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Homem é morto pela polícia após manter 37 reféns por quase 4 horas em ônibus na ponte Rio-Niterói

Placeholder - loading - Policiais bloqueia ponte Rio-Niteroi  20/8/2019 REUTERS/Ricardo Moraes
Policiais bloqueia ponte Rio-Niteroi 20/8/2019 REUTERS/Ricardo Moraes

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Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um homem foi morto pela Pol?cia Militar do Rio de Janeiro depois de sequestrar um ?nibus executivo com 37 passageiros nesta ter?a-feira na ponte Rio-Niter?i por quase quatro horas, em um epis?dio que parou o tr?nsito na principal liga??o entre as duas cidades, informou a Pol?cia Militar.

O sequestrador foi atingido por atiradores de elite que estavam posicionados desde cedo perto do ?nibus. Um porta-voz da PM disse que nenhum ref?m ficou ferido. Alguns ref?ns foram liberados durante as negocia??es.

Segundo as autoridades do Rio de Janeiro, o sequestrador foi levado para um hospital ap?s ser baleado, mas chegou com parada cardiorrespirat?ria e n?o resistiu.

O comandante do Batalh?o de Opera??es Especial da PM, o Bope, tenente-coronel Maurilio Nunes, n?o revelou quantos disparos foram feitos pelos atiradores de elite posicionados no local do sequestro.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse que uma psic?loga que esteve envolvida nas negocia??es relatou dist?rbios do sequestrador e sinais de desequil?brio.

?Vamos ouvir familiares, ref?ns para entender que tipo de motivo levou essa pessoas praticar esse ato... Durante a negocia??o, ele demonstrou uma perturba??o mental e dizia que queria parar o Estado?, disse o governador em coletiva na sede do governo do Rio de Janeiro, poucas horas depois do sequestro.

Ele esteve no local do crime logo ap?s o desfecho e, ao descer do helic?ptero, vibrou com o resultado da opera??o. O governador tem defendido que a pol?cia dispare contra pessoas que portam fuzis e tem sido criticado --e rebatido as cr?ticas-- por organiza??es de defesa dos direitos humanos.

Em entrevista aos jornalistas ainda no local, Witzel comemorou o resultado da a??o, embora tenha reconhecido que n?o foi o melhor, j? que o sequestrador foi morto.

?Primeiro eu quero agradecer a Deus por essa solu??o que, infelizmente, n?o era a melhor poss?vel. O ideal ? que todos sa?ssem com vida, mas n?s tivemos que tomar a decis?o de salvar os ref?ns. Primeira preocupa??o nossa ? salvar os ref?ns, rapidamente solucionar o problema. O que n?s assistimos foi um trabalho muito t?cnico da Pol?cia Militar. A todo tempo eu fiquei monitorando para fazer o meu trabalho como governador?, disse.

?N?s n?o queremos que ningu?m morra, mas algu?m que est? numa situa??o como essa, a pol?cia vai agir com rigor e n?o vai ter leni?ncia com quem coloca em risco a vida de outras pessoas?, adicionou ele, que disse que se reuniu com os ref?ns ainda na ponte e, com eles, fez uma ora??o pelo sequestrador morto.

Mais tarde, na coletiva na sede do governo, Witzel justificou o fato de ter vibrado ao descer do helic?ptero logo depois do desfecho do sequestro.

?N?o pude me conter, porque estava celebrando as 37 vidas salvas e n?o a morte de uma pessoa?, afirmou na coletiva no Pal?cio Guanabara.

O governador aproveitou o caso do sequestro para voltar a defender que os policiais abatam pessoas que portem fuzis em comunidades, ap?s cr?ticas recentes por causa de casos em que inocentes foram mortos em a??es policiais em favelas.

?Algumas pessoas ?s vezes n?o entendem o trabalho da pol?cia que, ?s vezes, tem que ser dessa forma. Se n?o tivesse abatido este criminoso, muitas vidas n?o seriam poupadas. Isso est? acontecendo nas comunidades, eles est?o de fuzil nas comunidades, aterrorizando as comunidades, isso ? o que a gente viu?, disse aos jornalistas ainda no local do crime.

?Se a pol?cia puder fazer o trabalho dela, de abater quem estiver de fuzil, tantas outras v?timas ser?o poupadas?, acrescentou.

Na sede do governo, Witzel afirmou que pretende ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de reinterpreta??o do C?digo Penal sobre portadores de armas de fogo sem autoriza??o. Ele quer que os agentes de seguran?a tenham autoriza??o para atirar em pessoas nesta situa??o. Hoje, de acordo com o governador, os agentes s? podem atuar em rea??o a uma a??o dos criminosos.

?Muitas vidas ser?o poupadas se chegarmos a esse conclus?o. Hoje ainda h? doutrinadores no direito penal que entendem que s? pode ser abatido quem estiver apontando fuzil para a pol?cia e atirando', declarou ele.

?Entendo que a injusta agress?o ocorre no momento que voc? est? apontando o fuzil e a? est? colocando a sociedade em risco. Ele tem que ser abatido e isso n?o ? pena de morte... n?o podemos esperar o bandido usar o fuzil. Devemos ingressar como um medida judicial junto ao Supremo para extrairmos esse entendimento, independentemente de mudan?a na legisla??o. Tem que ter uma posi??o jurisdicional?, complementou o governador

?NIBUS 174

Em Bras?lia, ao deixar o Pal?cio da Alvorada enquanto o sequestro ainda estava em andamento, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso de atiradores de elite em casos como o do sequestro na ponte Rio-Niter?i.

Ele lembrou o caso do sequestro do ?nibus 174, em 2000, tamb?m no Rio de Janeiro, quando uma v?tima foi morta no momento em que a PM tentou disparar contra o sequestrador, que foi posteriormente morto sob cust?dia da pol?cia.

?N?o foi usado o sniper. O que aconteceu? Morreu uma professora inocente, e depois esse vagabundo morreu no cambur?o. Os policiais no cambur?o foram submetidos a j?ri popular. Foram absolvidos por 4 a 3. Quase voc? bota alguns policiais, condena a 12, 30 anos de cadeia, por causa de um marginal como aquele do sequestro do 174. N?o tem que ter pena?, disse Bolsonaro.

O sequestro desta ter?a come?ou pouco antes das 6h, e o sequestrador portava um l?quido inflam?vel, um rev?lver, uma faca e uma arma de choque el?trico, segundo informou inicialmente a Pol?cia Rodovi?ria Federal. Mais tarde, as autoridades revelaram que a arma era falsa e que o criminoso espalhou pelo ?nibus garrafas pet com l?quido inflam?vel e segurava um isqueiro na m?o.

O epis?dio mobilizou negociadores da tropa de elite da PM, agentes da Pol?cia Rodovi?ria Federal, homens da defesa civil e dos Bombeiros e da concession?ria da ponte Rio-Niter?i.

(Reportagem adicional de Eduardo Sim?es, em S?o Paulo)

Escrito por Redação

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