Julgamento de impeachment de Trump começa com os dois lados em conflito pelas regras

Por Patricia Zengerle e Richard Cowan

WASHINGTON (Reuters) - O julgamento do processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, come?ou no Senado efetivamente nesta ter?a-feira, com ataques de seu principal defensor legal, que afirma que n?o h? base para o processo, e um importante parlamentar democrata descrevendo evid?ncias relevantes de irregularidades cometidas pelo republicano.

Trump, que teve o impeachment aprovado no m?s passado pela C?mara dos Deputados, controlada pelos democratas, por acusa??es de abuso do poder e obstru??o do Congresso, diz que n?o fez nada de errado e descreve seu impeachment como uma farsa partid?ria para impedir sua reelei??o em 2020.

Com c?meras de TV ao redor, o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, deu in?cio aos procedimentos e os dois lados come?aram a brigar por conta das regras propostas pelo l?der da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, para o julgamento.

O advogado da Casa Branca Pat Cipollone, que lidera a defesa de Trump, atacou as bases das acusa??es dos democratas contra o presidente republicano, dizendo que elas n?o chegam perto dos requisitos da Constitui??o dos Estados Unidos para o impeachment.

'A ?nica conclus?o ser? que o presidente n?o fez absolutamente nada de errado', disse Cipollone enquanto argumentava a favor da proposta de McConnell para decidir se ser?o permitidas testemunhas e documentos adicionais posteriormente no julgamento.

'N?o h? absolutamente um caso', disse.

J? o deputado democrata?Adam Schiff, que ajudou a encabe?ar o inqu?rito de impeachment, resumiu as acusa??es contra Trump e disse que o presidente republicano havia cometido uma combina??o de irregularidades constitucionais que justificam o impeachment.

Schiff disse que embora as evid?ncias contra Trump sejam 'j? esmagadoras', mais depoimentos de testemunhas eram necess?rios para mostrar o escopo total das irregularidades cometidas pelo presidente e por sua equipe.

Os democratas querem que autoridades e ex-funcion?rios do governo Trump, incluindo o ex-conselheiro de Seguran?a Nacional John Bolton, testemunhem no julgamento.

McConnell divulgou um plano na segunda-feira para um julgamento potencialmente r?pido, sem novos depoimentos ou evid?ncias. Isso daria aos promotores democratas da C?mara e aos advogados de Trump 48 horas, divididas igualmente, para apresentar seus argumentos ao longo de quatro dias.

O plano foi agora mudado para dar a cada um dos lados tr?s dias de argumentos de abertura divididos em dois per?odos de 24 horas cada.

As regras tamb?m permitir?o que o relat?rio da investiga??o da C?mara sobre o impeachment sirva como evid?ncia no processo, como foi exigido pelos democratas.

Um porta-voz de McConnell disse que as mudan?as foram feitas ap?s um almo?o a portas fechadas com senadores republicanos na ter?a-feira.

Com uma maioria de dois ter?os necess?ria no Senado de 100 membros para destituir Trump do cargo, ? quase certo que ele seja absolvido pelos correligion?rios republicanos na Casa.

Mas n?o est? claro o impacto do julgamento em sua candidatura ? reelei??o.

De acordo com uma pesquisa de opini?o da Reuters/Ipsos realizada de 13 a 14 de janeiro, 39% dos adultos norte-americanos aprovam o desempenho de Trump no cargo, enquanto 56% desaprovam. A sondagem tamb?m mostrou que 45% dos entrevistados disseram que Trump deveria ser destitu?do do cargo, enquanto 31% disseram que as acusa??es de impeachment deveriam ser rejeitadas.

(Reportagem de Will Dunham, Richard Cowan, Doina Chiacu, Patricia Zengerle, David Morgan, Jan Wolfe, Susan Cornwell, Susan Heavey, Karen Freifeld, Lisa Lambert e Tim Ahmann em Washington)