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Mensagem de política monetária do BC é a mesma, juros sobem se quadro piorar, diz Ilan

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira que a mensagem de pol?tica monet?ria do BC n?o mudou, mantendo em aberto a possibilidade de elevar a taxa b?sica de juros ? frente caso veja piora no cen?rio para a infla??o, al?m de esquivar-se de comentar diretamente os desdobramentos pol?ticos e suas eventuais implica??es.

Em coletiva de imprensa, Ilan ressaltou que a mensagem de pol?tica monet?ria mant?m-se a mesma do comunicado do Comit? de Pol?tica Monet?ria da semana passada, quando manteve os juros na m?nima hist?rica de 6,5 por cento, tendo como pano de fundo um balan?o de riscos assim?trico, com riscos altistas para a infla??o que se elevaram.

'O Comit? entendeu que a pol?tica monet?ria deveria continuar sendo estimulativa na ?ltima reuni?o do Copom. Agora esse est?mulo come?ar? a ser removido gradualmente caso o cen?rio para a infla??o apresente piora', disse Ilan.

Na ?ltima pesquisa Focus do BC, feita pelo BC junto a uma centena de economistas, as proje??es ainda s?o de que a Selic seguir? em 6,5 por cento at? o final do ano, subindo a 8 por cento em 2019.

J? no mercado futuro de juros, a curva a termo passou a precificar nesta manh? apostas majorit?rias de alta de 0,25 ponto percentual da Selic em outubro, com 55 por cento do total, e o restante indicando avan?o de 0,50 ponto percentual, segundo operadores. Na v?spera, 60 por cento das apostas eram de alta de 0,50 ponto e o restante, de 0,25 ponto.

De um lado, Ilan apontou que a capacidade ociosa hoje existente pode surpreender e levar ? uma infla??o mais baixa. No entanto, ressaltou que h? dois riscos para os quais o BC j? v? aumento: a frustra??o sobre a continuidade das reformas e ajustes e um cen?rio internacional mais incerto, especialmente para pa?ses emergentes.

'Temos comunicado que os riscos altistas para a infla??o se elevaram e portanto isso tornou o balan?o de riscos assim?trico', disse.

O presidente do BC enfatizou que as mudan?as estruturais na economia s?o essenciais para manuten??o da infla??o baixa no m?dio e longo prazo e para recupera??o da atividade. As preocupa??es com o comprometimento do pr?ximo presidente eleito em tocar essa agenda t?m injetado volatilidade nos mercados, ajudando a impulsionar a alta do d?lar frente ao real.

Sobre a pol?tica do BC em rela??o ao c?mbio, Ilan tamb?m disse que nada mudou e que a autoridade monet?ria seguir? monitorando os mercados para identificar eventual excesso de volatilidade.

Ilan reiterou a import?ncia de manter as expectativas de infla??o ancoradas, apontando que este ? trabalho e objetivo do Copom. 'Isso ? importante para poder lidar com os choques, o repasse cambial tamb?m depende de as expectativas estarem ancoradas ou n?o', disse.

'Ponto importante ? mensagem de que repasse cambial ? objeto que pode mudar ao longo do tempo e ? algo que tem que ser acompanhado, como o Copom tem comunicado', acrescentou o diretor de Pol?tica Econ?mica do BC, Carlos Viana, tamb?m presente na coletiva.

No Relat?rio Trimestral de Infla??o, publicado mais cedo nesta manh?, o BC destacou que o grau de repasse cambial ao aumento de pre?os na economia tende a ser atenuado pela ancoragem das expectativas de infla??o, atividade econ?mica fraca e ociosidade das empresas, refor?ando que a escalada do d?lar frente ao real ser? analisada a fundo antes de motivar eventual eleva??o nos juros b?sicos.

FUTURO NO BC

Bastante questionado a respeito do cen?rio pol?tico e sua influ?ncia para a pol?tica monet?ria e sobre eventual perman?ncia no comando do BC no pr?ximo governo, Ilan ponderou que a institui??o ? apartid?ria e que quer ser neutra para o pa?s.

'Isso n?o me permite entrar nessas considera??es sobre campanhas, convites. Vou continuar na mesma linha de n?o comentar', afirmou.

Ilan tamb?m falou que n?o se manifestaria sobre qualquer proposta dos candidatos ? Presid?ncia, pois n?o queria o BC se posicionando a favor ou contra.

'Agora, quando a gente diz que precisa de reformas fiscais e precisa de reformas de produtividade, isso n?o ? novo e continuamos achando que isso vai ajudar o BC', afirmou.

Sobre as reuni?es das quais participou com assessores econ?micos dos principais presidenci?veis, Ilan afirmou que n?o foram firmados compromissos. Segundo o presidente do BC, os encontros foram importantes 'para pensar na transi??o'.

Escrito por Redação

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