Juros médios de financiamentos sobem em janeiro apesar de queda no cheque especial
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Por Marcela Ayres e Gabriel Ponte
BRAS?LIA (Reuters) - O estoque total de cr?dito no Brasil caiu 0,4% em janeiro sobre dezembro, a 3,463 trilh?es de reais, num m?s marcado por eleva??o dos juros m?dios apesar da queda acentuada no custo do cheque especial, divulgou o Banco Central nesta quinta-feira.
Em coletiva de imprensa, o chefe do departamento de estat?sticas do BC, Fernando Rocha, atribuiu o recuo principalmente a fatores sazonais envolvendo determinadas linhas de opera??es de cr?dito livre para pessoas jur?dicas, 'como ? o caso de desconto de duplicata e antecipa??o de fatura de cart?o'.
Entre outros fatores, ele tamb?m chamou aten??o para a alta nas taxas do cr?dito livre para pessoas f?sicas --que engloba linhas de cart?o de cr?dito e cheque especial. Considerando o segmento de recursos livres, no qual as taxas s?o definidas livremente pelas institui??es financeiras, os juros m?dios subiram em janeiro a 33,7% ao ano, contra 33,4% em dezembro.
O spread --que mede a diferen?a entre a taxa de capta??o dos bancos e a cobrada a seus clientes-- ficou em 0,4 ponto percentual no mesmo per?odo, a 28,3 pontos percentuais.
Por sua vez, a inadimpl?ncia em recursos livres subiu 0,1 ponto, a 3,8%.
Olhando para as modalidades mais caras, o cheque especial viu seus juros m?dios ca?rem 82 pontos percentuais sobre dezembro, a 165,6% ao ano, no primeiro m?s em que passou a valer um limite para os juros do produto de 8% ao m?s imposto pelo BC.
A taxa mensal do produto ficou em 8,5%, contra 10,9% ao m?s em dezembro.
Em nota, o BC destacou que a estat?stica da taxa m?dia de juros inclui os juros remunerat?rios do cheque especial, que foram objeto da limita??o anunciada no fim do ano passado, mas tamb?m os encargos fiscais e operacionais incidentes sobre a opera??o de cr?dito, bem como descontos decorrentes de benef?cio de prazo com isen??o ou redu??o de juros na utiliza??o do cheque especial.
Pela resolu??o editada pelo BC em novembro de 2019, que entrou em vigor em 6 de janeiro deste ano, limitando em 8% ao m?s os juros cobrados sobre o valor do cheque especial utilizado por pessoas f?sicas e microempreendedores, em 12 meses, a taxa anual deveria girar em torno de 151,82%.
Questionado sobre a perspectiva de que os juros m?dios cobrados dessa modalidade recuem para esse n?vel, Rocha, do BC, disse 'n?o esperar' ver essa queda pelos pr?ximos meses porque o BC tamb?m contabiliza as despesas com o processo de adiantamento a depositantes, bem como o IOF (Imposto sobre Opera??es Financeiras), encargos que acrescentam pontos percentuais no acumulado do ano.
Os juros m?dios no rotativo do cart?o de cr?dito, por sua vez, sofreram ligeira varia??o para baixo, passando a 316,8% ao ano em janeiro, recuo de 2 pontos percentuais sobre dezembro.
HORIZONTE MAIS LONGO
Em 12 meses, a alta do cr?dito no pa?s foi de 7%.
Para 2020, o BC previu em dezembro um crescimento de 8,1% no estoque de cr?dito, ap?s eleva??o de 6,5% no ano passado.
Ao reduzir a taxa b?sica de juros a 4,25% neste m?s, seu novo piso hist?rico, o BC avaliou que o maior papel desempenhado pelo cr?dito com recursos livres e pelo mercado de capitais devem impactar a transmiss?o da pol?tica monet?ria, parte da sua leitura de que o ajuste j? feito nos juros b?sicos ainda vai surtir efeitos na economia ? frente.
Em janeiro, o cr?dito livre passou a responder por 27,4% do PIB e o direcionado, a 20,1%. Um ano antes, esses percentuais eram de 25,3% e 21,6%, respectivamente.
Na semana passada, o diretor de Pol?tica Monet?ria do BC, Bruno Serra, tamb?m disse ser ?natural? que, no atual ambiente econ?mico, boa parte dos 135 bilh?es de reais liberados ?s institui??es financeiras com as medidas de redu??o de compuls?rios e ajuste nas regras de requerimentos de liquidez seja direcionada a empr?stimos.
Escrito por Reuters
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