Indústria do Brasil tem contração em março pela 1ª vez em 8 meses por coronavírus, aponta PMI

Por Camila Moreira

S?O PAULO (Reuters) - As medidas contra o coronav?rus atingiram em cheio a ind?stria do Brasil e levaram o setor a contrair pela primeira vez em oito meses, com forte queda da demanda em meio ao fechamento de empresas, informou a pesquisa ?ndice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em ingl?s).

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo IHS Markit mostram que o PMI da ind?stria foi a 48,4 em mar?o, de 52,3 no m?s anterior, de acordo com dados coletados entre 12 e 24 de mar?o de 2020 e que apontam a queda mais acentuada no desempenho do setor industrial desde fevereiro de 2017.

O cen?rio econ?mico ? piorado e em muito pelas consequ?ncias da pandemia do coronav?rus no Brasil e no mundo, diante das incertezas relacionadas ao surto, com o fechamento de empresas para manter seus funcion?rios em quarentena.

O volume de novos trabalhos diminuiu no ritmo mais r?pido desde janeiro de 2017, com fechamento parcial de f?bricas e queda acentuada da demanda levando a cancelamentos de pedidos por parte dos clientes, o que provocou a redu??o da produ??o.

Os produtores de bens de investimento foram os que mostraram a queda mais acentuada de novos trabalhos.

As vendas para exporta??o tamb?m ca?ram a um ritmo acelerado em mar?o, devido ? paralisa??o de f?bricas no exterior e ao atraso de projetos em resposta ? pandemia do Covid-19.

Al?m disso, interrup??es graves nas cadeias internacionais de fornecimento e escassez de materiais resultaram num aumento dos pedidos em atraso no setor industrial como um todo pela primeira vez desde os protestos dos caminhoneiros em meados de 2018.

'Este ?ltimo alongamento dos prazos de entrega dos fornecedores foi tamb?m o maior a ser registrado em quase dois anos', apontou o IHS Markit.

Em meio ? menor demanda e a preocupa??es com as perspectivas, o emprego diminuiu na ind?stria brasileira no maior ritmo em pouco mais de tr?s anos.

Os fabricantes tamb?m registraram press?es fortes de custos, mencionando que a desvaloriza??o do real em rela??o ao d?lar se traduziu rapidamente em pre?os mais altos para componentes industriais.

Assim, as cargas de custo m?dio aumentaram acentuadamente em mar?o, e a taxa de infla??o de custo de insumos foi a mais forte desde outubro de 2018. Como resultado, os pre?os cobrados subiram ao patamar mais alto em 18 meses.