Há suspeita de ação orquestrada em queimadas na Amazônia, diz Raquel Dodge
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Por Ricardo Brito
BRAS?LIA (Reuters) - A procuradora-geral da Rep?blica, Raquel Dodge, afirmou nesta segunda-feira que h? uma 'suspeita de a??o orquestrada' nas a??es que levaram a queimadas na regi?o amaz?nica e que isso justificou determina??o dela para abrir inqu?rito a fim de identificar e punir os respons?veis pelos atos criminosos.
'H? suspeita a??o orquestrada, h? suspeita de uma atua??o que foi longamente cultivada para chegar a esse resultado. O que n?s percebemos da conversa de hoje ? que h? sinais disso, h? elementos que justificam a abertura de inqu?rito para investigar e punir os infratores', disse Dodge, em entrevista ap?s se reunir em Bras?lia com representantes do Minist?rio P?blico Federal e de Estados que comp?em o bioma.
A procuradora-geral anunciou que o inqu?rito vai apurar incentivos de quem realizou queimadas em terras federais e em unidades de conserva??o federal. Ela n?o quis adiantar quantos suspeitos est?o na mira das investiga??es porque o foco das queimadas ? grande e ele ocorreu em v?rios munic?pios de v?rios Estados que comp?em a Amaz?nia Legal.
Dodge disse que os ramos do Minist?rio P?blico decidiram criar uma frente pela Amaz?nia com o objetivo de adotar a??es coordenadas e preventivas em rela??o ? floresta. Questionada se discursos radicais e cortes de or?amento levam a um favorecimento de a??es criminosas na regi?o, ela n?o respondeu e disse apenas que o Minist?rio P?blico est? 'olhando para a frente'.
DESMATAR CUSTA CARO
O procurador da Rep?blica Joel Bogo, presente ao encontro e que atua no Acre, disse em entrevista que j? h? diversos inqu?ritos instaurados pela for?a-tarefa do MPF na Amaz?nia nos quais grandes pecuaristas j? foram alvos de investiga??o e que h? organiza??es criminosas que foram denunciadas.
Segundo Bogo, ? preciso avan?ar e identificar outros grupos criminosos. Ele destacou que realizar queimadas custa caro.
'Desmatamento ilegal de grandes propor??es ? praticado sim por agentes do crime organizado, inclusive pela capitaliza??o, desmatamento custo caro, n?o se desmata sem capital, sem recursos', disse, ao citar que, para desmatar mil hectares, a despesa ? de 1 milh?o de reais.
O coordenador da C?mara de Meio Ambiente do MPF, subprocurador-geral N?vio de Freitas, foi na linha do colega do Acre sobre o custo elevado do desmatamento e disse que a pr?tica n?o ajuda os agricultores de modo geral.
'Essa n?o ? uma quest?o de atua??o em prol da agricultura, at? porque essas pessoas que fazem isso elas v?o contra os interesses dos agricultores que atuam dentro da legalidade, ? um momento grav?ssimo', disse.
Freitas descartou a participa??o de organiza??es n?o-governamentais nas queimadas da regi?o, suspeita levantada pelo presidente Jair Bolsonaro dias atr?s.
'Se h? uma coisa que n?o h? indicativo, n?o h? indicativo nenhum, pelo contr?rio, as ONGs atuam em colabora??o com os ?rg?os p?blicos', disse.
'Normalmente n?o s?o produtores rurais, s?o pessoas criminosas que desmatam a Amaz?nia, tocam fogo no af? de posteriormente conseguir legitimar essas terras', completou.
Escrito por Redação
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