ? um homem ?de muito bom senso?, que n?o tem a inten??o de ?atrapalhar? o governo sobre a vota??o da medida.
A MP perde a validade no dia 3 de junho e ainda ter? de ser votada pelos plen?rios da C?mara e do Senado. Se ela perder a validade --outro temor do governo--, o rearranjo administrativo do in?cio do governo Bolsonaro, com 22 minist?rios, ser? desfeito e, por exemplo, a pasta da Economia voltar? ? configura??o anterior, de Fazenda, Planejamento e Ind?stria e Com?rcio Exterior (MDIC).
Escrito por Redação
SALA DE BATE PAPO