Haddad diz que Bolsonaro é contraditório ao votar contra o trabalhador e oferecer 13º para Bolsa Família
Haddad diz que Bolsonaro é contraditório ao votar contra o trabalhador e oferecer 13º para Bolsa Família
Redação
11/10/2018
BRAS?LIA (Reuters) - O candidato ? Presid?ncia pelo PT, Fernando Haddad, considerou uma ?contradi??o? o fato de seu advers?rio Jair Bolsonaro (PSL) ter criticado durante anos o Bolsa Fam?lia e seus benefici?rios e agora prometer a concess?o de um d?cimo terceiro para o programa.
O petista argumentou que Bolsonaro, em 28 anos de atua??o na C?mara dos Deputados, aprovou pautas prejudiciais aos trabalhadores e passou quase uma d?cada ?batendo? no programa Bolsa Fam?lia.
?Se tem algu?m que criticou o Bolsa Fam?lia e, de certa maneira, humilhou os seus benefici?rios ao longo dos ?ltimos dez anos, foi o meu advers?rio. A? n?o ? fake news. Basta ver na internet as frases que ele pronuncia sobre nordestinos que recebem o Bolsa Fam?lia?, disse Haddad a jornalistas.
?H? uma contradi??o muito grande entre o que ele fez na vida nos 28 anos. Ele est? h? 28 anos na C?mara e s? vota contra o trabalhador. Tudo o que ele faz ? votar contra o trabalhador. Votou contra a pessoa com defici?ncia, votou contra o trabalhador na reforma trabalhista... e agora quer dar um cavalo de pau e dizer que defende os pobres??, afirmou.
A entrevista do petista estava originalmente prevista para ocorrer na porta da sede da Confer?ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ap?s reuni?o com o secret?rio-geral da entidade, dom Leonardo Steiner.
Mas o local da entrevista foi alterado de ?ltima hora, ap?s dois militantes do candidato Jair Bolsonaro (PSL) chegarem ao local, afirmando que o petista supostamente pegaria dinheiro dos ?fi?is? para transferir a ?ONGs abortistas?. Os apoiadores de Bolsonaro chegaram, inicialmente, a seguir o comboio de Haddad.
Durante o encontro na CNBB, Haddad reafirmou pontos de seu programa de interesse dos cat?licos, entre eles o combate ? cultura da viol?ncia, o fortalecimento da democracia e suas institui??es, o fortalecimento de ?rg?os de combate ? corrup??o, dando autonomia e recursos para?a Pol?cia Federal, o Minist?rio P?blico e o Poder Judici?rio, a prote??o do meio ambiente e o compromisso com a vida, uma das quest?es mais caras aos eleitores religiosos.
O candidato aproveitou o encontro com a entidade para fazer um apelo a fi?is que chequem as informa??es que recebem, principalmente via redes sociais, antes de repass?-las. Haddad argumentou que as pessoas est?o sendo ?bombardeadas? com informa??es falsas e voltou a negar que tenha ocorrido a distribui??o de ?material impr?prio? para crian?as nas escolas p?blicas.
?Jamais houve distribui??o de material impr?prio para escolas, e se tivesse acontecido, jamais teria recebido o aval de professoras e diretoras?, afirmou.
?Temos que ganhar a elei??o por meio do melhor projeto, do melhor argumento e n?o atacando a honra das pessoas com informa??es falsas?, defendeu Haddad. ?Usar mentira para ganhar a elei??o n?o me parece recomend?vel no Estado de Direito.?
Em nota, o secret?rio-geral da CNBB afirmou que ?? comum? receber candidatos em per?odo eleitoral que solicitem agenda. Acrescentou ainda que a Confer?ncia n?o tem ?partido e nem candidato?.
?O candidato exp?s suas propostas de governo e sua preocupa??o com o Brasil. Da minha parte, abordei com o candidato assuntos que preocupam os bispos do Brasil: a n?o legaliza??o do aborto, a prote??o do meio ambiente, aten??o especial ? quest?o ind?gena e quilombola, a defesa da democracia e o combate rigoroso ? corrup??o.?
CHANCES
Questionado sobre a pesquisa Datafolha divulgada na ?ltima quarta-feira, Haddad disse que tem chance de chegar a 50 por cento dos votos v?lidos at? o dia 28 de outubro, data da vota??o do segundo turno da elei??o presidencial.
O petista lembrou que saiu de apenas 4 por cento de inten??es de voto no in?cio da campanha, h? 30 dias, e que agora est? com 42 por cento, segundo a pesquisa, que aponta Jair Bolsonaro (PSL) com 58 por cento dos votos v?lidos.
Haddad entrou formalmente na corrida presidencial apenas quando a candidatura do ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa.
O candidato do PT declarou ainda, que sua campanha est? preparando um estrat?gia para o segundo turno, verificando como aproveitar tempo de TV e disposta a confrontar o seu projeto com o de Bolsonaro.
Haddad agradeceu os apoios declarados ? sua candidatura, como a do advers?rio no primeiro turno Ciro Gomes (PDT), de governadores e de partidos, como o PSB, e disse acreditar que ?as for?as democr?ticas est?o ganhando impulso neste segundo turno?.
O petista defendeu ainda que o pa?s ?merece? um debate, em refer?ncia ? aus?ncia de Bolsonaro nos ?ltimos debates televisivos no primeiro turno das elei??es e ? j? anunciada n?o participa??o nos primeiros debates previstos do segundo turno, por orienta??o m?dica.
?Eu sou leigo, mas me parece contradit?rio a pessoa n?o poder debater mas poder dar entrevista, porque a entrevista ? um debate com um jornalista?, argumentou. ?Qual a diferen?a de debater com jornalista e debater com advers?rio?, disse Haddad, acrescentando que ? professor e que ir? tratar o concorrente com ?defer?ncia?.
??s vezes jornalista ? mais duro que um advers?rio.?
Na quarta-feira, Bolsonaro disse que passar? por uma nova avalia??o m?dica na pr?xima semana e que estar? dispon?vel para comparecer a dois debates. O candidato do PSL permanece com restri??es impostas pelos m?dicos ap?s passar por duas cirurgias e permanecer hospitalizado por 23 dias em consequ?ncia de um facada sofrida durante ato de campanha no m?s passado em Juiz de Fora (MG).
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
Redação