Maia diz que Guedes precisa se aproximar mais dos políticos em negociação da Previdência
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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira que o ministro da Economia, Paulo Guedes, est? aprendendo a fazer pol?tica, mas precisa se aproximar mais dos pol?ticos nas negocia??es com o Congresso pela aprova??o da reforma da Previd?ncia, e cobrou um di?logo maior dos ministros em geral com os parlamentares.
?O ministro Paulo Guedes tem aprendido r?pido a fazer pol?tica, mas ainda precisa se aproximar mais da pol?tica', disse Maia durante semin?rio sobre a reforma da Previd?ncia, na Funda??o Getulio Vargas. 'At? hoje n?o conseguimos mostrar porque a necessidade ? urgente de aprovar a reforma da Previd?ncia.'
Mais tarde, j? falando a jornalistas, Maia fez cr?ticas ao ministro da Infraestrutura, Tarc?sio de Freitas, ao falar da demora no atendimento de um encontro com o futuro relator do Or?amento da Uni?o.
?Os projetos precisam andar, avan?ar e os ministros precisam dialogar melhor com o Parlamento mostrando aonde v?o estar os poucos investimentos que ainda tem em cada um dos Estados, para que eles possam levar a mensagem para a sociedade?, afirmou Maia a jornalistas.
?Acho que tem que construir um di?logo melhor, mas nada contra ele, que ? meu amigo. O futuro relator do Or?amento pediu uma audi?ncia com o ministro da Infraestrutura h? duas semanas , mas o ministro marcou para 27 de mar?o. A? fica dif?cil?, acrescentou Maia.
PERSPECTIVAS DA PREVID?NCIA
A Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) da reforma da Previd?ncia foi enviada pelo governo ao Congresso no m?s passado e agora dever? ser apreciada pela Comiss?o de Constitui??o e Justi?a (CCJ) da C?mara. Os deputados j? avisaram que s? votar?o a PEC na CCJ ap?s o envio do projeto que trata da nova aposentadoria para militares.
Em Washington, onde se encontra acompanhando o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo est? correndo para finalizar o projeto de mudan?as nas aposentadorias dos militares para envi?-lo ao Congresso nesta quarta-feira, como prometido.
O presidente da C?mara n?o quis fazer estimativas de quantos votos o governo j? tem favor?veis ? reforma, mas ainda considera ?vi?vel? a aprova??o da PEC no primeiro semestre.
?Estou muito confiante e o di?logo vem evoluindo com o presidente Bolsonaro... h? boa vontade do presidente da Rep?blica, do STF, do Congresso. A gente s? n?o aprova uma reforma se a gente errar muito e acho que a gente n?o vai errar?, disse Maia a jornalistas.
?N?o vejo perda de apoio nenhum... pol?tica ? di?logo, conversa e paci?ncia. Acho que ? o que a gente precisa ter?, acrescentou.
Maia alertou que a inclus?o do Benef?cio de Presta??o Continuada (BPC) na reforma e a discuss?o simult?nea sobre a desvincula??o do Or?amento da Uni?o podem atrapalhar a aprova??o da PEC previdenci?ria.
No caso do BPC, Maia afirmou que as mudan?as apresentadas t?m impacto fiscal irrelevante, mas atrapalham a comunica??o do governo que tem defendido que a reforma da Previd?ncia visa reduzir desigualdades e vai impactar mais os mais ricos do que os mais pobres. J? no caso da desvincula??o, o presidente da C?mara acredita que a medida pode criar resist?ncias desnecess?rias em meio ao debate priorit?rio sobre a Nova Previd?ncia.
?Ela gera pol?micas no curto prazo que podem atrapalhar e contaminar. A desvincula??o trata de temas que ningu?m vai mexer e reduzir investimentos, mas vai mobilizar duas bancadas contra: Sa?de e Educa??o... acho que dever?amos deixar o debate para um segundo momento?, avaliou Maia.
O presidente da C?mara defendeu a aprova??o de uma boa reforma da Previd?ncia sob pena de o governo n?o ter mais no curto prazo recursos suficientes para investimentos sociais e para bancar as aposentadorias dos brasileiros. N?o fazer a reforma, frisou Maia, condenar? gera??es futuras e pode levar o pa?s de volta ? era da hiperinfla??o.
?Se o sistema quebrar, certamente vamos aumentar primeiramente nosso endividamento at? o limite do mercado comprar t?tulos brasileiros e, num segundo momento quando n?o tiver mais capacidade de colocar t?tulos p?blicos no mercado vamos ter que emitir moeda?, avaliou Maia.
'E ao emitir moeda a gente vai voltar para a hiperinflac?o e vai reduzir o valor real do sal?rio de todos e dos pr?prios servidores p?blicos, mas de forma cruel, por que novamente os mais pobres ? que v?o pagar essa conta?, completou.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
Escrito por Redação
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