Governo vê tombo recorde de 4,7% para PIB este ano e retorno a nível pré-crise só em 2022
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O Minist?rio da Economia reviu nesta quarta-feira sua proje??o para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 a uma contra??o de 4,7%, contra alta de 0,02% vista em mar?o, num reflexo do profundo impacto da paralisa??o das atividades no pa?s por conta dos esfor?os para desacelerar a dissemina??o do coronav?rus.
'? a maior queda da s?rie hist?ria que come?ou em 1900. Isso por si s? nos mostra a severidade do problema que estamos lidando', afirmou o secret?rio de Pol?tica Econ?mica, Adolfo Sachsida.
Nas contas da Secretaria de Pol?tica Econ?mica (SPE), a recomposi??o para valores pr?-crise, de dezembro de 2019, vir? somente em 2022, num processo de retomada que n?o ser? t?o r?pido como chegou a aventar o ministro da Economia, Paulo Guedes.
'Nossa recupera??o tende a n?o ser em V. Recupera??o tende a ser mais no formato em U', afirmou o secret?rio especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, em coletiva virtual de imprensa.
A revis?o para um tombo superior a 4% havia sido antecipada na v?spera pela Reuters. O novo n?mero pressup?e que as pol?ticas de distanciamento social v?o durar apenas at? o fim de maio.
Caso esses esfor?os de distanciamento se prolonguem at? o final de junho, 'certamente haver? queda maior do que 6% do PIB', pontuou o subsecret?rio de Pol?tica Macroecon?mica, Vladimir Kuhl Teles.
Mais cedo, a SPE estimou que cada semanal adicional de isolamento produz uma perda para a economia de 20 bilh?es de reais.
Para a infla??o medida pelo IPCA, a perspectiva agora ? de alta de 1,77% em 2020, ante expectativa anterior de 3,05%. Nesse caso, os principais respons?veis pelo recuo na estimativa s?o os desempenhos esperados para bens industriais e servi?os.
'O recuo para a proje??o anual n?o ser? maior devido ? acelera??o recente apresentada pelo grupo Alimenta??o no Domic?lio, que engloba, genericamente, alimentos vendidos por mercados e estabelecimentos similares', ressaltou a SPE, em nota.
Os novos dados fazem parte da grade de par?metros que ir? fundamentar a revis?o para o comportamento das contas p?blicas no pr?ximo relat?rio bimestral de receitas e despesas, a ser publicado at? o dia 22.
No boletim Focus mais recente, economistas ouvidos pelo Banco Central pioraram sua expectativa para o PIB neste ano a uma contra??o de 4,11%, contra queda de 3,76% antes. J? o Fundo Monet?rio Internacional (FMI) previu, em abril, uma retra??o de 5,3% para o Brasil em 2020, enquanto o Banco Mundial estimou um recuo de 5%.
Para o primeiro trimestre deste ano, per?odo ainda n?o inteiramente afetado pela crise do coronav?rus, a proje??o da Secretaria de Pol?tica Econ?mica (SPE) ? de recuo de 1,3% do PIB sobre o trimestre anterior.
Para o segundo trimestre, a perspectiva ? de queda de 7% do PIB, seguida por retomada de 3,6% no terceiro trimestre e uma expans?o de 1,7% nos ?ltimos tr?s meses de 2020.
Olhando ? frente, a SPE v? o PIB anual com expans?o de 3,20% em 2021, com o desempenho desacelerando em 2022 a uma alta de 2,60%, seguida por crescimento de 2,5% tanto em 2023 como em 2024.
'Dessa forma, o crescimento para o pr?ximo ano recomp?e parcialmente a recess?o deste ano ... por?m, ainda assim, espera-se que o PIB s? alcance o seu valor pr?-crise em 2022', disse a secretaria.
Em fun??o do mergulho esperado para o PIB neste ano, a equipe econ?mica ir? divulgar na sexta-feira suas novas estimativas fiscais para este ano, que refletir?o uma piora na expectativa de d?ficit prim?rio, d?ficit nominal e endividamento p?blico, adiantou Waldery.
'Resultado prim?rio que n?s estimamos vai ser acima de 7%, possivelmente acima de 8% (de d?ficit em rela??o ao PIB), o mais grave da hist?ria', disse.
POL?TICAS
Sobre as medidas de socorro durante a crise, em especial a dura??o do aux?lio emergencial de 600 reais, os membros da equipe econ?mica ressaltaram na coletiva que as a??es do governo s?o transit?rias, e que foram desenhadas para ter come?o, meio e fim.
'Isso no tempo devido ser? analisado', afirmou Waldery, quanto a eventual extens?o ou reformata??o do aux?lio.
J? em rela??o ao uso de recursos p?blicos para investimentos, o secret?rio especial de Fazenda afirmou que o time de Guedes n?o descarta essa iniciativa, desde que ela seja feita buscando a m?xima efici?ncia.
Sachsida, por sua vez, disse que a eleva??o do investimento p?blico pode ser feita 'pontualmente', mas com respeito ? regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas ao avan?o da infla??o do ano anterior. Para tanto, ? necess?rio que gastos sejam remanejados dentro do Or?amento, destacou ele.
Escrito por Reuters
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