Guedes sugere menor resistência de Bolsonaro sobre privatizar Petrobras
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Por Jos? de Castro
S?O PAULO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que n?o foi 'atingido' em sua autonomia no epis?dio em que o presidente Jair Bolsonaro agiu para evitar alta do pre?o do diesel pela Petrobras, acrescentando que Bolsonaro 'levantou a sobrancelha' sobre o tema de privatizar a petrol?fera, num indicativo de menor resist?ncia a essa ideia.
Segundo o ministro, em entrevista ? GloboNews na noite de quarta-feira, caminhoneiros dos Estados Unidos e da Europa n?o pressionam os respectivos governos por causa de aumentos de pre?os de combust?veis na esteira da valoriza??o do barril do petr?leo.
Guedes afirmou ainda que, no meio desse debate, Bolsonaro lhe enviou mensagem destacando maior concorr?ncia no mercado de combust?veis nessas regi?es, enquanto no Brasil aparece apenas 'uma bandeirinha, a da Petrobras'.
'Acho que ele (Bolsonaro) quis dizer alguma coisa com aquilo ali (a mensagem)', disse o ministro, citando que h? 'cinco bancos, seis empreiteiras, uma produtora de petr?leo e refinaria, tr?s distribuidoras de g?s. E tem 200 milh?es de patos'.
Perguntado se o presidente Bolsonaro est? mais pr?ximo de concordar com a privatiza??o da Petrobras, Guedes respondeu que n?o. 'Isso seria um salto muito grande.' Por?m, o ministro admitiu que o presidente considerou essa possibilidade para uma 'estatal em particular', sem dar detalhes.
'ESTAMOS PREPARADOS PARA CEDER'
O ministro da Economia reconheceu que o texto da reforma da Previd?ncia 'realmente' n?o deveria tratar de idade de aposentadoria compuls?ria de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que o governo 'est? preparado para ceder em algumas coisas e em outras, n?o'.
Ao mesmo tempo, Guedes admitiu ser 'evidente' que recuar em v?rios pontos --como BPC, regime de capitaliza??o e idade de aposentadoria das mulheres-- 'enfraquece' a estrat?gia da equipe econ?mica em rela??o ? reforma previdenci?ria.
Guedes disse que o mercado est? 'errado' em calcular que a reforma a ser aprovada implicar? economia entre 600 bilh?es e 700 bilh?es de reais, bem abaixo do valor de cerca de 1 trilh?o de reais defendido por ele. 'Acho que vai ser substancialmente maior que 600 bilh?es, 700 bilh?es de reais.'
O ministro se disse 'absolutamente tranquilo' em rela??o a riscos de desidrata??o da mat?ria.
Para Guedes, o presidente Jair Bolsonaro vai entrar 'com mais peso' na articula??o pela reforma ? medida que 'a coisa ganhar velocidade'. 'Acho que a coordena??o pol?tica est? melhorando.?
O ministro foi questionado sobre o que seria depend?ncia excessiva da reforma da Previd?ncia como catalisador de crescimento para o pa?s e disse que h? uma s?rie de medidas 'extraordinariamente fortes e positivas', como choque de energia barata e pacto federativo, que est?o prontas.
Guedes foi questionado sobre a autonomia do governo para antecipar a Estados e munic?pios a distribui??o de recursos que entrar?o no caixa da Uni?o ap?s leil?o do excedente do pr?-sal, j? que o presidente da C?mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem dito que a decis?o passa pelo Congresso. Na resposta, o ministro foi enf?tico: 'O presidente Rodrigo Maia pode fazer o que ele quiser, porque ele ? o presidente da C?mara. Estou dizendo que juridicamente n?o tem Congresso no contrato.'
O ministro disse ainda que acabaria com a Ag?ncia Brasileira de Promo??o de Exporta??es e Investimentos (Apex) se a entidade deixasse o Itamaraty e passasse para o guarda-chuva da Economia. 'A Apex ? redundante', afirmou.
Por fim, Guedes disse o governo vai criar uma superintend?ncia de controle para rever a governan?a de fundos de pens?o, alguns dos quais afetados por perda de recursos devido ? m? gest?o. Guedes afirmou que a candidata para chefiar a ag?ncia ? a economista Solange Paiva Vieira, atual superintendente da Superintend?ncia de Seguros Privados (Susep), vinculada ao minist?rio.
Escrito por Redação
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