Preços da carne caem e IPCA tem menor taxa para janeiro em 26 anos
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Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A infla??o oficial brasileira come?ou o ano sob menor press?o dos pre?os das carnes e arrefeceu mais do que o esperado em janeiro, registrando a taxa mais baixa para o m?s em 26 anos.
O ?ndice Nacional de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 0,21% em janeiro, de 1,15% em dezembro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE).
Esse ? o menor n?vel para o m?s de janeiro desde o in?cio do Plano Real, em 1994. Janeiro marcou a primeira divulga??o do IPCA com a nova estrutura de pondera??o, atualizada a partir da Pesquisa de Or?amentos Familiares (POF) 2017-2018, de acordo com o IBGE.
Com isso, o acumulado em 12 meses at? janeiro para o IPCA passou a 4,19%, pouco acima do centro da meta de infla??o para este ano de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Em 2019, o IPCA acumulou avan?o de 4,31%, terminando acima do centro da meta oficial, por?m dentro do limite pelo quarto ano seguido.
'Foi uma taxa abaixo da m?dia para janeiro e o que se v? ? um ajuste em uma taxa que subiu muito em dezembro por conta da press?o das carnes. Parte dessa alta foi devolvida agora', explicou Pedro Kislanov, o gerente da pesquisa do IBGE.
'O choque de oferta de dezembro passou e trouxe para baixo o grupo alimenta??o, um dos principais do IPCA', completou.
Ambos os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters com analistas que apontavam alta de 0,34% em janeiro, acumulando em 12 meses avan?o de 4,32%.
Em janeiro o destaque ficou para a queda dos pre?os das carnes de 4,03%, ap?s alta de 18,06% em dezembro, registrando o impacto negativo mais intenso sobre o ?ndice do m?s (-0,11 ponto).
Com isso, a alimenta??o no domic?lio registrou alta de 0,20% no m?s, de 4,69% em dezembro, levando a alta do grupo Alimenta??o e Bebidas a desacelerar para 0,39% em janeiro, de 3,38% um m?s antes.
Tr?s grupos registraram defla??o no in?cio do ano: Vestu?rio (-0,48%), Sa?de e Cuidados Pessoais (-0,32%) e Artigos de Resid?ncia (-0,07).
Por outro lado, Habita??o registrou o maior impacto no ?ndice do m?s e maior alta, de 0,55%, depois de recuo de 0,82% em dezembro. A press?o veio das altas de 1,39% nos pre?os de condom?nio e de 0,61% do aluguel residencial.
'N?o h? sinais de press?o de demanda e de consumo, mesmo com mais gente entrando no mercado de trabalho. Estamos num contexto de recupera??o gradual da economia', disse Kislanov.
Em meio ?s discuss?es sobre os cen?rios para a taxa b?sica de juros ao longo deste ano, na quarta-feira, o Banco Central reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, ? nova m?nima hist?rica de 4,25% ao ano, e indicou o fim do atual ciclo de cortes na taxa b?sica de juros, em meio ? leitura de que os ajustes j? feitos ainda v?o surtir efeito na economia e com foco crescente nas expectativas de infla??o para 2021.
No comunicado da decis?o, o BC indicou que, considerando os juros constantes no mesmo patamar e o c?mbio tamb?m constante em 4,25 reais, suas proje??es de infla??o est?o em torno de 3,5% para o IPCA em 2020 e 3,8% para 2021.
'(O IPCA deu) algum al?vio na percep??o inflacion?ria mas com pouca expectativa baixista em taxas (de juros), especialmente ap?s a clara sinaliza??o de interrup??o do ciclo de afrouxamento pelo Copom', disse em nota a equipe da Commcor.
Escrito por Reuters
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