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Guaidó convoca levante na Venezuela, mas militares permanecem leais a Maduro por ora

Guaidó convoca levante na Venezuela, mas militares permanecem leais a Maduro por ora

Redação

30/04/2019

Placeholder - loading - VENEZUELA-CONSOLIDA-QUARTA:Guaidó convoca levante na Venezuela, mas militares permanecem leais a Maduro por ora - Imagem: Reuters
VENEZUELA-CONSOLIDA-QUARTA:Guaidó convoca levante na Venezuela, mas militares permanecem leais a Maduro por ora - Imagem: Reuters

Por Vivian Sequera e Angus Berwick

CARACAS (Reuters) - O l?der da oposi??o na Venezuela Juan Guaid? fez seu apelo mais contundente at? agora para que os militares o ajudem a derrubar o presidente Nicol?s Maduro, mas n?o houve sinais concretos de que as lideran?as nas For?as Armadas tenham mudado de lado.

No in?cio desta ter?a-feira, dezenas de soldados armados acompanhando Guaid? se confrontaram com soldados que apoiavam Maduro em um com?cio em Caracas, e grandes protestos contra o governo nas ruas se tornaram violentos. Mas at? a tarde de ter?a-feira, uma paz inst?vel retornou e n?o havia ind?cios de que a oposi??o planejavam tomar o poder atrav?s de for?a militar.

O Secret?rio de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse ? CNN que 'no nosso entendimento', Maduro chegou a estar pronto para embarcar em um voo para Cuba, pa?s que ? um aliado socialista, mas foi persuadido a permanecer pela R?ssia, pa?s que ? um forte aliado do atual l?der venezuelano.

Maduro n?o fez um discurso formal na ter?a-feira, mas disse pelo Twitter: 'Nervos de a?o! Eu pe?o uma mobiliza??o popular m?xima para assegurar a vit?ria da paz. Venceremos!'.

Ele disse ter falado com a lideran?a militar e que eles haviam mostrado a ele 'sua total lealdade'.

Outros oficiais norte-americanos disseram que tr?s dos principais apoiadores de Maduro --o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o presidente da Suprema Corte, Maikel Moreno, e o comandante da guarda presidencial, Ivan Rafael Hernandez Dala-- estavam em negocia??o com a oposi??o e estariam prontos para apoiar uma transi??o pac?fica de poder.

'Eles negociaram por um bom tempo sobre os meios para restaurar a democracia, mas parece que hoje n?o avan?aremos mais', disse o enviado dos Estados Unidos para a Venezuela Elliott Abrams. O assessor de Seguran?a dos Estados Unidos John Bolton disse: 'Todos concordaram que Maduro tem que sair'. Eles n?o apresentaram evid?ncias desses coment?rios.

O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, rejeitou os coment?rios de Bolton como 'propaganda'.

Cercado de homens uniformizados, Padrino disse em uma transmiss?o que as For?as Armadas continuariam a defender a Constitui??o e 'as autoridades leg?timas', e disse que as bases militares estavam operando normalmente.?Moreno fez um pedido por calma no Twitter.

Guaid? disse em tu?tes que iniciou a 'fase final' de sua campanha para derrubar Maduro, conclamando os venezuelanos e as For?as Armadas a apoi?-lo antes dos protestos planejados para o 1? de Maio.

'O momento ? agora!', escreveu. 'O futuro ? nosso: o povo e as For?as Armadas unidas para p?r um fim' ao tempo de Maduro no governo.

Guaid?, l?der da Assembleia Nacional, invocou a Constitui??o para assumir a Presid?ncia de maneira interina em janeiro, argumentando que a reelei??o de Maduro em 2018 foi ileg?tima. Mas Maduro se manteve no poder apesar do caos econ?mico e do apoio da maioria dos pa?ses ocidentais a Guaid?, al?m de novas san??es dos Estados Unidos e de gigantescos protestos.

MOVIMENTO AUDACIOSO, POR?M ARRISCADO

O ato de ter?a-feira foi o mais ousado de Guaid? at? agora para persuadir os militares a se levantarem contra Maduro. Caso fracasse, isso pode ser visto como uma evid?ncia de que n?o possui apoio suficiente, al?m de ainda encorajar as autoridades, que j? retiraram sua imunidade parlamentar e iniciaram m?ltiplas investiga??es contra ele, a prend?-lo.

Dezenas de milhares de pessoas que faziam uma passeata em Caracas para apoiar Guaid? nesta ter?a-feira entraram em confronto com a tropa de choque na avenida Francisco Fajardo. Um ve?culo blindado da Guarda Nacional avan?ou sobre manifestantes que atiravam pedras e o atingiam.

Setenta e oito pessoas ficaram feridas nos incidentes, a maioria delas atingidas por estilha?os ou balas de borracha, disse o dr. Maggi Santi, do centro de sa?de Salud Chacao em Caracas. Nenhum dos ferimentos foi grave, acrescentou.

A Venezuela est? imersa em uma profunda crise econ?mica apesar de suas vastas reservas de petr?leo. A escassez de alimentos e medicamentos levou mais de 3 milh?es de venezuelanos a emigrarem nos ?ltimos anos.

Em um v?deo em sua conta no Twitter, Guaid? estava acompanhado de homens em uniformes militares e do pol?tico Leopoldo L?pez, uma apari??o p?blica surpresa de um homem que tem estado em pris?o domiciliar desde 2017.

O ministro das Rela??es Exteriores do Chile disse mais tarde nesta ter?a-feira que L?pez e sua fam?lia estavam na resid?ncia diplom?tica chilena.?Mais tarde, o chanceler chileno, Roberto Ampuero, informou que o pol?tico venezuelano havia ido para a embaixada da Espanha em Caracas.

QUEM APOIA QUEM?

A crise tem colocado os aliados de Guaid?, incluindo os Estados Unidos, Brasil, a Uni?o Europeia, e a maioria dos pa?ses latino-americanos, contra os aliados de Maduro, que incluem a R?ssia, Cuba e a China.

A Casa Branca se recusou a comentar se o governo dos EUA sabia com anteced?ncia sobre os planos de Guaid?.

Carlos Vecchio, o enviado de Guaid? aos Estados Unidos, disse a jornalistas em Washington que o governo Trump n?o ajudou a coordenar os eventos de ter?a-feira. 'Esse ? um movimento liderado pelos venezuelanos', disse.

Mas o ministro das Rela??es Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que os eventos haviam sido 'diretamente planejados' por Washington, sem apresentar evid?ncias concretas.

O ministro das Rela??es Exteriores da R?ssia acusou a oposi??o venezuelana de recorrer ? viol?ncia no que chamou de uma tentativa descarada de promover confrontos entre as For?as Armadas do pa?s.

A Organiza??o das Na??es Unidas (ONU) e outros pa?ses exigem di?logo e uma solu??o pac?fica para a situa??o venezuelana.

(Reportagem de Angus Berwick, Vivian Sequera, Corina Pons, Mayela Armas, Deisy Buitrago, e Luc Cohen em Caracas; reportagem adicional de Matt Spetalnick, Patricia Zengerle, Lesley Wroughton e Roberta Rampton em Washington; Madeline Chambers em Berlim; e Michelle Nichols nas Na??es Unidas)

((Tradu??o Reda??o S?o Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC

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