Líbano proíbe ex-presidente da Nissan Ghosn de viajar, dizem fontes judiciais

Por Laila Bassam e Nadine Awadalla

BEIRUTE (Reuters) - A Justi?a do L?bano imp?s uma proibi??o de viagens ao ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn, nesta quinta-feira, disseram fontes judiciais, depois de o empres?rio ser interrogado devido a um mandado da Interpol emitido pelo Jap?o que pede a pris?o dele devido a acusa??es de irregularidades financeiras.

Ghosn fugiu de T?quio para o L?bano, onde passou sua inf?ncia, no m?s passado, enquanto estava em pris?o domiciliar aguardando para ser julgado por declara??o de oculta??o de renda, viola??o de confian?a e sonega??o de fundos da empresa. Ghosn nega as acusa??es.

As autoridades judiciais libanesas tamb?m pediram ao Jap?o documentos sobre a investiga??o de Ghosn, incluindo as acusa??es contra ele, e n?o voltar?o a interrog?-lo at? a informa??o ser recebida, disse uma das fontes.

Carlos Abou Jaoude, advogado de Ghosn em Beirute, disse ? emissora libanesa MTV que seu cliente est? satisfeito com os procedimentos na capital. 'Ele est? muito satisfeito com o rumo', disse Jaoude.

A decis?o emitida pelo juiz Ghassan Ouiedat obriga Ghosn a manter as autoridades informadas sobre seu local de resid?ncia, disseram as fontes judiciais.

Ghosn entregaria seu passaporte franc?s ?s autoridades libanesas ainda nesta quinta-feira, disse uma das fontes ap?s o interrogat?rio, que aconteceu no Pal?cio da Justi?a de Beirute, a sede do Judici?rio.

Nascido no Brasil, Ghosn disse na quarta-feira que fugiu para o L?bano para limpar seu nome e que est? pronto para ser julgado em qualquer lugar em que seja tratado com justi?a.

Ele disse estar disposto a passar um longo tempo no L?bano, que n?o permite a extradi??o de seus cidad?os, e uma fonte pr?xima do executivo de 65 anos disse que sua equipe legal est? pressionando para que ele seja julgado no pa?s.

Al?m do mandado da Interpol, Ghosn tamb?m foi interrogado por causa de uma queixa legal formal apresentada por um grupo de advogados libaneses que o acusam de 'normaliza??o' com Israel devido a uma visita que fez ao Estado judeu em 2008.

Ainda na quarta-feira, Ghosn disse que fez a viagem como cidad?o franc?s e como executivo da Renault para assinar um contrato com uma empresa apoiada pelo governo israelense para vender ve?culos el?tricos, e que o conselho da Renault lhe pediu que fosse.

O juiz o liberou sob a mesma condi??o, de que mantenha as autoridades a par de seu local de resid?ncia, segundo as fontes.

(Reportagem de Nadine Awadalla, Laila Bassam e Tom Perry)