Inflação acumulada atingirá pico até maio, volta a patamar confortável depende de reformas, diz BC
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central antecipou que a infla??o acumulada em 12 meses deve atingir um pico em torno de abril ou maio, para depois recuar para patamar abaixo do centro da meta deste ano, mas ressaltou que a consolida??o desse 'cen?rio favor?vel' depende do andamento das reformas e ajustes na economia brasileira.
Em ata da ?ltima reuni?o do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom) divulgada nesta ter?a-feira, o BC tamb?m jogou mais luz sobre sua leitura para a lenta atividade econ?mica ao avaliar que os choques sofridos em 2018 produziram impactos cujos efeitos persistem mesmo ap?s cessados seus choques diretos.
No documento, o BC detalhou que esses choques do ano passado decorreram da greve dos caminhoneiros, pior ambiente externo para emergentes a partir do segundo trimestre e elevada incerteza sobre rumos econ?micos do pa?s em meio ?s elei??es.
'Os membros do Copom avaliam que esses choques devem ter reduzido sensivelmente o crescimento que a economia brasileira teria vivenciado na sua aus?ncia', apontou a ata.
'Uma acelera??o do ritmo de retomada da economia para patamares mais robustos depender? da diminui??o das incertezas em rela??o ? aprova??o e implementa??o das reformas ? notadamente as de natureza fiscal ? e ajustes de que a economia brasileira necessita', completou o BC.
Com isso, a autoridade monet?ria refor?ou mais uma vez a necessidade de mudan?as estruturais na din?mica das contas p?blicas, num momento em que embates p?blicos sobre a articula??o para a reforma da Previd?ncia t?m levantado preocupa??es quanto ? sua aprova??o.
Em relat?rio, a equipe da Infinity Asset avaliou que as mensagens da ata evidenciam que as reformas s?o essenciais para uma eventual retomada do corte dos juros.
'A cautela do comit? na condu??o da pol?tica monet?ria tem foco bastante centrado na quest?o interna brasileira e no avan?o da reforma da Previd?ncia, evidenciando os danos poss?veis por uma vers?o da reforma que n?o seja aprovada, ou aprovada em vers?o distorcida', disse a nota da Infinity enviada a clientes.
Para o economista-chefe do Banco Fator, Jos? Francisco Gon?alves, o BC indica com a ata que uma parte relevante de atividade econ?mica ainda est? pendurada em efeitos de choques vistos no ano passado, dando a entender que, ? medida em que isso for absorvido, o crescimento exibir? trajet?ria diferente.
Gon?alves, contudo, segue acreditando em redu??o da Selic em 2019, a partir do segundo semestre, encerrando o ano em 6,0 por cento.
'Eu acho que a atividade est? t?o ruim e a economia mundial piorou tanto no sentido desinflacion?rio que ? esquisito voc? jogar nas tais das reformas a sustenta??o de um cen?rio sim?trico', afirmou.
RISCOS
Na semana passada, o BC manteve a taxa de juros no seu piso hist?rico de 6,5 por cento e indicou que, diante da retomada econ?mica aqu?m das expectativas, o balan?o de riscos para a infla??o ficou sim?trico, com pesos iguais tanto para cima quanto para baixo.
A decis?o, a primeira com Roberto Campos Neto no comando da autoridade monet?ria, tirou o impedimento expl?cito que o BC vinha apontando para possivelmente diminuir os juros ? frente.
Isso porque o risco de o n?vel de ociosidade na economia produzir perspectiva de infla??o abaixo do esperado se equiparou ao peso dos riscos que, na vis?o do BC, podem pressionar a infla??o para cima -- estes ?ltimos ligados ? eventual frustra??o sobre a continuidade das reformas econ?micas e deteriora??o do cen?rio externo para pa?ses emergentes.
Mas o Copom j? havia assinalado que seguiria atento ao desenrolar da atividade econ?mica para a decis?o de seus pr?ximos passos na condu??o da pol?tica monet?ria, num processo que tomar? tempo. O tom foi reiterado nesta ter?a-feira.
Na ata, os membros do Copom ponderaram que a queda nas proje??es de mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano refletem o n?vel mais baixo para o PIB ao fim de 2018, sob efeito do chamado ?carregamento estat?stico', al?m de indicadores preliminares dispon?veis para os primeiros meses deste trimestre.
Apesar de a Selic estar estacionada h? um ano no mesmo patamar, a economia vem mostrando dificuldades para ganhar f?lego. A infla??o, por sua vez, segue em n?veis confort?veis, cen?rio que vem embasando tanto apostas de aperto monet?rio mais demorado e suave ? frente quanto de eventual corte nos juros para dar impulso ? atividade.
Considerado uma pr?via da infla??o oficial, o IPCA-15 subiu 4,18 por cento nos 12 meses at? mar?o, divulgou o IBGE nesta ter?a-feira, numa acelera??o em rela??o ? alta acumulada no m?s anterior (+3,73 por cento), mas ainda abaixo do centro da meta de infla??o deste ano, que ? de 4,25 por cento pelo IPCA, com margem de toler?ncia de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
Escrito por Redação
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