Marina defende reforma tributária com quatro pilares

Por Ricardo Brito

BRAS?LIA (Reuters) - A pr?-candidata da Rede ? Presid?ncia da Rep?blica, Marina Silva, disse nesta quarta-feira que, se eleita, vai defender uma reforma tribut?ria baseada em quatro diretrizes --a simplifica??o dos tributos, a justi?a tribut?ria, a impessoalidade e a promessa de que n?o vai aumentar impostos.

Em evento da Confedera??o Nacional da Ind?stria (CNI) com presidenci?veis, a ex-ministra do Meio Ambiente ressaltou que n?o d? para fazer demagogia e dizer que, ap?s a atual crise da economia, ser? poss?vel reduzir os impostos.

Marina defendeu que a 'tributa??o complexa' do pa?s precisa ser simplificada para que a ind?stria volte a ter maior participa??o no Produto Interno Bruto (PIB) do pa?s. Ela citou que o setor j? representou 20 por cento do PIB e hoje tem um papel 'muito aqu?m' do que j? teve.

A presidenci?vel argumentou que ? preciso dialogar a fim de se fazer uma agenda de investimento, inova??o e de tecnologia no pa?s.

Ela defendeu tamb?m uma nova moderniza??o da legisla??o trabalhista no pa?s. Para a ex-senadora, a reforma feita pelo governo do presidente Michel Temer conseguiu reduzir muito as disputas judiciais, o que ? bom para empregadores e empregados, mas ainda h? quest?es a serem aperfei?oadas.

'N?o acho que ela deva ser revogada, acho que deve ser revisitada para corrigir essas injusti?as que j? haviam sido reparadas com a medida provis?ria', disse ela, citando a MP editada por Temer que, posteriormente, perdeu a validade,

Entre os pontos a serem alterados dessa reforma, Marina destacou a possibilidade de mulheres gr?vidas trabalharem em locais insalubres e o per?odo de descanso no trabalho.

GOVERNABILIDADE

A pr?-candidato da Rede fez um duro diagn?stico em rela??o ? situa??o do pa?s. Ela avaliou que a opera??o Lava Jato mostrou a verdade e que n?o ? poss?vel se governar com o chamado presidencialismo de coaliz?o.

'Resolver o problema da grave crise pol?tica ? um grande desafio e para isso ? preciso que se crie uma nova governabilidade. O presidencialismo de coaliz?o n?o resolve os problemas de hoje', disse.Para Marina, ? preciso a constitui??o de uma maioria no Congresso com base em um programa, nos moldes do que ocorreu na It?lia e na Alemanha.

'Se ganhar, vou governar com os melhores. N?o com os partidos. Os 200 milh?es de brasileiros s?o maiores do que os 35 partidos', disse. 'Essa vai ser a nova base, o fim do toma l? da c?, de forma transparente', completou.

A segunda colocada nas pesquisas de inten??o de voto ao Pal?cio do Planalto, nos cen?rios sem o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva, n?o foi aplaudida nenhuma vez durante sua apresenta??o.

A ex-ministra se mostrou preocupada com o processo de 'politiza??o' e 'partidariza??o' das ag?ncias reguladoras.

Ela reconheceu que houve um grande avan?o quando foi melhorada a qualidade das telecomunica??es ao pa?s, lembrando do tempo que havia filas para se comprar um telefone.

Mas ressaltou que ? preciso haver um marco regulat?rio adequado para o setor e para a sociedade. 'Nem sempre o atendimento est? ? altura da demanda da sociedade', afirmou.

Sem detalhar, a pr?-candidata defendeu tamb?m uma reforma pol?tica e previdenci?ria.