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Milícias iraquianas se retiram de perímetro de embaixada dos EUA após protestos

Placeholder - loading - Forças de segurança iraquianas se mobilizam durante o segundo dia de protestos na embaixada dos EUA em Bagdá, Iraque. 01/01/2020. Divulgação via REUTERS.
Forças de segurança iraquianas se mobilizam durante o segundo dia de protestos na embaixada dos EUA em Bagdá, Iraque. 01/01/2020. Divulgação via REUTERS.

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Por Ahmed Aboulenein

BAGD? (Reuters) - Apoiadores de grupos paramilitares iraquianos com suporte do Ir? que invadiram o per?metro da embaixada norte-americana e atiraram pedras durante dois dias de protestos se retiraram nesta quarta-feira, ap?s Washington deslocar tropas adicionais e amea?ar repres?lias contra Teer?.

Os manifestantes --irritados com ataques a?reos norte-americanos contra o grupo Kataib Hezbollah, apoiado por Teer?, que mataram pelo menos 25 pessoas-- atiraram pedras ao pr?dio, enquanto as for?as dos EUA, posicionadas nos telhados, jogaram g?s lacrimog?neo para dispers?-los.

No entanto, por volta do meio da tarde (hor?rio local), a maioria aparentemente obedeceu ao pedido de retirada emitido pelo For?as de Mobiliza??o Popular, grupo majoritariamente de mil?cias xiitas, segundo o qual a mensagem dos manifestantes havia sido ouvida.

Jovens usaram galhos de palmeiras para varrer as ruas ? frente da embaixada, enquanto outros guardavam equipamentos e vans chegaram para levar as pessoas embora. Alguns ficaram para formar um acampamento ? frente de um hotel pr?ximo.

O ex?rcito iraquiano disse que, com a chegada da noite, todos os manifestantes haviam ido embora.

Os protestos marcam um novo momento da guerra indireta entre Washington e Teer? no Oriente M?dio.

O presidente norte-americano, Donald Trump --que disputar? a reelei??o em 2020-- amea?ou na ter?a-feira retaliar contra o Ir?, mas disse posteriormente que n?o queria guerra.

Os protestos aconteceram depois de ataques a?reos norte-americanos contra bases do Kataib Hezbollah, em retalia??o a ataques com m?sseis que mataram um funcion?rio terceirizado dos EUA no norte do Iraque, na semana passada.

Na ter?a-feira, a multid?o cantou 'Morte ? Am?rica!', ateou fogo e quebrou c?meras de vigil?ncia, al?m de violarem o per?metro externo da embaixada, mas sem entrarem no complexo principal.

A MAIOR EMBAIXADA DOS EUA

A enorme embaixada --constru?da ?s margens do rio Tigre na fortificada 'zona verde' no centro de Bagd? durante a ocupa??o norte-americana depois da invas?o de 2003 que derrubou Saddam Hussein-- ? a maior miss?o diplom?tica norte-americana no mundo.

Washington disse que seus diplomatas estavam seguros e que estava correndo para deslocar centenas de tropas adicionais ? regi?o.

A embaixada informou que todas as opera??es consulares foram suspensas e todos os compromissos futuros, cancelados.

A a??o anti-EUA aconteceu ap?s meses de protestos no Iraque contra o governo e as mil?cias sob influ?ncia iraniana. Muitos iraquianos reclamam que o seu pa?s se tornou um campo de batalha para uma guerra indireta de influ?ncia entre Washington e Teer? e que seus l?deres s?o muito dependentes de pot?ncias estrangeiras.

H? muito tempo o governo iraquiano passa por atritos na rela??o pr?xima com os dois inimigos. Trump conversou com o primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi, na ter?a-feira, e exigiu que o Iraque protegesse a embaixada.

O l?der supremo do Ir?, aiatol? Ali Khamenei, condenou nesta quarta-feira os ataques dos EUA. O Ir? convocou um enviado su??o, que representa os interesses dos EUA em Teer?, para reclamar sobre o que descreveu como palavras 'b?licas' de Washington.

Trump acusou Teer? de orquestrar a viol?ncia.

Autoridades dos EUA afirmaram que 750 tropas adicionais inicialmente ficariam baseadas no Kuwait e que at? 4 mil tropas poderiam ser enviadas ? regi?o nos pr?ximos dias.

Mais de 5 mil tropas norte-americanas est?o no Iraque apoiando for?as locais. Os ataques a?reos estimularam pedidos dentro do Iraque para expuls?-las.

Muitos na multid?o no lado de fora da embaixada disseram que encerrar a presen?a de Washington no Iraque era o principal objetivo.

'COVIL DO DIABO'

Apesar de d?cadas de inimizade entre Ir? e Estados Unidos, mil?cias apoiadas pelo Ir? e for?as norte-americanas se viram do mesmo lado durante a guerra do Iraque entre 2014 e 2017 contra o Estado Isl?mico, com as duas pot?ncias ajudando o governo a recuperar territ?rio dos militantes que chegaram a controlar um ter?o do Iraque.

Desde ent?o, tropas dos EUA ainda n?o foram embora, e as mil?cias apoiadas pelo Ir? foram incorporadas ?s for?as de seguran?a.

O primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi --que anunciou planos de renunciar diante de protestos antigoverno nos quais mais de 450 pessoas morreram-- ? apoiado pelo Ir? e por seus aliados.

A mil?cia pode ter decidido se retirar da embaixada para evitar que ele passasse a impress?o de fraqueza ou para evitar conflitos com for?as do governo.

Ao longo da noite (hor?rio local), manifestantes montaram barracas e acamparam no lado de fora dos muros da embaixada e, pela manh?, trouxeram comida, equipamento para cozinhar e colch?es, indicando planos de permanecer antes do pedido por retirada.

'Nosso protesto ? eterno, at? que o covil do diabo seja fechado para sempre, mas n?o d? a ningu?m a desculpa para tornar a sua manifesta??o violenta. N?o brigue com a seguran?a', disse um l?der dos protestos ao p?blico em um palco levantado na embaixada antes da retirada.

Jovens, alguns de uniforme, balan?aram bandeiras de mil?cias e cantaram 'Morte ? Am?rica', enquanto helic?pteros Apache circulavam no c?u.

As paredes externas da embaixada exibiam marcas de queimaduras e picha??es.

'O Iraque n?o ? seguro para a Am?rica e seus seguidores', dizia uma delas.

(Reportagem de Ahmed Aboulenein)

Escrito por Reuters

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