Manifestantes e polícia entram em confronto em aeroporto de Hong Kong; ONU pede moderação às autoridades
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Por Tom Westbrook e Clare Jim
HONG KONG (Reuters) - Manifestantes entraram em confronto com a pol?cia no aeroporto internacional de Hong Kong nesta ter?a-feira, ap?s voos serem suspensos pelo segundo dia, criando uma confus?o ainda maior na ex-col?nia brit?nica.
O conflito teve in?cio durante a noite entre a pol?cia e os manifestantes, depois que uma pessoa ferida foi tirada do terminal principal por m?dicos.
V?rios ve?culos da pol?cia foram bloqueados por manifestantes, e a tropa de choque entrou em a??o, empurrando alguns manifestantes de volta e usando spray de pimenta em meio ao conflito.
Os manifestantes tamb?m bloquearam algumas passagens no aeroporto usando carrinhos de bagagem e outros objetos.
A Autoridade Aeroportu?ria de Hong Kong disse que as opera??es no aeroporto foram 'seriamente prejudicadas' e que os passageiros que partiam n?o conseguiram chegar aos balc?es de imigra??o.
O mercado acion?rio de Hong Kong recuou para m?nima de sete meses.
Dez semanas de protestos cada vez mais violentos abalaram o polo financeiro asi?tico, e milhares se ressentem do que veem como uma eros?o das liberdades e da autonomia sob o controle chin?s.
A Comiss?ria de Direitos Humanos da Organiza??o das Na??es Unidas, Michelle Bachelet, fez um apelo para que Hong Kong aja com modera??o e investigue evid?ncias de que suas for?as lan?aram g?s lacrimog?neo contra os manifestantes de forma proibida pela lei internacional.
'Parem um minuto para olhar nossa cidade, nosso lar', disse a l?der do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, com voz embargada, em uma coletiva de imprensa no complexo da sede de governo, fortificado por barricadas de 1,8 metro de altura repletas de ?gua.
'Podemos suportar que ela seja levada ao abismo e v?-la se fazer em peda?os?'
Os protestos, que nesta semana a China comparou com terrorismo, representam um dos maiores desafios ao presidente Xi Jinping desde que ele tomou posse, em 2012.
A China rejeitou o que chamou de 'declara??o injusta' da chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, sobre Hong Kong, dizendo que isso equivale a uma interfer?ncia da Organiza??o nos assuntos dom?sticos da China e envia 'um sinal errado aos infratores violentos'.
'O governo central chin?s apoia firmemente a executiva-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, e o governo local para o cumprimento de suas obriga??es, e apoia a for?a policial e os ?rg?os judiciais de Hong Kong na aplica??o decisiva da lei', afirmou a miss?o chinesa em Genebra.
Especialistas jur?dicos de Hong Kong dizem que a China pode estar preparando o caminho para usar as leis antiterrorismo para tentar reprimir as manifesta??es.
Os confrontos no aeroporto ocorreram depois que as opera??es no local foram suspensas na segunda-feira, algo sem precedentes.
Nesta ter?a-feira, milhares de manifestantes vestidos de pretos lotaram o terminal mais uma vez, gritando, cantando e agitando bandeiras.
Pisos e paredes foram cobertos com cartas escritas por ativistas e obras de arte. Inicialmente, a cena era pac?fica enquanto grupos de manifestantes falavam com viajantes explicando seus objetivos.
'Desculpem pelo inconveniente, estamos lutando pelo futuro de nosso lar', dizia o cartaz de um manifestante presente no aeroporto.
Os protestos come?aram como uma oposi??o a um projeto de lei hoje suspenso que teria permitido que suspeitos fossem extraditados para a China continental, mas se tornaram um clamor mais abrangente por democracia.
Os manifestantes afirmam estar combatendo a eros?o da f?rmula 'um pa?s, dois sistemas', que garante alguma autonomia a Hong Kong desde que a China a recebeu de volta do Reino Unido em 1997.
Eles querem que Carrie Lam renuncie. Ela disse que permanecer? no cargo.
'Minha responsabilidade vai al?m desta sequ?ncia de protestos em particular', disse ela, acrescentando que a viol?ncia colocou o territ?rio em um estado de 'p?nico e caos'.
Enquanto ela falava, o ?ndice de refer?ncia da bolsa de valores local, o Hang Seng, atingia uma baixa de sete meses, perdendo mais de 2% do valor e arrastando mercados de toda a ?sia.
Escrito por Redação
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