Marinho depõe por quase 5 horas sobre denúncia de vazamento de operação da PF

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O empres?rio Paulo Marinho prestou depoimento ? Pol?cia Federal por quase 5 horas, nesta quarta-feira, no ?mbito da apura??o sobre a den?ncia feita por ele de que o senador Fl?vio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, teve conhecimento antecipado de uma opera??o da PF em 2018 que atingiria o gabinete do ent?o deputado estadual no Rio de Janeiro.

Ao deixar a superintend?ncia da PF no Rio, Marinho disse que n?o poderia comentar o depoimento por determina??o judicial. 'Esse inqu?rito corre sob sigilo, e por determina??o policial e para n?o atrapalhar as investiga??es, n?o posso dar nenhuma declara??o a respeito do meu depoimento', disse ele a jornalistas.

Questionado, Marinho acrescentou apenas que n?o falou sobre a campanha eleitoral.

A PF investiga a den?ncia feita por Marinho em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo de que um policial teria vazado informa??es da opera??o Furna da On?a no fim de 2018, durante o per?odo eleitoral.

O Minist?rio P?blico Federal (MPF) tamb?m abriu um procedimento para apurar o suposto vazamento, que j? tinha sido investigado anteriormente pela PF, mas que acabou sendo arquivado por falta de provas.

Marinho disse na entrevista ? Folha, publicada no domingo, que Fl?vio Bolsonaro soube da opera??o por meio de um agente da PF antes de ela ser deflagrada. A a??o policial, segundo o empres?rio, teria sido inclusive adiada para n?o perturbar o processo eleitoral daquele ano.

O empres?rio chegou ao local do depoimento em um carro preto que estava escoltado por uma viatura da Pol?cia Federal. Na entrada, Marinho, ao ser questionado se levava documentos para fundamentar a acusa??o, disse aos jornalistas que tinha apenas suco de laranja na mochila.

Marinho ? suplente do senador Fl?vio Bolsonaro, mas se tornou um desafeto. A casa do empres?rio, na zona sul do Rio, foi usada por Bolsonaro durante a campanha presidencial, mas eles se afastaram no ano passado.

O empres?rio atualmente comanda o diret?rio do PSDB do Rio de Janeiro e se lan?ou como pr?-candidato ? prefeitura da cidade.

(Por Rodrigo Viga Gaier; Edi??o de Ricardo Brito e Pedro Fonseca)