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Mansueto defende aumento do investimento público, mas ressalta que ajuste fiscal é pré-condição

Placeholder - loading - Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, em seu gabinete em Brasília 12/02/2020 REUTERS/Adriano Machado
Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, em seu gabinete em Brasília 12/02/2020 REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O secret?rio do Tesouro, Mansueto Almeida, defendeu nesta quinta-feira a necessidade de aumento do investimento p?blico, ressaltando que o ajuste fiscal ? que abrir? espa?o para que isso possa ser feito.

A avalia??o veio ap?s o IBGE ter divulgado na v?spera um crescimento de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, pior desempenho em tr?s anos.

No quarto trimestre, houve queda nos investimentos tanto na compara??o com os tr?s meses imediatamente anteriores (-3,3%), quanto sobre igual per?odo do ano anterior (-0,4%), revertendo movimento positivo que vinha sendo visto at? ent?o.

As declara??es do secret?rio do Tesouro tamb?m foram feitas ap?s o presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter dito na v?spera que o setor privado n?o iria resolver sozinho todos os problemas do Brasil e que os investimentos p?blicos eram muito importantes para guiar a retomada econ?mica.

'Acho que ele (Maia) estava se referindo, pelo que eu conhe?o dele, ao aumento do investimento p?blico, criar um espa?o fiscal para aumentar o investimento p?blico', disse Mansueto no F?rum Conjunto Consad/Conseplan, realizado pelos conselhos nacionais de secret?rios estaduais da Administra??o e do Planejamento.

Para Mansueto, n?o ? normal o setor p?blico brasileiro ter investimento p?blico equivalente a menos de 2,5% do PIB sendo a carga tribut?ria do pa?s pr?xima a 34% do PIB --bem superior ? carga m?dia da Am?rica Latina, de 23% do PIB.

'O investimento p?blico no Brasil ? hoje muito baixo, e hoje, seja o munic?pio, seja o Estado, seja o governo federal, a gente n?o tem capacidade de aumentar rapidamente o investimento p?blico sem colocar em risco as contas fiscais. A nossa situa??o ainda ? extremamente fr?gil', disse.

'Ajuste fiscal ? para aumentar a capacidade do setor publico de ofertar servi?os, n?o ? para ficar economizando, economizando, sem fazer nada'.

Na v?spera, a Secretaria de Pol?tica Econ?mica voltou a frisar que, mais importante do que a performance da economia em 2019, era o avan?o do PIB privado sobre o PIB p?blico, 'demonstrando uma retomada do dinamismo da economia independente do setor p?blico'.

Questionado especificamente sobre o recuo nos investimentos no quarto trimestre sobre o trimestre anterior, o secret?rio de Pol?tica Econ?mica, Adolfo Sachsida, disse tratar-se de uma acomoda??o normal, e que ele preferia olhar para o fato de que, sem direcionamento do Estado, o investimento hoje est? migrando para onde ? mais eficiente.

Perguntado nesta quinta-feira se era necess?rio afinal melhorar o n?vel de investimento p?blico, Mansueto afirmou que o ajuste fiscal ? justamente para controlar o crescimento da despesa corrente para o Brasil recuperar sua capacidade de investir.

Mas ele frisou que o motor de crescimento do pa?s ? o investimento privado.

'A gente gastou tanto em despesa corrente nos ?ltimos anos que, apesar de ter uma carga tribut?ria alta, que deveria nos abrir espa?o para ter investimento p?blico maior, a gente n?o tem espa?o para isso', disse Mansueto.

DEMONIZA??O

O economista-s?nior da ?rea de Macroeconomia da LCA e pesquisador-associado do IBRE/FGV, Br?ulio Borges, avaliou que a mensagem do governo de que o investimento privado se d? em detrimento do p?blico acaba demonizando pol?ticas de est?mulo ? demanda, quando na realidade governo e setor privado n?o s?o substitutos um do outro, mas complementares.

Para ele, essa esp?cie de manique?smo tem ocorrido na esteira dos excessos que foram de fato cometidos entre 2012 e 2014, mas, para o pa?s crescer mais, o governo deveria se debru?ar sobre maneiras de impulsionar investimentos p?blicos enquanto prossegue com a agenda de reformas.

A Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) Emergencial, segundo Borges, abre um certo espa?o para tanto, mas ele defendeu uma flexibiliza??o do teto de gastos como outro debate necess?rio.

'Tem muita gente achando hoje que pol?tica de est?mulo ? palavr?o, quando na verdade o contexto ? completamente distinto daquele que t?nhamos h? cinco, seis anos atr?s', disse.

Se o governo petista lan?ou m?o de medidas de est?mulo quando a economia n?o precisava, num quadro de hiperemprego, infla??o correndo mais perto do teto da meta e d?ficit externo alto, desta vez o cen?rio ? oposto, com excesso de ociosidade e desemprego elevado, argumentou.

'A gente viu esse tipo de aposta de que a agenda de reformas pura e simplesmente iria despertar a confian?a dos agentes em 2016, 2017, 2018 e mesmo 2019. O fato ? que ela avan?ou razoavelmente bem, ainda tem muita coisa por ser feita, mas avan?ou, e os tais dos esp?ritos animais, essa confian?a dos agentes n?o veio', afirmou Borges.

A economista-chefe da ARX, Solange Srour, disse que a diminui??o do tamanho do Estado na economia ? positiva ap?s anos sem restri??o or?ament?ria e com investimentos mal feitos. Mas ela afirmou que a entrada do investimento privado deveria estar acontecendo de forma mais acelerada.

'Isso est? sendo muito gradual, muito mais gradual do que qualquer economista esperava, porque tamb?m o governo n?o est? avan?ando de maneira contundente nas pautas importantes', afirmou.

Na vis?o de Srour, a pauta econ?mica ? grande e n?o est? seguindo adiante por falta de articula??o.

'? verdade que o minist?rio da Economia diz que tem peso importante negativo da sa?da do governo do PIB, mas tamb?m deveria trabalhar para conseguir empurrar o privado mais para frente. Para empurrar o privado precisa de confian?a e, para confian?a, precisa de a agenda andar', destacou.

Escrito por Reuters

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