IPCA acelera alta a 0,25% por educação, mas tem menor taxa para fevereiro em 20 anos
Publicada em
Atualizada em
Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
S?O PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A infla??o oficial do Brasil voltou a acelerar em fevereiro e ficou acima do esperado com os reajustes sazonais de educa??o, por?m registrou, ainda assim, a taxa mais baixa para o m?s em 20 anos.
O ?ndice Nacional de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA) teve em fevereiro alta de 0,25%, depois de registrar avan?o de 0,21% no m?s anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) nesta quarta-feira.
A leitura ? a mais fraca para o m?s desde 2000, quando foi de 0,13%, mas ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,15%.
No acumulado em 12 meses o IPCA foi a 4,01% em fevereiro, depois de ter chegado a uma alta de 4,19% em janeiro e ante taxa de 3,9% esperada em pesquisa da Reuters. O centro da meta de infla??o para este ano ? 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
'S?o taxas muitos pr?ximas em janeiro e fevereiro, mas com explica??es diferentes. Agora houve peso forte da educa??o, mas em janeiro houve fatores como queda das carnes, mas press?o de transportes e outros', disse Pedro Kislanov, o gerente da pesquisa do IBGE.
'A taxa de 12 meses continua cedendo e mostra que a tend?ncia ? de uma infla??o bem comportada', completou.
O m?s de fevereiro mostrou, segundo o IBGE, forte impacto do grupo Educa??o, que tamb?m registrou a maior varia??o, uma alta de 3,70%.
Isso reflete o avan?o de 4,42% dos cursos regulares, item que deu ainda a maior contribui??o individual para a taxa do IPCA de fevereiro. Os cursos diversos tamb?m se destacaram, ap?s subirem 2,67%.
Os avan?os de 0,73% nos pre?os e Sa?de e cuidados pessoais e de 0,11% dos Alimentos e bebidas tamb?m tiveram impactos relevante.
Na outra ponta, Habita??o recuou 0,39 e os custos de Vestu?rio ca?ram 0,73%.
O cen?rio de fraqueza da economia vem reprimindo a demanda e o consumo no Brasil. Em 2019, a atividade econ?mica cresceu apenas 1,1%, ap?s expans?o de 1,3% registrada tanto em 2018 quando em 2017.[nL1N2AX0EB]
As expectativas agora giram em torno da reuni?o de pol?tica monet?ria do Banco Central na semana que vem, depois de indicar novo corte na taxa b?sica de juros Selic ao afirmar que monitora atentamente os impactos do coronav?rus nas condi??es financeiras e na economia brasileira.
As altas sucessivas do d?lar ante o real, atingindo m?ximas recordes, tamb?m podem exercer alguma press?o sobre a infla??o.
'N?o vemos ainda impacto do d?lar sobre os pre?os. Primeiro que tem um atraso entra alta e repasse, e esse repasse est? comprometido por conta da conjuntura (econ?mica). A capacidade de rapasse ainda est? limitada com a demanda fraca', explicou Kislanov.
O gerente do IBGE ainda destacou que os efeitos do coronav?rus sobre os pre?os pode aparecer mais para a frente, e em dire??es diferentes.
'Estamos vendo corrida l? fora por produtos como papel higi?nico e pode, eventualmente, faltar em alguns mercados e aumentar pre?os. Por outro lado, pode haver queda nos pre?os de viagem, passagens, turismo, mas aumento da demanda por rem?dios e alimentos', disse Kislanov.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO