IPCA cai 0,04% em setembro e resultado é o mais fraco para o mês em 21 anos

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/S?O PAULO (Reuters) - O Brasil registrou defla??o em setembro pela primeira vez em 10 meses, no resultado mais fraco para o IPCA no m?s em 21 anos e indo abaixo de 3% no acumulado em 12 meses, no momento em que o Banco Central indica continuidade da trajet?ria de redu??o dos juros.

O ?ndice Nacional de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA) passou a cair 0,04% em setembro, de alta de 0,11% em agosto, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE).

Esse ? o resultado mais fraco para meses de setembro desde 1998, e a primeira defla??o desde novembro do ano passado, quando houve queda de 0,21% no IPCA.

A leitura levou a infla??o em 12 meses at? setembro a 2,89%, de 3,43% no m?s anterior, contra meta para este ano de 4,25% com varia??o de 1,5 ponto percentual. Essa ? a menor taxa nessa base de compara??o desde maio (+2,86%)

As expectativas em pesquisa da Reuters com analistas eram de varia??o positiva de 0,03% em setembro, acumulando em 12 meses avan?o de 2,97%.

Os dados mostraram que tr?s dos nove grupos pesquisados tiveram queda de pre?os em setembro. A maior contribui??o negativa foi dada por Alimenta??o e bebidas, com defla??o de 0,43%.

Esse recuo foi resultado principalmente da alimenta??o fora de casa, cuja alta passou de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro.

Os pre?os de Artigos de resid?ncia ca?ram 0,76% com recuo de 2,26% dos eletrodom?sticos e equipamentos, enquanto Comunica??o recuou 0,01%.

'A melhora do clima ajudou na oferta de alimentos como ra?zes e tub?rculos. Houve ainda uma onda de descontos de aparelhos de som e tev?', explicou o gerente da pesquisa Pedro Kislanov da Costa.

'O que a gente nota ? que pode estar havendo uma redu??o de pre?os por conta de uma demanda menor', acrescentou.

Na outra ponta, Sa?de e cuidados pessoais teve o maior impacto impositivo ao subir 0,58% no m?s, uma vez que os itens de higiene pessoal tiveram alta de 1,65%.

Costa ainda destacou a varia??o positiva de apenas 0,04% de servi?os em setembro, dizendo que essa leitura 'mostra como est? a demanda tamb?m refletindo cen?rio de uma economia que se movimenta de forma lenta e gradual'.

Depois de cortar a taxa b?sica de juros Selic em 0,50 ponto percentual, para 5,50% ao ano, o BC vem repetindo que h? espa?o para novo afrouxamento mesmo com o movimento recente do c?mbio.

De acordo com o BC, a infla??o acumulada em 12 meses deve recuar, mas voltar? ao fim do ano para n?veis pr?ximos aos observados at? agosto.

A pesquisa Focus realizada pela autarquia mostra que a expectativa do mercado ? de que o IPCA termine este ano com alta de 3,42%.[nL2N26S07F]

'A meta de infla??o est? cumprida e agora ? ver quanto vai sobrar da meta', completou Costa.