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Líderes do blocão fecham com Alckmin, mas 'dever de casa' precisa ser feito antes de formalizar apoio

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Por Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA (Reuters) - L?deres dos partidos do chamado bloc?o --grupo formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade-- decidiram fechar apoio ao pr?-candidato do PSDB ? Presid?ncia, Geraldo Alckmin, mas a formaliza??o do apoio depende ainda do 'dever de casa' a ser feito pelas partes, disse ? Reuters um presidente de uma sigla do grupo.

'Fechado, desde que os deveres de casa sejam feitos', disse esse presidente de partido ? Reuters nesta sexta-feira, referindo-se ? necessidade de acerto de palanques regionais. Ele acrescentou que o an?ncio oficial dever? ser feito na quinta-feira da pr?xima semana.

De acordo com esta fonte, que pediu para n?o ter seu nome revelado, o acerto inclui o compromisso de Alckmin de, se eleito no pleito de outubro, buscar uma solu??o para o financiamento de sindicatos, ap?s a extin??o do imposto sindical na reforma trabalhista. A demanda atende ao Solidariedade, partido presidido pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente da For?a Sindical.

Ficou combinado, ainda de acordo com essa fonte, que o acordo incluir? a reelei??o do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) como presidente da C?mara dos Deputados em 2019. Maia lan?ou sua pr?-candidatura ao Planalto, mas j? desistiu da postula??o, apesar de ainda n?o ter anunciado publicamente.

A decis?o do bloc?o de apoiar Alckmin aconteceu depois de uma reuni?o de lideran?as deste grupo de partidos com o presidenci?vel tucano na quinta-feira, em S?o Paulo, e implica em uma reviravolta na corrida presidencial, j? que as siglas do bloc?o vinham pendendo para um apoio ao pr?-candidato do PDT, Ciro Gomes.

Uma contraofensiva de Alckmin e de interlocutores ligados a ele, somado ? entrada do PR na negocia??o, mudou o jogo, depois que a c?pula do PDT e at? mesmo lideran?as do bloc?o admitirem que estava praticamente certo um acordo com Ciro. Uma sucess?o de atitudes do pr?prio presidenci?vel pedetista contribuiu para uma mudan?a de humor nesse xadrez.

Alckmin desmarcou uma agenda de pr?-campanha no interior de Minas Gerais na quinta para permanecer em S?o Paulo e intensificar as tratativas para atrair o bloc?o para sua candidatura. O tucano ser? formalizado candidato do PSDB ? Presid?ncia na elei??o de outubro na conven??o do partido, marcada para 4 de agosto em Bras?lia.

O secret?rio-geral do PSDB, deputado federal Marcus Pestana (MG), afirmou ? Reuters na quinta-feira que a negocia??o para fechar a alian?a com o bloc?o estava indo bem, mas que haviam quest?es pontuais que estavam sendo conduzidas por Alckmin pessoalmente.

'N?s temos que respeitar o tempo dos potenciais aliados. N?s temos mais afinidades, e o Ciro Gomes ajuda a real?ar isso. Quando ele mostra o apre?o que ele tem pelo Minist?rio P?blico, quando ele trata da quest?o da Boeing com a Embraer, facilita bastante o nosso trabalho', disse Pestana, que enfatizou que um an?ncio caber? aos partidos do bloc?o.

Outras lideran?as do grupo de legendas j? haviam afirmado ? Reuters na quinta que o acerto com o pr?-candidato do PSDB estava mais perto.

Uma dessas lideran?as, quando indagada sobre o motivo que levou o bloc?o a voltar-se a Alckmin, disse apenas que o 'ju?zo' tem pesado em favor do tucano.

Nesta semana, Ciro voltou a criar pol?mica ao xingar uma promotora, sem saber tratar-se de uma mulher, que pediu abertura de inqu?rito contra ele por inj?ria racial, ap?s o pedetista chamar o vereador paulistano Fernando Holiday (DEM) de 'capit?ozinho do mato'.

Tamb?m gerou controv?rsia ao divulgar uma carta enviada ?s lideran?as das fabricantes de avi?es Boeing e Embraer solicitando que seja desfeito um acordo de parceria entre as companhias. O governo brasileiro tem uma 'golden share' na Embraer que lhe d? poder de veto sobre decis?es da companhia.

REUNI?ES

Na quarta-feira ? noite, dirigentes do grupo, em encontro que contou com a presen?a do cacique do PR, Valdemar Costa Neto, definiram que v?o tomar uma posi??o conjunta na sucess?o presidencial e ofereceram o nome do empres?rio Josu? Gomes, filiado ao PR, para ser candidato a vice.

Dirigentes do bloc?o voltaram a se reunir na manh? e in?cio da tarde de quinta em Bras?lia e divulgaram uma nota em que afirmam que o momento ? de 'ponderar, em conjunto, o melhor caminho do Brasil' e que uma decis?o comum ser? anunciada na semana que vem.

Por ora, Alckmin s? tem o apoio formal do PTB, o primeiro partido a anunciar uma alian?a presidencial para outubro. O tucano tem ainda promessas de acordo com o PSD e o PPS e, se emplacar um acerto com o bloc?o, poder? ter um bom tempo da propaganda eleitoral de r?dio e TV --tradicionalmente um dos principais trunfos para a disputa presidencial.

J? o PDT, que realiza conven??o nesta sexta-feira para oficializar a candidatura de Ciro, n?o fechou alian?a formal com qualquer partido at? agora.

Euf?rico dias atr?s com o poss?vel acordo com o bloc?o, o presidente do PDT, Carlos Lupi, minimizou, ainda na quinta, o impacto de n?o ter o apoio do grupo, ap?s a reuni?o de Alckmin com l?deres do bloc?o.

'Qual o preju?zo de perder aquilo que nunca tivemos? N?o vamos ficar isolados. Vamos dar tempo ao tempo', disse, em entrevista na noite de quinta-feira na sede do PDT em Bras?lia.

(Reportagem adicional de Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello, em Bras?lia, e de Eduardo Sim?es, em S?o Paulo; Edi??o de Alexandre Caverni e Raquel Stenzel)

Escrito por Redação

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