Maduro procura mostrar lealdade de militares da Venezuela durante crise

Por Mayela Armas e Luc Cohen

CARACAS (Reuters) - A lideran?a da Venezuela deu uma demonstra??o de unidade com chefes militares de primeiro escal?o nesta quinta-feira, e um tribunal emitiu um mandado de pris?o para uma figura da oposi??o ao mesmo tempo em que os governistas repudiavam o que consideram ser tentativas apoiadas pelos Estados Unidos para depor o presidente Nicol?s Maduro.

Flanqueado por seu ministro da Defesa e seu chefe de opera??es militares, Maduro disse em um pronunciamento televisionado que as For?as Armadas est?o 'unidas, coesas e subordinadas a seu mandato constitucional' depois que o l?der da oposi??o Juan Guaid? exortou os militares nesta semana a se unirem a ele para depor Maduro.

Maduro?tamb?m procurava refutar as alega??es dos EUA e da oposi??o de que o alto comando das For?as Armadas est? preparado para se voltar contra ele para p?r fim a uma crise pol?tica estimulada por anos de caos econ?mico.

Dezenas de milhares de venezuelanos atenderam um chamado de Guaid? para realizar protestos de rua na quarta-feira, em mais uma tentativa de afastar Maduro do poder, mas o presidente se manteve firme.

Guaid?, presidente da Assembleia Nacional controlada pela oposi??o, ? reconhecido como chefe de Estado leg?timo da Venezuela pelos Estados Unidos, Brasil e v?rios outros pa?ses, enquanto Maduro conta com o apoio, entre outros, de R?ssia, China e Cuba.

O pronunciamento de Maduro foi em parte uma resposta a coment?rios de autoridades norte-americanas segundo as quais o alto comando dos militares da Venezuela estava debatendo a sa?da de Maduro com a Suprema Corte e representantes de Guaid?.

Elliott Abrams, enviado especial dos EUA para a Venezuela, disse que Maduro n?o pode confiar em seus principais l?deres militares.

'Quase todo mundo estava envolvido com isso, e ent?o Maduro tem que saber que o alto comando n?o ? verdadeiramente leal e eles querem uma mudan?a',? disse Abrams ? emissora VPI na quarta-feira.

Na ter?a-feira, o conselheiro de Seguran?a Nacional dos EUA, John Bolton, disse que o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir?Padrino, assim como o juiz que preside a Suprema Corte e o comandante da Guarda Presidencial, disseram ? oposi??o que Maduro precisa deixar o posto.

Mas Padrino ficou ao lado de Maduro, que assumiu o lugar do falecido presidente Hugo Ch?vez em 2013, no pronunciamento desta quinta-feira.

'N?o venham nos comprar com uma oferta desonesta, como se n?o tiv?ssemos dignidade', disse Padrino. 'Aqueles que sucumbiram e venderam suas almas n?o s?o mais soldados, n?o podem estar conosco.'

O chefe de opera??es militares, Remigio Ceballos, tamb?m apareceu na transmiss?o em rede nacional.

Guaid? invocou a Constitui??o em janeiro para se autoproclamar presidente interino, argumentando que a reelei??o de Maduro em maio de 2018 foi ileg?tima. Maduro classifica Guaid? como um fantoche dos EUA que busca um golpe.

MANDADO DE PRIS?O DE L?PEZ

Ainda nesta quinta-feira, um tribunal emitiu um mandado de pris?o para o pol?tico opositor Leopoldo L?pez, dado que ele violou uma ordem imposta por uma corte em 2017 para permanecer em pris?o domiciliar, segundo um comunicado publicado no site da Suprema Corte.

Na ter?a-feira, L?pez deixou sua casa em Caracas para aparecer ao lado de Guaid? em uma manifesta??o contra Maduro. Mais tarde no mesmo dia, ele se refugiou na resid?ncia do embaixador espanhol na capital.

Guaid? sugeriu uma greve geral como pr?ximo passo para pressionar Maduro, mas autoridades dos EUA disseram que mais san??es est?o a caminho para estrangular o fluxo de dinheiro para o governo da?Venezuela.

(Reportagem adicional de Roberta Rampton em Washington)