Ibovespa descola de NY e fecha acima de 83 mil pontos com trégua na cena política
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Por Paula Arend Laier
S?O PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu mais de 2% nesta quinta-feira, acima dos 83 mil pontos pela primeira vez desde o fim de abril, com o desfecho de reuni?o entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores agradando, em meio a um ambiente ainda vol?til nos mercados por causa da pandemia de Covid-19.
?ndice de refer?ncia do mercado acion?rio brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 2,1%, a 83.027,09 pontos. Na m?xima da sess?o, chegou a 83.308,96 pontos. O volume financeiro somou 27,7 bilh?es de reais.
Em reuni?o com Bolsonaro, a maioria dos 27 governadores pediu o veto ? possibilidade de reajuste salarial a categorias de servidores p?blicos, corroborando a inten??o do governo federal de n?o manter a autoriza??o aprovada pelo Congresso, enquanto o presidente disse que pretende sancionar a ajuda a Estados e munic?pios o mais breve poss?vel.
O reajuste encontrava resist?ncia na equipe econ?mica liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em meio a preocupa??es de mais um fator de press?o nas contas p?blicas.
O tom mais amistoso do encontro tamb?m repercutiu positivamente, com os governadores e os presidentes da C?mara e do Senado fazendo quest?o de ressaltar a necessidade de uma atua??o conjunta de todos.
'N?o ? poss?vel dizer que a partir da? teremos calmaria nas rela??es entre o presidente e o Congresso, ou mesmo entre o presidente e governadores. Porque os interesses divergentes entre eles permanecem. Mas se trata de ter aberto canais de di?logo, que se forem usados podem controlar melhor os problemas futuros', ressaltou a equipe da XP Pol?tica a clientes.
O preg?o tamb?m teve como pano de fundo relat?rio do Goldman Sachs apontando que a Am?rica Latina oferece o maior valor entre a??es de mercados emergentes, com a bolsa paulista sendo provavelmente a melhor candidata a recupera??o.
'As a??es brasileiras em d?lares t?m sido o ativo com o pior desempenho em meio ao 'sell-off' de mercados emergentes, e recomendamos a investidores que comprem Bovespa', afirmaram os estrategistas, citando entre os fatores espa?o de recupera??o no mercado brasileiro com a melhora do risco global e relacionamento historicamente pr?ximo com pre?os de commodities.
No exterior, Wall Street fechou no vermelho, conforme tens?es comerciais entre Estados Unidos e China e resultados divergentes de varejistas, al?m de dados econ?micos, trouxeram receios sobre o ritmo de recupera??o das economias afetadas pelo coronav?rus. O S&P 500 caiu 0,78%.
DESTAQUES
- ITA? UNIBANCO PN e BRADESCO PN avan?aram 5,74% e 5,55%, respectivamente, em meio ao sentimento mais positivo na bolsa brasileira. BANCO DO BRASIL ON subiu 7,06%.
- B3 ON teve acr?scimo de 7,33%, conforme persiste favor?vel o cen?rio para a ?nica empresa de infraestrutura de mercado financeiro do pa?s, tanto pela volatilidade nos mercados em raz?o do Covid-19, como pela perspectiva de migra??o de recursos para o mercado de capitais dado o cen?rio de juros em n?veis recordes de baixa.
- CCR ON e ECORODOVIAS ON dispararam 11,65% e 9,83%, respectivamente, dado que tendem a se beneficiar de um cen?rio de juros menores, uma vez que tal movimento amplia a diferen?a entre a taxa de retorno e o custo da d?vida. No mesmo contexto est?o construtoras e incorporadoras, com CYRELA ON subindo 11%, e empresas de shopping centers, como BRMALLS ON, que fechou em alta de 7,81%.
- BR DISTRIBUIDORA ON e ULTRAPAR ON valorizaram-se 7,52% e 6,4%, respectivamente. O UBS afirmou reconhecer o cen?rio dif?cil para o setor, mas destacou que, no longo prazo, n?o acredita que as perspectivas de crescimento dos volumes sofrer?o significativamente, calculando recupera??o da demanda quando o confinamento acabar. COSAN ON subiu 3,39%
- IRB BRASIL RE ON perdeu 7,36%, ap?s comunicado da Lazard Asset Management de que alienou a??es da companhia em nome de seus clientes, reduzindo a participa??o para cerca de 3,78% da a??es do IRB. A a??o tocou m?nima da sess?o pouco ap?s a Reuters noticiar que a resseguradora negocia comprar carteiras de rivais no Brasil e no exterior, segundo fontes.
- PETROBRAS PN cedeu 0,57%, perdendo f?lego apesar da alta dos pre?os do petr?leo no exterior. O BTG Pactual tamb?m afirmou que os ADRs da petrol?fera ainda oferecem um bom ponto de entrada e reiteraram recomenda??o 'compra', com pre?o-alvo de 10 d?lares para os ADRs e de 28 reais para as preferenciais negociadas na bolsa paulista. PETROBRAS ON avan?ou 0,35%.
- VALE ON caiu 2,61%, mesmo com os futuros do min?rio de ferro fechando acima dos 100 d?lares por tonelada, com preocupa??es sobre um aperto na oferta do Brasil, onde a epidemia de coronav?rus se agrava, compensando perspectivas fracas para a demanda global por a?o.
- LOJAS RENNER ON encerrou com acr?scimo de 6,50% antes da divulga??o do balan?o do primeiro trimestre ap?s o fechamento da bolsa. COGNA ON, que tamb?m reporta seu resultado trimestral, subiu 2,84%.
- SUZANO ON fechou em baixa de 4,4%, com pap?is de exportadoras entre os destaques negativos na esteira da queda do d?lar. No setor de papel e celulose, KLABIN caiu 3,93%. Entre as companhias de prote?nas, MARFRIG ON cedeu 4,21%, MINERVA ON caiu 3,65% e JBS ON teve decl?nio de 3,09%.
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Escrito por Reuters
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