Haddad diz que responsabilidade agora é fazer oposição pelo interesse dos brasileiros
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Por Lisandra Paraguassu
S?O PAULO (Reuters) - Derrotado por Jair Bolsonaro no segundo turno da elei??o presidencial, o candidato do PT ? Presid?ncia, Fernando Haddad, afirmou na noite deste domingo que continuar? na luta pelo pa?s e que agora a sua responsabilidade e a de seu partido ? fazer uma oposi??o que busque colocar os interesses dos brasileiros acima de tudo.
'Temos a responsabilidade de fazer uma oposi??o e colocar os interesses dos brasileiros acima de tudo. Temos que ter compromisso de manter a democracia e n?o aceitar provoca??es e amea?as', disse Haddad em seu primeiro pronunciamento depois de anunciado o resultado que deu a vit?ria ? Bolsonaro.
'Parafraseando o hino nacional, a na??o ver? que um professor n?o foge ? luta, nem teme quem adora a liberdade a pr?pria morte. Nosso compromisso ? um compromisso de vida com esse pa?s', disse.
Haddad acompanhou a apura??o em um apartamento de um hotel em S?o Paulo apenas com a fam?lia -a esposa, Estela, os dois filhos, Ana Carolina e Frederico, a m?e Norma e duas irm?s, L?cia e Priscila- enquanto na sala ao lado coordenadores de campanha, dirigentes do PT e parlamentares tamb?m esperavam.
De acordo com uma fonte, o clima ficou ruim assim que o resultado na pesquisa de boca de urna do Ibope mostrou a vit?ria do candidato do PSL com uma diferen?a de 12 pontos percentuais.
Ao saber do resultado, o ex-prefeito de S?o Paulo quebrou seu pr?prio protocolo: decidiu n?o telefonar para cumprimentar Bolsonaro pela vit?ria.
'N?o vai ligar, porque n?o ? uma rela??o de uma campanha normal. Ele foi pessoalmente ofendido por Bolsonaro', disse Em?dio de Souza, um dos coordenadores da campanha.
Haddad desceu para um pronunciamento pouco depois das 20h, acompanhado da fam?lia e de boa parte dos principais nomes do PT, que se colocaram atr?s do candidato em uma demonstra??o de uni?o. Junto com Haddad, sua candidata ? vice, Manuela D'?vila, e o ex-candidato do PSOL ? Presid?ncia, Guilherme Boulos.
Em sua fala, o petista lembrou que 45 milh?es de pessoas, muitas sem liga??es com partidos, associa??es ou organiza??es sociais, rejeitaram o nome de Bolsonaro e votaram nele.
'Uma parte expressiva do povo brasileiro precisa ser respeitada nesse momento. Diverge da maioria, tem outro projeto de governo na cabe?a e merece respeito', disse Haddad. '? uma tarefa enorme defender o pensamento e a liberdade desses 45 milh?es.'
Sempre cobrado pela necessidade de um mea culpa do partido que governou o pa?s por 13 anos, o ex-prefeito de S?o Paulo tratou da necessidade de se 'reconectar com as bases'.
'Temos que fazer uma profiss?o de f? de que vamos continuar nossa caminhada, nos reconectando com as bases, com os pobres desse pa?s. Retecer um programa de na??o que ir? sensibilizar o pa?s', afirmou.
Desde o final da tarde o clima onde o PT escolheu para acompanhar a apura??o era tenso. Dirigentes do partido mostravam um 'otimismo cauteloso' para n?o aceitar a derrota iminente, mas parecia claro que os gritos de 'vamos virar', com que Haddad foi recebido, eram apenas um esfor?o ret?rico.
A divulga??o da pesquisa boca de urna e, em seguida, dos primeiros resultados oficiais, deixou o sagu?o do hotel em um sil?ncio desconfort?vel, s? quebrado muito tempo depois, para cantar a chegada de Haddad no sal?o e chamar Bolsonaro, que aparecia no tel?o em um pronunciamento, de fascista.
Escrito por Redação
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