Ilan prevê ficar no BC até março, e não vê mudanças em relação à política cambial e de reservas
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, previu nesta quarta-feira que deve permanecer no comando da autoridade monet?ria at? mar?o do ano que vem e ressaltou que, mesmo com sua sa?da, as atuais pol?ticas cambial e de gest?o de reservas devem seguir adiante.
Em coletiva de imprensa, ele estimou que a sabatina no Senado de Roberto Campos Neto, indicado ao cargo pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), dever? ocorrer ao longo de fevereiro.
Ilan, que se reuniu com Campos Neto h? poucos dias, explicou que as conversas que tem travado com seu substituto ainda s?o iniciais e preliminares.
A jornalistas, ele disse ainda n?o ter aceitado permanecer na presid?ncia do BC por motivos pessoais e n?o quis dar mais detalhes a respeito. Ressaltou, contudo, ver com 'bons olhos' o novo governo e as medidas que est?o sendo pensadas.
Questionado sobre a perman?ncia de outros diretores do BC na futura administra??o, ele afirmou que 'a ideia ? a transi??o ocorrer, a diretoria permanecer, acho que n?o temos muita inseguran?a em rela??o a isso'.
Segundo Ilan, a pol?tica cambial do BC ? da institui??o e vai continuar sendo.
'N?o prevejo nenhuma mudan?a em nada, acho que o BC vai continuar tendo o papel que teve', afirmou.
Sobre as reservas internacionais, Ilan avaliou que ainda n?o ? o momento de discutir o n?vel ?timo do estoque, com a prioridade sendo avan?ar com as reformas na economia.
'Eu sempre disse l? atr?s que em algum momento ir?amos discutir (reservas internacionais), acho que a gente tem que pensar nas reformas -- reforma fiscal, de produtividade --, acho que essas quest?es s?o quest?es que t?m quer ser discutidas antes de a gente come?ar outro tipo de discuss?o mais perene', afirmou ele.
Ap?s o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado mais cedo neste ano que poderia vender parte das reservas em caso de ataque especulativo, com o d?lar se aproximando de 5 reais, Ilan afirmou que n?o lhe cabia comentar a situa??o hipot?tica.
'O que posso dizer ? que a pol?tica continua a mesma, o BC continua o mesmo, n?o vejo grandes mudan?as nessa ?rea', destacou.
AGENDA BC+
Durante a coletiva, Ilan fez uma avalia??o da agenda institucional da autarquia, batizada de BC+, apontando que 19 a??es foram conclu?das entre 2016 e 2017, outras 22 foram finalizadas este ano e mais 27 seguem em andamento.
No grupo das medidas que o BC espera ver avan?ando no ano que vem est?o, por exemplo, a coordena??o de dados para regula??o do 'open banking', que passa para os correntistas o poder de decidir quem pode ter acesso a seus dados banc?rios, dando abertura para que outras institui??es lhes ofere?am servi?os como seguros, cart?es de cr?dito e empr?stimos.
Entre as a??es futuras, Ilan tamb?m citou o incentivo a pagamentos instant?neos e uma Lei de Coordena??o da Estabilidade Financeira, que instituir? um comit? para momentos de crise que exijam resposta conjunta de BC, Minist?rio da Fazenda e Comiss?o de Valores Mobili?rios (CVM), atendendo a uma demanda que o resto do mundo tem feito ao Brasil.
'Cada institui??o vai continuar fazendo o seu, n?o mudam suas tarefas ... ?nica coisa ? que vai ter um polo onde cada um vai discutir o que est? fazendo no meio de momentos em que precisa a conversa. S? isso', explicou.
Ilan tamb?m disse esperar para o in?cio de 2019 uma oferta volunt?ria pela ind?stria de cart?o de cr?dito de um produto com prazos menores de pagamento para o lojista.
'Isso tudo a gente tem avaliado para que seja adotado de forma volunt?ria pelo sistema e tudo indica que est? em fase final ... e ser? oferecido no come?o do ano um novo produto que n?o vai proibir nada', disse.
Ele pontuou que o BC n?o est? satisfeito ainda com os juros cobrados no cart?o de cr?dito, embora j? tenha ocorrido queda relevante na modalidade.
Olhando em retrospecto, Ilan disse ter orgulho de todas as medidas adotadas na sua gest?o que foram al?m da pol?tica monet?ria, incluindo aquelas para competi??o banc?ria cujos maiores efeitos, na sua opini?o, s? ser?o percebidos pela sociedade ? frente. Nesse sentido, citou medidas para fomento ?s fintechs, portabilidade banc?ria e maior digitaliza??o.
Segundo o presidente do BC, ainda h? espa?o para a autoridade monet?ria seguir simplificando compuls?rios e reduzindo al?quotas, processo que seguir? em curso.
Em outra frente, Ilan disse que o BC acredita no projeto de autonomia da institui??o que est? tramitando no Congresso e que trabalhar? para ajudar na sua aprova??o, mas que o debate agora cabe aos parlamentares.
Escrito por Redação
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