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Partidários de Guaidó deixam embaixada da Venezuela em Brasília

Placeholder - loading - Apoiadores de Nicolás Maduro protestam do lado de fora da embaixada venezuelana em Brasília 13/11/2019 REUTERS/Sergio Moraes
Apoiadores de Nicolás Maduro protestam do lado de fora da embaixada venezuelana em Brasília 13/11/2019 REUTERS/Sergio Moraes

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Por Sergio Moraes e Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA (Reuters) - Os venezuelanos ligados ao autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaid?, e reconhecido como l?der leg?timo da na??o vizinha pelo Brasil, deixaram no final da tarde desta quarta-feira a embaixada do pa?s em Bras?lia, ap?s terem ocupado o local desde a madrugada, aparentemente colocando fim a um impasse que perdurou durante quase todo o dia.

Os aliados de Guaid?, que afirmaram terem tido o acesso liberado por servidores da representa??o diplom?tica, deixaram a embaixada pelos fundos. Foi feito um acordo para que sa?ssem do local e n?o fossem presos, afirmaram funcion?rios da embaixada.

A ocupa??o tempor?ria abriu uma tensa disputa entre aliados de Guaid? com diplomatas partid?rios do presidente venezuelano Nicol?s Maduro que acusou o grupo de invas?o do local.

Em entrevista, o encarregado de Neg?cios do governo de Nicol?s Maduro no Brasil, Freddy Meregote, afirmou que o grupo entrou violentamente na embaixada. 'Violentaram o que representa o territ?rio venezuelano no Brasil', criticou.

O chanceler do governo Maduro, Jorge Arreaza, tamb?m comentou a sa?da do grupo, em sua conta no Twitter.

'Anunciamos que o grupo de pessoas que entrou violentamente em nossa Embaixada em Bras?lia deixou nosso territ?rio e instala??es, pacificamente, pelas autoridades. Agradecemos aos movimentos sociais brasileiros por seu apoio corajoso', afirmou.

J? a embaixadora de Guaid? em Bras?lia, Mar?a Teresa Belandria, disse que orientou a sa?da do grupo e agradeceu o apoio do governo brasileiro.

'N?s passamos instru??es para o grupo na embaixada em Bras?lia para se retirar porque n?o podemos garantir a seguran?a deles em virtude da viol?ncia generalizada dos apoiadores do regime de Maduro', disse Belandria. 'Agradecemos ao governo do presidente Jair Bolsonaro por todo o apoio nessas dif?ceis circunst?ncias.'

'A partir deste momento vamos iniciar junto ?s autoridades brasileiras um processo de negocia??o para que conforme seus interesses e nossos direitos leg?timos vamos estabelecer o mais r?pido poss?vel a nossa sede diplom?tica', acrescentou.

A crise na embaixada brasileira come?ou na v?spera do in?cio da c?pula dos Brics --Brasil, R?ssia, ?ndia, China, ?frica do Sul--, com Bras?lia tomada por um alto grau de seguran?a. A Venezuela promete ser um ponto de diverg?ncia entre os participantes da reuni?o.

Enquanto em anos anteriores havia um acordo na defesa do di?logo com o governo de Maduro, dessa vez o governo brasileiro, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, tem posi??o oposta a China e R?ssia, que ainda mant?m rela??es com Maduro.

OCUPA??O

Mais cedo, a assessoria de Belandria informou que funcion?rios da embaixada liberaram a entrada do ministro-conselheiro do governo interino, Tom?s Silva. Ao ingressar no local, ele e outros membros do grupo de apoio a Guaid? encontraram venezuelanos que moram na representa??o diplom?tica.

Conforme informa??es levantadas pelo Itamaraty, ao saber da entrada do grupo de Guaid?, representantes de Maduro que ainda est?o no Brasil --entre eles o encarregado de neg?cios e o adido militar-- foram at? o local para tentar retir?-los, e a situa??o ficou tensa.

Um diplomata brasileiro foi enviado ao local, junto com o batalh?o Rio Branco --a tropa da Pol?cia Militar do Distrito Federal encarregada da seguran?a das embaixadas-- para tentar mediar a situa??o.

Do lado de fora, houve momentos de tumulto entre simpatizantes de Guaid? e de Maduro.

Manifestantes da Central ?nica dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) --pr?-Maduro-- e pessoas pr?-Guaid? foram para as imedia??es do local, onde foi feito um cord?o de isolamento para impedir que mais pessoas entrassem na representa??o diplom?tica.

AVISO

Belandria afirmou em nota que o Itamaraty foi avisado imediatamente da entrada na embaixada, o que os diplomatas brasileiros negam. O Itamaraty disse que foi avisado apenas na manh? desta quarta, quando enviou um representante para mediar a situa??o.

O governo brasileiro, no entanto, n?o tem jurisdi??o sobre a embaixada, que ? oficialmente territ?rio venezuelano. O ministro das Rela??es Exteriores, Ernesto Ara?jo, discutiu a situa??o com Bolsonaro nesta manh?.

A primeira manifesta??o oficial do governo brasileiro sobre o epis?dio partiu do Gabinete de Seguran?a Institucional (GSI), ligado ? Presid?ncia da Rep?blica. Inicialmente, o GSI negou que Bolsonaro tenha tomado conhecimento e, muito menos, incentivado a invas?o da embaixada por partid?rios de Guaid?. Numa nova vers?o da nota, minutos depois, foi retirada essa men??o aos aliados do autoproclamado presidente venezuelano.

?O presidente da Rep?blica jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invas?o da embaixada da Venezuela?, disse a nova nota.

Em meio a uma intensa agenda de reuni?es dos Brics, do qual ? anfitri?o, o presidente usou sua conta no Twitter para comentar o epis?dio.

'Diante dos eventos ocorridos na embaixada da Venezuela, repudiamos a interfer?ncia de atores externos. Estamos tomando as medidas necess?rias para resguardar a ordem p?blica e evitar atos de viol?ncia, em conformidade com a Conven??o de Viena sobre Rela??es Diplom?ticas', disse.

Embora o governo quisesse se manter publicamente distante do epis?dio, o l?der do PSL na C?mara e filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (SP), divulgou uma mensagem no Twitter do ministro-conselheiro do governo interino, Tom?s Silva, ap?s a entrada na embaixada.

Em outra postagem, ele disse que a representa??o diplom?tica havia mudado 'porque funcion?rios reconheceram Guaid? como presidente leg?timo'.

(Reportagem adicional de Ricardo Brito e Anthony Boadle)

Escrito por Reuters

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