Guedes admite usar reservas internacionais em caso de dólar em torno de R$5
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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O economista Paulo Guedes, indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para ser ministro da Fazenda, negou nesta ter?a-feira que planeje usar as reservas internacionais do pa?s, a n?o ser no caso de um 'ataque especulativo' que fizesse o d?lar se aproximar de 5 reais, situa??o em que poderia usar 100 bilh?es de d?lares.
Questionado sobre o uso das reservas, Guedes explicou que o tema foi abordado durante um 'overshooting' da moeda norte-americana, que chegou a superar o patamar de 4,20 reais antes do primeiro turno da elei??o presidencial.
'O que existe hoje sobre venda de 100 bilh?es de d?lares ? que, se houver uma crise especulativa, n?o tem problema nenhum e vai acelerar nosso ajuste fiscal. Se o d?lar vier para 4,50 ou 5 reais, vamos vender 100 bilh?es dentro da pol?tica de esteriliza??o', disse o economista a jornalistas ao chegar para encontro do n?cleo do futuro governo com o presidente eleito.
O jornal Valor Econ?mico publicou nesta ter?a-feira que Guedes prop?s a redu??o das reservas internacionais durante discuss?es internas da equipe do governo eleito, alegando que n?o faz sentido o Brasil manter n?vel t?o elevado de reservas cambiais, principalmente porque o custo de carregamento ? muito alto.
De acordo com os dados mais recentes do Banco Central, o estoque das reservas atual ? de 381,7 bilh?es de d?lares.
Guedes, no entanto, destacou que a conversa ocorreu h? mais de um m?s e n?o se aplica ao momento atual.
'Isso (vender reservas) n?o vai se fazer... se houver crise especulativa n?s n?o temos medo e pode vir. Se tiver crise especulativa e botarem o d?lar a mais de 4 e perto de 5 reais, vamos reduzir d?vida interna. Agora, vender reservas sem crise, para qu???, acrescentou.
O futuro ministro da Fazenda disse ainda que o governo de Bolsonaro vai trabalhar para aprovar no Congresso projeto para dar independ?ncia ao Banco Central, com diretores e presidente do BC com mandatos definidos e n?o coincidentes com o per?odo do mandato do presidente da Rep?blica.
?Os mandantes s?o n?o coincidentes e essa ? a ess?ncia da independ?ncia?, afirmou.
O economista tamb?m defendeu a perman?ncia de Ilan Goldfajn como presidente do BC, dizendo que seria algo natural, mas acrescentou que essa possibilidade ainda n?o est? definida.
PREVID?NCIA
Paulo Guedes aproveitou, ainda, para esclarecer declara??es do futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que disse n?o ver necessidade de pressa para aprovar uma reforma da Previd?ncia.
?Voc?s est?o assustados porque ? pol?tico falando de economia, ? o mesmo que eu sair falando de pol?tica. N?o vai dar certo?, disse.
O indicado para liderar a economia no pr?ximo governo reiterou que realizar a reforma da Previd?ncia ? uma prioridade, lembrando que controlar os gastos p?blicos ? uma necessidade para o pa?s. Segundo ele, ser? proposta a cria??o de um novo regime previdenci?rio no modelo da capitaliza??o, mas tamb?m ? necess?rio corrigir erros do regime atual.
?Temos que controlar os gastos p?blicos, e o d?ficit est? galopante... eu digo: aprovem a reforma da Previd?ncia?, afirmou. ?N?s vamos criar uma nova Previd?ncia com regime de capitaliza??o, mas tem um Previd?ncia antiga que est? a? e ? preciso consertar e corrigir os problemas da atual. Nossa Previd?ncia ? um avi?o com cinco bombas a bordo a explodir a qualquer momento.?
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
Escrito por Redação
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