Mandetta critica orientação da OMS e diz que Brasil testará apenas pacientes com sintomas

BRAS?LIA (Reuters) - O ministro da Sa?de, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira que o governo brasileiro continuar? testando apenas pessoas que manifestem sintomas do coronav?rus e criticou a orienta??o da Organiza??o Mundial da Sa?de (OMS) para que sejam feitos testes em massa de contamina??o pelo coronav?rus

Em entrevista coletiva ao lado do presidente Jair Bolsonaro e de outros ministros, Mandetta disse que a orienta??o da OMS ? um desperd?cio de recursos e que n?o existe no mundo quantidade suficiente de kits de exame para testar toda a popula??o que a entidade sugere.

'Tudo que ? comentado na hist?ria das epidemias ? fazer as testagens at? que voc? tenha transmiss?o sustent?vel. E a partir do momento que voc? tem transmiss?o sustent?vel, fazer por sentinela e amostragem', disse Mandetta.

'A Organiza??o Mundial da Sa?de, o senhor presidente da organiza??o, Thedros, ele coloca 'todo o planeta deve fazer o teste de 100% das pessoas'. Do ponto de vista sanit?rio ? um grande desperd?cio de recursos preciosos para as na??es. Segundo, h? maneiras de se fazer percep??o de quadro cl?nico, isolamento domiciliar, isolamento de fam?lias.'

A orienta??o da OMS ? de que sejam testadas todas as pessoas que possam ser consideradas suspeitas e, em caso positivo, testar todos que tiveram contato com o caso confirmado nos dois dias anteriores e test?-los tamb?m, mesmo sem sintomas.

A alega??o da OMS ? que mesmo pacientes assintom?ticos transmitem a doen?a. De fato, estudos mostram que boa parte das transmiss?es vem de pessoas assintom?ticas.

O ministro rejeitou compara??es com a Coreia do Sul, que teve sucesso no combate ? epidemia do novo coronav?rus com testes em massa e isolamento dos casos confirmados e garantiu que o Brasil enfrentar? a crise usando conhecimento local e ouvir? seus especialistas.

'Teremos os n?meros da nossa epidemia e poderemos dizer no final quais foram as diferen?as. Uma coisa ? ter um pa?s como a Coreia, que tem 4 milh?es de habitantes, concentrados num pa?s que eu n?o posso dizer as dimens?es aqui, mas que talvez n?o seja muito maior do que Sergipe, Alagoas Bahia. Totalmente diferente de um continente sul-americano como ? o Brasil. Vamos lutar discutindo com os nossos especialistas', afirmou.

'N?s temos tamb?m as nossas criticas a esse tipo de atitude que foi tomada pela Organiza??o Mundial da Sa?de, onde um mercado que n?o tem kits, n?o existe, ele sabe que n?o tem. Os Estados Unidos da Am?rica est?o sem kits. N?o ? uma situa??o para se pensar melhor?', questionou.

Mandetta afirmou ainda que os laborat?rios centrais de todos Estados est?o habilitados para realizar testes localmente. Para o ministro, o pa?s poder? chegar ? produ??o de um milh?o de kits de teste nos laborat?rios federais e ir? tamb?m abrir para a produ??o de outras empresas, al?m de tentar comprar no exterior quando poss?vel.

Os testes, disse o ministro, ser?o prioritariamente usados em pacientes com mais de 65 anos e um segundo tipo, nos pacientes mais jovens.

Em diversos Estados h? relatos de pacientes com sintomas n?o sendo testados. O primeiro ?bito, um homem em S?o Paulo, n?o estava entre os casos confirmados.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Eduardo Sim?es)