Ministro diz que apenas se afirmou que petróleo no NE tem características do venezuelano

Por Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira que o governo brasileiro em nenhum momento disse que o petr?leo que atinge o Nordeste ? da PDVSA, mas apenas que possui caracter?sticas similares ao extra?do na Venezuela.

Em declara??o ap?s leil?o de ?reas de petr?leo, no Rio de Janeiro, ele destacou que nunca se afirmou a origem do vazamento de petr?leo no Nordeste, mas apenas que o produto encontrado nas praias h? mais de um m?s tem caracter?sticas similares ao da Venezuela.

'Em nenhum momento foi dito que era da PDVSA (estatal de petr?leo venezuelana) ou se afirmou a origem do vazamento. O que foi veiculado ? que nas an?lises realizadas esse petr?leo tem caracter?sticas similares ao do petr?leo extra?do na Venezuela, em determinados po?os venezuelanos', afirmou o ministro.

'A origem desse ?leo foi provavelmente de um navio ou embarca??o em alto-mar carregando esse tipo de petr?leo, e essa talvez seja a principal linha de investiga??o para determinar a origem desse vazamento', acrescentou o ministro.

Na v?spera, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que 'muito provavelmente' a origem ? venezuelana e deve ter vindo do derramamento 'acidental ou n?o'.

Nesta quinta-feira, o governo da Venezuela disse que o pa?s n?o ? respons?vel pelo petr?leo que atingiu praias do Nordeste do Brasil.

Em comunicado conjunto, o Minist?rio do Petr?leo e a PDVSA disseram que n?o receberam nenhum relato de clientes ou subsidi?rias sobre vazamentos de petr?leo perto do Brasil.

'Consideramos as declara??es infundadas', disse o comunicado, observando que as manchas estavam localizados a cerca de 6.650 quil?metros de sua infraestrutura de petr?leo.

'N?o h? evid?ncias de vazamentos de petr?leo nos campos de petr?leo da Venezuela que possam ter causado danos ao ecossistema marinho de nosso vizinho.'

A investiga??o sobre o caso, segundo Bento Albuquerque, ? 'bastante complexa'. Para o ministro, a origem ? provavelmente de embarca??o carregando o produto. 'Essa ? a principal linha de investiga??o', disse.

'A origem do vazamento de ?leo ? uma investiga??o bastante complexa, que se iniciou em 2 de setembro, tem diversas ag?ncias e minist?rios envolvidos nisso e coordena??o governamental. Em uma quest?o de tempo chegaremos ? origem desse vazamento de ?leo. ? dif?cil voc? prever em quanto tempo se chegar? ? conclus?o dessa investiga??o por ser bastante complexa', afirmou o ministro do MME.

Ao ser questionado se n?o teria havido demora na rea??o das autoridades, o ministro negou e disse que foram tomadas a??es e diversas ag?ncias e minist?rios est?o envolvidos.

'Discordo da opini?o de que o governo demorou a tomar providencias... foram mobilizados ao longo do tempo todos os recursos para limpeza e para tentar mitigar a propaga??o desse vazamento para outras regi?es. ? uma situa??o at?pica', disse.

Em evento em S?o Paulo, o presidente Jair Bolsonaro reiterou que se trata de derramamento criminoso.

'O ?ltimo problema que tivemos, derramamento criminoso, com toda a certeza, quase certeza ser criminoso, na regi?o costeira do Nordeste. Eu n?o precisei ligar para ele (ministro da Defesa) para que tomasse as provid?ncias, ele veio ? Presid?ncia e mostrou o que j? estava fazendo', disse.

'Obviamente, n?o temos bola de cristal para descobrirmos rapidamente quem foram os respons?veis por esse ato criminoso, mas as provid?ncias sempre tomamos', acrescentou Bolsonaro.

Autoridades brasileiras investigam h? mais de um m?s a misteriosa origem do petr?leo que se espalhou por centenas de quil?metros de praias em nove Estados do Nordeste.

A Petrobras , que participa dos trabalhos de limpeza das praias, informou no in?cio desta semana que havia recolhido 133 toneladas de res?duo oleoso.

Nesta quinta-feira, o governo da Venezuela disse que o pa?s n?o ? respons?vel pelo petr?leo que atingiu praias do Nordeste do Brasil.

(Com reportagem adicional de Gram Slattery, no Rio de Janeiro, e Eduardo Sim?es, em S?o Paulo)