Militares de Brasil e Venezuela negociam para evitar confrontos na fronteira, diz ministério

Por Eduardo Sim?es

S?O PAULO (Reuters) - Militares de Brasil e Venezuela negociaram para evitar a repeti??o de confrontos entre for?as de seguran?a venezuelanos e cidad?os venezuelanos em territ?rio brasileiro, informou o Minist?rio da Defesa brasileiro em nota na noite de domingo, ap?s epis?dios em que bombas de g?s lan?adas pelas for?as venezuelanas atingiram o territ?rio do Brasil em Roraima.

'O Minist?rio da Defesa intercedeu para que novos incidentes, na linha de fronteira, envolvendo venezuelanos e a Guarda Nacional Bolivariana, n?o voltem a se repetir', afirma a nota.

'Os ve?culos antidist?rbios, que estavam na barreira montada no pa?s vizinho, recuaram imediatamente. Militares brasileiros e venezuelanos negociaram, no local, e foi entendida a inconveni?ncia da presen?a desse tipo de aparato militar. No lado brasileiro, o controle dos acolhidos foi refor?ado para evitar novos confrontos.'

O minist?rio acrescentou que a fronteira brasileira segue aberta para receber os refugiados venezuelanos que quiserem entrar no pa?s.

Na semana passada, o presidente da Venezuela, Nicol?s Maduro, cuja legitimidade ? questionada por grande parte da comunidade internacional e por parcela significativa dos pa?ses da Am?rica Latina, determinou o fechamento da fronteira com o Brasil e, no fim de semana, for?as leais a ele bloquearam a entrada de ajuda humanit?ria pelas fronteiras com o Brasil e a Col?mbia.

Com o agravamento nas tens?es na fronteira com a Venezuela, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), decretou estado de calamidade no sistema de sa?de do Estado devido ao elevado n?mero de atendimentos de venezuelanos feridos na principal unidade hospitalar de Roraima.

'J? est?vamos com situa??o cr?tica no setor da sa?de em Roraima. A partir dos conflitos na Venezuela, esse problema se agravou. Entraram aqui para atendimento no HGR (Hospital Geral de Roraima), nos ?ltimos dois dias, dezenas de venezuelanos feridos por armas de fogo e quase todos precisaram de cirurgia', disse o governador segundo nota divulgada pelo governo estadual.

'A situa??o local j? era grave. Est?vamos tentando fazer as compras, sem precisar decretar o estado de calamidade. No entanto, por causa dos acontecimentos desses dias, analisamos com a Sesau (Secretaria Estadual de Sa?de e com a PGE (Procuradoria Geral do Estado) e entendemos que a capacidade de atendimento da sa?de ficou sobrecarregada. N?o sabemos o que pode acontecer de agora em diante e estamos nos prevenindo, para n?o deixar ningu?m desassistido.'

Tamb?m em nota na noite de domingo, a Presid?ncia da Rep?blica disse que est? acompanhando os desdobramentos na regi?o de fronteira com a Venezuela 'com aten??o e mobilizando todos os meios do governo federal'.

A Presid?ncia afirmou ainda que os ve?culos com ajuda humanit?ria levados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ? fronteira est?o na regi?o de Pacaraima (RR), em seguran?a e estacionados no pelot?o de fronteira, depois da 'impossibilidade de prosseguir em territ?rio venezuelano'.

'Novos deslocamentos ser?o planejados ? medida que os meios de transportes estejam dispon?veis e a situa??o diplom?tica e de seguran?a esclarecidas', afirmou a Presid?ncia.

Nesta segunda-feira, o vice-presidente Hamilton Mour?o participa na Col?mbia ao lado do ministro das Rela??es Exteriores, Ernesto Ara?jo, da reuni?o do Grupo de Lima, que acompanha os desdobramentos na Venezuela. A maioria dos pa?ses do grupo considera Maduro l?der ileg?timo e reconhece o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaid?, como presidente interino do pa?s e chefe de Estado leg?timo.