Inflação deve recuar, mas fecha ano perto dos níveis vistos em agosto, diz BC
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central destacou que a infla??o acumulada em 12 meses deve recuar, mas voltar? ao fim do ano para n?veis pr?ximos aos observados at? agosto, reiterando mensagem de que h? espa?o para novo afrouxamento na taxa b?sica de juros, mesmo com o movimento recente do c?mbio.
Em agosto, a infla??o oficial medida pelo IPCA chegou a 3,43% no acumulado em 12 meses, acelerando ante o patamar de 3,22% exibido at? julho, mas ainda com larga margem em rela??o ? meta de 4,25% para este ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
'Essa trajet?ria de curto prazo (para a infla??o) reflete, dentre outros fatores, comportamento benigno de alguns componentes mais vol?teis da infla??o e din?mica da infla??o importada, cujos vetores altistas t?m sido moderados pela trajet?ria de pre?os externos', assinalou o BC em sua ata do Comit? de Pol?tica Monet?ria (Copom), publicada nesta ter?a-feira.
Entre a decis?o de julho do Copom e a tomada pelo colegiado na quarta-feira passada, o d?lar subiu cerca de 7,5% frente ao real. Mas o BC, na ata, buscou relativizar eventual impacto nesse sentido ao mencionar que os vetores altistas da infla??o importada t?m sido, de certa forma, contrabalan?ados.
'O BC fala que v? de alguma maneira um comportamento benigno pra esses itens que v?m de fora. Tem o efeito c?mbio, mas os pre?os de commodities t?m ca?do, s? pra falar em um tipo de pre?o, ent?o isso compensa de alguma maneira' a alta do d?lar, avaliou o economista da XP Investimentos Marcos Ross, que prev? por enquanto mais dois cortes na Selic de 0,50 ponto at? o fim do ano.
Ele ponderou, contudo, que o impacto do c?mbio dever? seguir no radar para as pr?ximas decis?es sobre os juros. Por ora, Ross lembrou que a fraqueza da economia tamb?m tem ajudado a frear eventual influ?ncia dessa vari?vel na infla??o. Mas, especialmente com a perspectiva de melhora na atividade at? o fim do ano, isso pode mudar.
Em meio a este cen?rio, o BC cortou a taxa b?sica de juros em 0,50 ponto percentual na semana passada, a 5,50% ao ano, dando sequ?ncia ao ciclo de queda de juros, processo que indicou que deve seguir adiante diante da d?bil recupera??o econ?mica.
A mensagem foi repetida nesta manh?, com o BC lembrando que seus cen?rios, partindo de premissas diferentes, cont?m proje??es para a infla??o abaixo ou ligeiramente abaixo da meta para 2020, considerado o horizonte relevante para a pol?tica monet?ria.
Em nota, a equipe da CM Research apontou que a ata confirmou a postura do BC favor?vel ? continuidade do ciclo de distens?o nos juros, como j? havia sido indicado no comunicado da decis?o do Copom.
'Ou seja, haver? no m?nimo um outro corte de juros na magnitude de 50 pontos-base', escreveu o time da casa.
De olho nas estimativas de infla??o do BC, v?rias institui??es financeiras j? haviam diminu?do recentemente as proje??es para o juro b?sico para abaixo de 5% em 2019, como XP Investimentos, Citi, Bradesco, BofA, Santander Brasil, BNP Paribas e Credit Suisse.
No relat?rio Focus divulgado na v?spera, as institui??es que mais acertam as previs?es para a Selic foram na mesma toada. O Top 5 de curto prazo reviu a proje??o para a taxa b?sica ao fim de 2019 a 4,75%, pela mediana das estimativas, ante 5,00% na semana anterior. Para 2020, a mediana indica Selic de 4,88%, ante 5,00% na semana anterior.
ECONOMIA
Em rela??o ? evolu??o da atividade econ?mica, o BC estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve mostrar 'ligeiro crescimento' no terceiro trimestre, ap?s ter vindo acima das expectativas no segundo trimestre.
'Os trimestres seguintes devem apresentar alguma acelera??o, que deve ser refor?ada pelos est?mulos decorrentes da libera??o de recursos do FGTS e PIS-Pasep ? com impacto, em especial, no ?ltimo trimestre de 2019', prosseguiu o BC.
Quanto ao quadro externo, o BC avaliou que agora est? 'relativamente favor?vel' para economias emergentes, ante leitura de que estava benigno antes.
De um lado, BCs de economias centrais --notadamente nos Estados Unidos-- t?m baixado juros. De outro, riscos associados ? desacelera??o econ?mica global permanecem e incertezas ligadas a tens?es comerciais e geopol?ticas podem piorar esse front.
'As incertezas no cen?rio externo implicam riscos para ativos cuja precifica??o dependa sobremaneira de um cen?rio com taxas de juros globais baixas e manuten??o do ritmo de crescimento econ?mico recente', disse o BC, em um alerta novo em sua comunica??o.
(Edi??o de Jos? de Castro e Maria Pia Palermo)
Escrito por Redação
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