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Investidor reduz exposição a risco e adota cautela para eleição no domingo

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Por Paula Laier e Iuri Dantas e Claudia Violante

S?O PAULO, 1 Out (Reuters) - O mercado brasileiro entra na reta final para o primeiro turno da elei??o presidencial no pa?s com investidores cautelosos e menos expostos a risco, de modo que consigam se reposicionar rapidamente para uma esperada volatilidade dos pr?ximos dias, mas principalmente no caso mudan?a no prenunciado segundo turno entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

A consolida??o de Bolsonaro e Haddad na lideran?a da prefer?ncia dos eleitores nos ?ltimos levantamentos de inten??o de voto reduziu em parte a volatilidade, uma vez que o mercado ajustou os pre?os ao cen?rio para a vota??o no dia 7, com ambos seguindo para o segundo turno. Mas a nebulosa perspectiva para a pr?ximo dia 28, quando ocorre a vota??o em segundo turno, n?o endossa apostas vultosas ou arriscadas para nenhum dos lados.

'O mercado est? indo mais 'leve' para a ?ltima semana antes da elei??o', afirmou o estrategista Karel Luketic, da XP Investimentos. '? dif?cil ter um posicionamento muito direcional, com as pesquisas sinalizando probabilidade ao redor de 50/50 por cento tanto para um candidato como para o outro.'

No caso da bolsa, os investidores focaram nas a??es mais l?quidas, movimento explicitado pelo comportamento do Ibovespa versus o ?ndice de Small Caps. O ?ndice que concentra os pap?is mais negociados na bolsa encerrou setembro com acr?scimo de 3,5 por cento, enquanto o indicador que re?ne companhias menores acumulou queda de 2 por cento.

O retorno do capital externo para as a??es brasileiras alinhado ao fluxo para mercados emergentes explica parte razo?vel dessa performance do Ibovespa, que voltou a flertar com 80 mil pontos.

At? o dia 27, setembro registrava entrada l?quida de estrangeiros no segmento Bovespa de quase 3 bilh?es de reais.

Para o c?mbio, mais do que o fluxo, a redu??o das opera??es compradas (aquelas que apostam na alta futura da moeda) foi a principal respons?vel por levar o d?lar abaixo de 4 reais no ?ltimos dias de setembro, embora a divisa tenha encerrado o m?s passado a 4,0371 reais, com queda acumulada de 0,87 por cento.

'? dif?cil prever o comportamento ao longo da semana. Podemos ter a continua??o da tranquilidade dos ?ltimos preg?es', disse o gestor de recursos da Mapfre Investimentos Thiago Souza, ao destacar que os investidores reduziram o risco de seus portf?lios.

'Mas a vit?ria de um candidato n?o reformista pode trazer de volta um movimento de forte estresse', que j? levou o d?lar a bater recorde do real no come?o de setembro, perto de 4,20 reais, disse.

DESAFIO FISCAL

Ao mesmo tempo, o potencial quadro do segundo turno das elei??es come?ou a ficar mais palat?vel para os agentes financeiros ap?s reuni?es de Haddad com pessoas do mercado, durante as quais teria sinalizado uma pol?tica menos heterodoxa, embora a prefer?ncia por Bolsonaro persista entre eles, dada a desconfian?a em rela??o ? capacidade do candidato do PT de implementar uma pol?tica de maior austeridade fiscal e promover reformas como a da Previd?ncia.

Do ponto de vista econ?mico, a maior preocupa??o de investidores se refere ? trajet?ria fiscal, com o Brasil devendo registrar em 2019 seu sexto ano consecutivo de rombo nas contas p?blicas antes do pagamento de juros e com a recupera??o econ?mica abaixo do esperado gerando d?vidas sobre o cumprimento de metas fiscais ? frente.

'Temos zero espa?o de manobra... ? preciso corrigir as contas para n?o comprometer o pr?ximo mandato', destacou o gerente de tesouraria Jayro Rezende, do Bank of China.

O candidato do PSL tem o respaldo do seu assessor econ?mico, o economista liberal Paulo Guedes, a quem repassa praticamente qualquer questionamento referente a temas econ?micos.

O hist?rico de responsabilidade fiscal de Haddad quando prefeito em S?o Paulo e especula??es de que poderia escolher para a Fazenda um profissional com perfil ortodoxo num eventual governo do PT, por sua vez, ajudavam a atenuar no mercado perspectivas de uma derrapada na pol?tica econ?mica a partir de 2019.

'Apesar da piora do cen?rio do ponto de vista do mercado, com um candidato com perfil mais ? esquerda ganhando for?a, h? uma expectativa de que essa candidatura possa se mover para um vi?s mais de centro quando o segundo turno come?ar', afirmou o estrategista Carlos Sequeira, do BTG Pactual .

At? o resultado final, contudo, a expectativa ? de que a volatilidade persista, embora, nos pr?ximos dias n?o se descarte alguma tr?gua se nada de muito diferente vier da bateria de pesquisas agendadas at? o domingo.

'Se o cen?rio mostrado nos ?ltimos dias n?o se alterar, ? poss?vel que tenhamos uma arrefecida nestes ?ltimos preg?es que antecedem o primeiro turno', comentou Souza, da Mapfre Investimentos.

Para Luketic, da XP, olhando apenas para a semana, n?o havendo mudan?as muito relevantes no desempenho dos candidatos, o Ibovespa deve se manter ao redor dos 80 mil pontos. 'Mas o segundo turno ser? outra elei??o', afirmou.

Escrito por Redação

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