Light focará em 'áreas possíveis' do Rio para reduzir perdas com furtos de energia
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S?O PAULO (Reuters) - A el?trica Light, respons?vel pelo fornecimento da energia na regi?o metropolitana do Rio de Janeiro, viu um aumento das perdas de energia em sua ?rea de atua??o no primeiro trimestre, com um crescimento significativo dos chamados 'gatos' na rede.
Em teleconfer?ncia com investidores nesta quinta-feira, a nova presidente da companhia, Ana Marta Veloso, disse que buscar? reduzir os furtos de energia com a??es mais incisivas no que a empresa define como '?reas poss?veis' --aquelas em que seus t?cnicos podem entrar para realizar medi??es e cobran?as.
Grande parte das liga??es ilegais de eletricidade no Rio de Janeiro est? em regi?es dominadas por traficantes de drogas ou mil?cias, o que em geral impede a entrada ou mesmo coloca em risco a vida de profissionais da empresa.
'Vamos com tudo para trabalhar no combate ao furto de energia e na mudan?a cultural que precisa ser feita na ?rea de concess?o da Light. ? inadmiss?vel clientes que t?m condi??o de pagar energia n?o pagarem por quest?es culturais, ou acharem que t?m o direito de furtar energia', afirmou a executiva, sem detalhar as a??es.
'A situa??o no Rio vem se deteriorando, o que implica num desafio ainda maior para n?s em perdas e arrecada??o... mas ainda h? muito trabalho a ser feito naquilo que chamamos de ?reas poss?veis, onde o n?vel de perdas ? de 16% da carga-fio, ainda alto comparado a outras concess?es', acrescentou ela.
As perdas n?o-t?cnicas de energia no mercado de baixa tens?o da Light, principalmente de clientes residenciais, somaram 47,2% da carga no trimestre encerrado em mar?o, maior n?vel desde ao menos o final de 2015, segundo dados da empresa. No final de 2018, as perdas somavam 45,18% e em mar?o do ano passado eram de 41,47%.
A Light apontou que 55% das perdas foram em ?reas de risco, que representam cerca de 13% do volume de energia distribu?do pela companhia.
'As perdas nas ?reas poss?veis ainda s?o muito altas quando voc? compara com outras concess?es (de distribui??o de energia), de outros grupos, que est?o na regi?o Sudeste e podem ser comparadas com as '?reas boas' da Light... elas que vamos endere?ar daqui para a frente', disse Ana Marta.
A executiva afirmou ainda que a Light mudar? sua estrat?gia de 'recupera??o de energia', em a??es que buscar?o recuperar valores n?o pagos por clientes com uma retroatividade de at? 36 meses.
'Voc? n?o pode fazer isso como a Light fez em 2018, focando em clientes nas '?reas de risco', porque eles n?o t?m capacidade de pagamento. Agora, voc? pode fazer isso com um cliente da Zona Sul, oferecendo um parcelamento', exemplificou.
A executiva foi eleita para comandar a Light no final de abril. At? ent?o, ela ocupava uma cadeira no conselho de administra??o da Eletropaulo, como membro independente. Antes, ela j? havia presidido a Light entre o final de 2015 e meados de 2017.
A Light reportou na v?spera um lucro l?quido de 164 milh?es de reais no primeiro trimestre, avan?o de 77% na compara??o anual, em resultado impulsionado principalmente pelos neg?cios de gera??o da companhia.
DESALAVANCAGEM
Durante a teleconfer?ncia, a presidente da Light disse que sua primeira prioridade ser? reduzir a alavancagem da companhia.
A el?trica fechou o trimestre com rela??o entre d?vida l?quida e gera??o de caixa (Ebitda) de 3,7 vezes, ante 3,6 vezes no final de 2018.
Em abril, executivos da estatal mineira Cemig, controladora da Light, afirmaram que estava em avalia??o uma poss?vel oferta de a??es da Light, em uma opera??o na qual a Cemig inclusive poderia aproveitar para vender suas a??es na empresa.
A Light faz parte de um grupo de ativos listados em um plano de desinvestimentos da Cemig que visa reduzir d?vidas.
Ao ser questionada sobre a possibilidade da oferta de a??es, no entanto, Ana Marta disse que a companhia est? avaliando 'v?rias alternativas' para reduzir a alavancagem, sem detalhar.
Ela acrescentou ainda que j? n?o est? mais em vigor um memorando de entendimento que a companhia chegou a firmar em 2018, para uma oferta de a??es que seria ancorada por fundos da GP Investments.
(Por Luciano Costa)
Escrito por Redação
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