Economia do Brasil perde força no fim de 2019 e cresce 0,89%, aponta BC
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Por Camila Moreira
S?O PAULO (Reuters) - A atividade econ?mica do Brasil terminou 2019 com expans?o abaixo do esperado, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, com os n?meros consolidando a percep??o capturada por outros indicadores no sentido de perda de vigor da economia no fim do ano passado.
O ?ndice de Atividade Econ?mica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), aumentou 0,89% no ano passado, em n?meros observados, ap?s expans?o de 1,34% em 2018.
O IBC-Br e o n?mero oficial das Contas Nacionais possuem metodologias de c?lculo diferentes. Mas, de toda forma, a leitura mais fraca do ?ndice do BC em 2019 indica um ritmo de atividade mais lento que o esperado pelo mercado para o PIB, que, pela mais recente pesquisa Focus do BC, deve ter crescido 1,12% no ano passado.
Em dezembro, o IBC-Br apresentou recuo de 0,27% em rela??o ao m?s anterior, em dado dessasonalizado, no segundo m?s seguido de perdas e um pouco pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de contra??o de 0,23%.
Os dados do BC mostraram um cen?rio ainda mais sombrio para a economia no final do ano passado, j? que houve revis?o da taxa de novembro para uma queda de 0,11% sobre o m?s anterior, depois de alta relatada anteriormente de 0,18%.
'O que vale destacar ? a revis?o de novembro. Apesar de termos um varejo recuperando o n?vel da atividade brasileira, a economia ainda apresenta uma certa fragilidade de recupera??o', disse o economista da CM Capital Markets Alexandre Almeida.
Com isso, o IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com crescimento de 0,46% sobre o terceiro, em n?mero dessasonalizado. A leitura mostra que a atividade chegou a se recuperar das perdas de 0,43% nos tr?s primeiros meses do ano, subindo 0,06% no segundo trimestre e 0,63% entre julho e setembro, mas voltou a perder for?a nos ?ltimos tr?s meses.
'De fato a desacelera??o ? preocupante. O fechamento de 2019 traz um pouco de cautela para 2020. Conforme essas leituras de atividade v?o frustrando as expectativas, o que pode acontecer ? que cada vez mais as proje??es para 2020 sejam reajustadas para baixo', completou Almeida, cuja expectativa de crescimento de 2% do PIB para este ano est? sob revis?o.
CHOQUES EM 2019
O ano de 2019 come?ou com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), o que afetou sobremaneira o setor extrativo. Foi marcado ainda por infla??o e juros baixos e libera??o de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Servi?o (FGTS) e recupera??o ainda gradual do mercado de trabalho.
A economia come?ou a dar sinais de ?nimo conforme alguns indicadores do segundo semestre come?aram a superar as expectativas. Por?m, dados do final do ano voltaram a levantar quest?es sobre o ritmo gradual da retomada, mostrando que a atividade permanece hesitante.
Os n?meros oficiais do PIB em 2019 ser?o divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) em 4 de mar?o.
No ano passado, a produ??o industrial fechou com redu??o de 1,1%, interrompendo dois anos seguidos de ganhos. As vendas no varejo tiveram crescimento pelo terceiro ano seguido, por?m no ritmo mais fraco desse tri?nio.
J? o volume do setor de servi?os brasileiro recuou em dezembro pelo segundo m?s seguido, mas ainda assim encerrou o ano passado com crescimento pela primeira vez em cinco anos.
No in?cio deste m?s, o BC reduziu a taxa b?sica de juros Selic em 0,25 ponto percentual, a uma nova m?nima hist?rica de 4,25% ao ano, e indicou interrup??o do ciclo de cortes, em meio ? leitura de que os ajustes j? feitos ainda v?o surtir efeito na economia.
Contudo, alguns economistas destacaram riscos de o BC precisar retomar o afrouxamento monet?rio em caso de renovado enfraquecimento da atividade.
Escrito por Reuters
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