Mancha de petróleo no NE indica que algo 'extraordinário' ocorreu, diz CEO da Petrobras

Por Gabriel Ponte

BRAS?LIA (Reuters) - Pelo volume de petr?leo coletado em praias do Nordeste, de mais de 500 barris, algo extraordin?rio aconteceu na costa brasileira, maior do que a simples lavagem de um tanque de algum navio, conforme alguns chegaram a especular sobre a origem da mancha de ?leo que suja o litoral desde o in?cio de setembro, avaliou o presidente da Petrobras nesta ter?a-feira.

'133 toneladas, s?o aproximadamente mais de 500 barris de petr?leo, o que indica que n?o ? simplesmente a lavagem de um tanque de navio. Alguma coisa extraordin?ria aconteceu, que n?o sabemos o que ?, nem cabe ? Petrobras a investiga??o. Temos outros ?rg?os, PF (Pol?cia Federal), Marinha, que t?m essas atribui??es. Petrobras somente explora e produz petr?leo', disse Roberto Castello Branco a jornalistas, em Bras?lia.

Questionado sobre reportagens que apontaram, supostamente com base em an?lises da Petrobras, que a origem do petr?leo seria na Venezuela, Castello Branco afirmou que o 'relat?rio ? reservado, confidencial da Petrobras para o Ibama'.

'Eu n?o tenho autoriza??o para divulgar. H? uma institui??o de Estado', comentou.

Na v?spera, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que 'tem no radar um pa?s que pode ser a origem do petr?leo'. Mas o presidente n?o quis revelar qual na??o estaria no foco da suspeita. Nesta ter?a-feira, o governante especulou sobre despejo criminoso.

Uma an?lise realizada pela Petrobras indicou a Venezuela como origem do petr?leo, segundo disse ? Reuters uma fonte com conhecimento da situa??o, na segunda-feira. Mas a estatal n?o confirmou.

Questionado sobre a possibilidade de existir mais petr?leo no mar, Castello Branco disse: 'Pode ser.'

'N?o sei o que aconteceu. Como leigo, pode ter sido um naufr?gio de um petroleiro, ou uma transfer?ncia, transbordo de um petr?leo de um navio para outro que tenha falhado. Mas, sinceramente, n?o consigo imaginar o que ?.'

De acordo com Castello Branco, um navio carrega muito mais do que 500 barris de petr?leo.

'Hipoteticamente, poderia ser um naufr?gio de um navio, que ele n?o vai transbordar de petr?leo imediatamente. Existe a possibilidade desse material estar sendo liberado gradualmente. Nem o que a Petrobras coletou foi tudo que chegou nas praias do Nordeste. Porque tem outras institui??es tamb?m trabalhando na remo??o desse material', pontuou.

O executivo foi questionado sobre o assunto ap?s participar de audi?ncias na C?mara sobre vendas de ativos da empresa e pre?o do diesel.

Ele disse que, embora a Petrobras esteja colaborando com autoridades para a remo??o do petr?leo das praias, n?o ? fun??o da empresa investigar a origem do ?leo.

'A nossa preocupa??o foi se era um ?leo produzido pela Petrobras ou eventualmente comercializado pela Petrobras. N?s temos bem documentado isso, n?s fizemos 23 coletas de amostra, nosso centro de pesquisa realizou an?lises bioqu?micas e chegamos ? conclus?o de que n?o se trata de nenhum ?leo produzido e ou comercializado pela Petrobras', reiterou.

O CEO afirmou ainda que a Petrobras tem trabalhado ativamente na limpeza das praias do Nordeste, em uma opera??o supervisionada pelo Ibama, juntamente com a Marinha.

'Disponibilizamos quatro centros de defesa ambiental, seis centros de resposta ? emerg?ncia, com 546 agentes ambientais, 64 operadores desses centros. Colocamos 45 empregados para fun??o de planejamento e supervis?o dessas atividades e at? ontem (segunda-feira), Petrobras removeu 133 toneladas de res?duo oleoso.'

A Marinha informou, em nota, que integram as a??es 1.583 militares, cinco navios, uma aeronave, al?m de embarca??es e viaturas pertencentes ?s diversas Capitanias dos Portos,

Delegacias e Ag?ncias, sediadas ao longo do litoral nordestino.