Mandetta fala em eventual colapso do sistema, mas diz que restrições de circulação visam evitar isso

BRAS?LIA (Reuters) - O ministro da Sa?de, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta sexta-feira que as restri??es de circula??o das pessoas visa evitar um eventual colapso do sistema de sa?de no Brasil em fun??o da pandemia do novo coronav?rus, como ocorreu na It?lia.

Segundo Mandetta, o v?rus tem um padr?o de transmiss?o muito competente e com a sociedade 'andando normal' isso leva a uma acelera??o muito forte no n?mero de casos, a 'uma espiral'.

'Ainda n?o estamos nela, S?o Paulo est? fazendo o in?cio do seu redemoinho. A gente imagina que ela vai pegar velocidade, subir, nas pr?ximas semanas, 10 dias', disse Mandetta a um grupo de empres?rios nesta sexta-feira, por meio de videoconfer?ncia realizada com o presidente Jair Bolsonaro e outras autoridades.

'A gente deve entrar em abril e iniciar a subida r?pida' acrescentou, repetindo que essa subida r?pida deve durar al?m de abril, maio e junho. Segundo as proje??es do ministro, em julho a curva passa a um plat? e a partir de agosto esse vai come?ar a mostrar tend?ncia de queda. 'A? a queda, em setembro, ? uma queda profunda, tal qual foi a queda de mar?o na China.'

O ministro ressaltou, no entanto, que o Brasil tem alguns pontos fortes.

'N?s temos um sistema de sa?de presente, n?s conseguimos amenizar o atendimento. N?s temos um tempo para ganhar. N?s temos a? 30 dias para que a gente resista, razoavelmente bem, com muitos casos, dependendo da din?mica da sociedade', disse.

Ele ressaltou, no entanto, que mesmo assim, o sistema pode entrar em colapso em pouco mais de um m?s.

'Mas claramente, ao final de abril, nosso sistema entra em colapso', disse, para explicar que 'colapso ? quando voc? pode ter o dinheiro, pode ter o plano de sa?de, pode ter a ordem judicial, mas simplesmente n?o h? sistema para voc? entrar'.

Segundo ele, foi ? o caso atual da It?lia. Da?, disse o ministro, a necessidade de se restringir a circula??o das pessoas, para se evitar chegar a isso.

'Evitar esse colapso, eventualmente, pode ser necess?rio segurar a movimenta??o, para ver se consegue diminuir a transmiss?o', disse.

'Quando a gente toma uma medida de segurar 14 dias, por exemplo, o impacto dessa medida s? ? sentido 28 dias depois. Porque a cadeia de transmiss?o, ela ? sustentada e voc? quebra.'

O ministro explicou que est? modulando essas restri??es com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e outras autoridades, sob a coordena??o do presidente.

'Para ver se trabalhamos com algumas interrup??es, caminhando um pouco, parando um pouco, segurando o m?ximo dos idosos, que s?o eles que levam o colapso do sistema, protegendo ao m?ximo. Isolando literalmente.

Mais tarde, em uma entrevista coletiva, o ministro voltou a esse ponto e ressaltou que o trabalho ? para evitar o colapso.

'Se n?s n?o fiz?ssemos nada, se n?s n?o aument?ssemos a nossa capacidade instalada, se n?s fic?ssemos parados, olhando, n?s ter?amos um mega problema, porque esse sistema, do jeito que ele vem, sem fazer nada, voc? colhe um colapso', disse.

'Se n?o fizermos nada, continuar assim, a 100 km/h, toda nossa sociedade a vapor, todo mundo fazendo as coisas desnecess?rias ou n?o essenciais nesse momento, n?s teremos um grande problema', acrescentou.

Segundo o ministro, o governo est? trabalhando para ampliar o sistema de sa?de nacional.

'N?s temos espa?o para crescer, mas temos que fazer isso garantindo equipamentos, luvas, equipamentos de prote??o industrial em um mundo que est? todo mundo comprando, comprando, comprando', disse. 'N?o ? colapso definido que vai ser o colapso, ? um quadro que n?s temos que saber como enfrentar.'

(Por Gabriel Ponte)