Impacto de coronavírus na hotelaria será 'brutal', dizem grupos do setor
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Por Peter Frontini
S?O PAULO (Reuters) - O setor de hotelaria dever? ser amplamente prejudicado pela pandemia de coronav?rus, ap?s a doen?a causar cancelamento de diversos eventos no pa?s, suspens?o de viagens e obrigar as pessoas a trabalharem de maneira remota.
'O impacto vai ser brutal', afirmou o presidente-executivo do F?rum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Orlando de Souza. 'Estamos prevendo que o volume de reservas cair? de 70% a 90% pelo menos at? o final de abril.'
'A maior parte das reservas futuras est? sendo cancelada, tem hot?is grandes de S?o Paulo que v?o estar com 5% a 7% de ocupa??o j? na pr?xima semana', afirmou Souza.
O Estado de S?o Paulo, que em 2019 respondeu por 40,5% do faturamento nacional com turismo, viu a taxa de ocupa??o de hot?is cair para n?veis muito abaixo do normal para a ?poca, ap?s cancelamentos ou mudan?a de data de eventos como o festival de m?sica Lollapalooza e o Sal?o do Autom?vel.
'A m?dia de ocupa??o desta semana est? em cerca de 20%, quando deveria estar em um n?vel entre 60% e 65% em outra situa??o', informou o vice-presidente da Associa??o Brasileira da Ind?stria de Hot?is do Estado de S?o Paulo (ABIH-SP), Fernando Guinato.
Para ele, o adiamento de muitos desses eventos para o segundo semestre pode se tornar outra preocupa??o, j? que haveria uma demanda excessiva por datas em um per?odo que j? costuma ser lotado.
Souza tamb?m afirmou que acredita em uma tend?ncia de retomada para o segundo semestre, mas 'o momento agora ? focar nessa quest?o atual, h? um enorme buraco nesse momento e corremos o risco de vermos muitas fal?ncias antes do segundo semestre'.
'O que precisamos no momento ? ter f?lego no caixa, n?o vamos ter receitas, mas ainda teremos contas para pagar', disse Souza.
O secret?rio de Turismo do Estado de S?o Paulo, Vinicius Lummertz, afirmou em nota que sua secretaria preparou e apresentou ao governo do Estado um documento com 26 propostas, explicando que s?o medidas de cunho econ?mico e que parte delas tamb?m depende do governo federal.
Al?m de cria??o de linhas de cr?dito focadas em capital de giro, as propostas incluem diferimento e parcelamento?de impostos, redu??o moment?nea de al?quotas, media??o junto com Procon para 'a cria??o de uma pol?tica mais solid?ria de negocia??o' de cancelamentos de reservas, e desonera??o.
'A gravidade da situa??o exige provid?ncias na mesma propor??o. O turismo ? uma atividade de m?o de obra intensiva e, neste momento, temos que trabalhar para a preserva??o da atividade econ?mica e, principalmente, dos empregos no setor', disse Lummertz.
Grupos do setor tamb?m est?o em contato com o governo federal e o Minist?rio do Turismo propondo um conjunto de medidas para mitigar os impactos da crise. Pedidos similares est?o sendo feitos por outros segmentos da cadeia de turismo, incluindo companhias a?reas.
'O teor principal das medidas ? receber ajuda para desafogar o caixa dessas empresas por pelo menos tr?s ou quatro meses', afirmou Souza, acrescentando que tamb?m ser?o necess?rias a??es de n?vel tribut?rio e a desonera??o da folha de pagamento, j? que s?o partes 'pesadas' das despesas do setor.
O Minist?rio do Turismo informou em nota que o ministro Marcelo ?lvaro Ant?nio t?m se reunido com empres?rios do setor para avaliar tais medidas e que teve reuni?es com o Minist?rio da Economia nesta quarta-feira para tratar do assunto.
Escrito por Reuters
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