Itália promete 'terapia de choque intensiva' para lidar com impacto do coronavírus

Por Giulia Segreti e Elvira Pollina

ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro da It?lia, Giuseppe Conte, prometeu uma 'terapia de choque intensiva' para superar o impacto do surto de coronav?rus, depois que o governo italiano interditou a maior parte do cora??o industrial e empresarial do pa?s para enfrentar a crise.

Os coment?rios feitos por Conte nesta segunda-feira ao jornal La Repubblica vieram depois que o governo adotou uma interdi??o virtual da regi?o da Lombardia e partes da vizinha V?neto, no norte, para tentar deter a prolifera??o do v?rus na It?lia, o pa?s mais atingido da Europa.

'N?o pararemos nisso. Usaremos uma terapia de choque intensiva. Para sair desta emerg?ncia, usaremos todos os recursos humanos e econ?micos', disse.

As medidas anunciadas durante o final de semana s?o in?ditas no p?s-guerra italiano, e refletem a dissemina??o r?pida do v?rus desde que este emergiu em uma cidade pequena nos arredores da capital financeira Mil?o no m?s passado.

Em pouco mais de duas semanas, o n?mero de casos registrados saltou para 7.375, com 366 mortes, sobrecarregando o sistema de sa?de e tornando dif?cil para as UTIs lidarem com o influxo de casos novos.

A bolsa de Mil?o, que j? estava em baixa de cerca de 17% desde o surto no norte italiano, despencou na abertura do preg?o desta segunda-feira, quando o ?ndice blue chip FTMIB caiu 11%.

Com a economia j? ? beira da recess?o, as medidas restringem a circula??o para dentro e fora da Lombardia, a regi?o mais rica e economicamente produtiva da It?lia, que inclui Mil?o, e fecham muitos espa?os p?blicos.

Instala??es esportivas, bares e restaurantes foram obrigados a fechar ou a restringir a entrada e a manter uma dist?ncia de ao menos um metro entre as pessoas em suas depend?ncias.

Voos internacionais partindo ou chegando ao aeroporto milan?s de Malpensa foram suspensos, aumentando a press?o sobre setores que v?o da manufatura ao turismo, j? afetados duramente pela queda das encomendas e pelos cancelamentos de reservas.

Carcereiros apelaram por uma rea??o do governo depois que presidi?rios realizaram revoltas em pris?es em locais como Salerno, Poggioreale, Modena, Frosinone e Opera.

Ecoando pedidos semelhantes da Fran?a, Conte disse que os limites de empr?stimos r?gidos da Uni?o Europeia deveriam ser afrouxados para permitir mais espa?o fiscal para se manobrar e que a flexibilidade prevista nas regras or?ament?rias do bloco deveria ser usada 'plenamente'.