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Indústria corre para tentar suprir demanda explosiva de respiradores por Covid-19

Placeholder - loading - Modelo de respirador usado em pacientes de Covid-19 em hospital na França 20/03/2020 REUTERS/Stephane Mahe/File Photo
Modelo de respirador usado em pacientes de Covid-19 em hospital na França 20/03/2020 REUTERS/Stephane Mahe/File Photo

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S?O PAULO (Reuters) - Fabricantes nacionais e importadores est?o correndo contra o tempo para conseguirem ampliar a oferta no Brasil de equipamentos essenciais para salvar a vida de pacientes graves de Covid-19, antes que o n?mero de casos coloque em colapso o sistema de sa?de do pa?s, considerado um dos maiores do mundo.

Entre os equipamentos mais procurados est?o os respiradores, tamb?m chamados de ventiladores e que levam oxig?nio aos pulm?es, auxiliando na inspira??o e expira??o nos casos em que o coronav?rus reduz drasticamente a capacidade de respira??o dos infectados.

O que at? o ano passado representava uma demanda de algumas poucas centenas de aparelhos por fabricante nacional, agora passou ? casa de milhares.

'De 15 dias para c?, o telefone n?o para de tocar. A demanda est? sendo geral, agente p?blicos, privados, secret?rios de Sa?de, governadores. H? uma mobiliza??o por estes aparelhos', disse o diretor comercial da VentLogos, Eduardo Val. A empresa afirma ser a ?nica fabricante do pa?s a produzir ventiladores que n?o precisam de componentes importados.

'A demanda antes da crise no final do ano passado era de 150 a 200 equipamentos (por m?s). Agora a nossa capacidade de produ??o est? toda ocupada em 300 unidades', disse Val, afirmando que o setor est? vendo necessidade de produzir cerca de 20 mil respiradores ao longo deste ano.

O Brasil tem quatro fabricantes nacionais do equipamento, que pode ter pre?os variando de 20 mil a 200 mil reais, dependendo da complexidade e proced?ncia. Al?m da VentLogos, os outros fabricantes no pa?s s?o Magnamed e KTK, de S?o Paulo, e Leistung, de Santa Catarina. As duas primeiras n?o se manifestaram, e a Leistung afirmou, em resposta ? Reuters, n?o poder comentar porque 'precisamos trabalhar para ajudar a salvar vidas... nosso tempo neste momento ? escasso'.

O Minist?rio da Sa?de recentemente contatou o setor em busca de fornecimento de 15 mil respiradores para ampliar o parque nacional, de cerca de 65 mil m?quinas, de acordo com dados da pasta citados pelo setor. Representantes do minist?rio n?o responderam a pedidos de coment?rios.

A procura por respiradores ? grande porque a curva de contamina??o do coronav?rus tem sido exponencial em v?rias partes do mundo. No Brasil, o n?mero de casos confirmados subiu 20% da quarta para a quinta-feira, atingindo 2.915, dos quais 194 estavam unidades de tratamento intensivo. As mortes subiram 35% ante o dia anterior, para 77, segundo dados do minist?rio.

'Do ponto de vista de coronav?rus, o que temos observado ? que n?o tinha nenhum pa?s do mundo preparado para fazer frente ? curva de acelera??o de contamina??o. A grande maioria dos pa?ses tem dificuldades em ajustar o atendimento a uma explos?o de casos', disse Fernando Silveira Filho, presidente da Associa??o Brasileira da Ind?stria de Alta Tecnologia de Produtos para a Sa?de (Abimed), que representa 200 empresas nacionais e internacionais de equipamentos m?dicos.

Segundo Silveira, em 2019, as vendas de respiradores no Brasil somaram 1.350 unidades, praticamente todos fornecidos pela ind?stria nacional. '? um neg?cio que ningu?m nunca viveu antes. Tem que readequar o parque fabril existente... A demanda em qualquer pa?s ? explosiva, coisa de 30 mil, 40 mil unidades.'

Ressaltando a urg?ncia na procura pelos equipamentos, nesta semana, o governador de S?o Paulo, Jo?o Doria, amea?ou ir ? Justi?a contra determina??o do governo federal de centralizar no Minist?rio da Sa?de a distribui??o dos respiradores pelo pa?s, confiscando os equipamentos do Estado.

A dificuldade de produ??o de respiradores ? grande at? para grandes fabricantes internacionais de equipamentos m?dicos, como a sueca Getinge, que atende o Brasil via importa??es e afirma ter cerca de 25% de participa??o do mercado nacional da m?quina.

Segundo o presidente da companhia sueca para a Am?rica Latina, M?rcio Mazon, a Getinge est? investindo para ampliar sua capacidade de produ??o de ventiladores em 60% este ano, para 16 mil equipamentos. Esta capacidade adicional servir? para atender clientes distribu?dos ao redor do globo, n?o apenas o Brasil. O respirador mais barato da empresa custa cerca de 60 mil reais e ? o mais demandado.

'Sobre prazos de entrega hoje ? dif?cil de prometer datas. Estamos entregando ? medida que vamos produzindo, em vez de despachar lotes maiores de uma vez por via mar?tima, estamos enviando lotes menores por via a?rea', disse o executivo, citando edital recente de compra pela It?lia de 5.000 respiradores, dos quais a Getinge supriu 500 unidades.

Para o presidente da Associa??o Brasileira da Ind?stria de Artigos e Equipamentos M?dicos e Odontol?gicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, a situa??o s? n?o ? mais grave porque a China, fabricante de uma s?rie de componentes usados pela ind?stria local e internacional de maquin?rio hospitalar, est? conseguindo se recuperar.

'N?o tem condi??o de atender ? demanda, ? muito grande. As empresas est?o fazendo todo o ? poss?vel para atender ? demanda do governo, mas vai faltar equipamento', disse Fraccaro.

(Por Alberto Alerigi Jr.; Edi??o de Maria Pia Palermo)

Escrito por Reuters

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